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Evento alerta sobre abuso sexual infantil e pede fim dos manicômios

Evento alerta sobre abuso sexual infantil e pede fim dos manicômios

Publicado em: 20 de maio de 2018 às 20:40
Atualizado em: 28 de março de 2021 às 14:14

ANTIMANICOMIAL — Grupo de percussão do Caps fez apresentação musical na praça central de Santa Cruz



Diego Singolani

Da Reportagem Local

Centenas de estudantes e membros de entidades de Santa Cruz do Rio Pardo participaram da passeata pela luta antimanicomial e contra a exploração sexual infantil, que aconteceu na última sexta-feira, 18. O evento teve como organizadores o Conselho Tutelar, Cras Estação, Cras Betinha, Creas, Caps, Reviver II, Projeto Caminhar e APAE, em parceria com a prefeitura municipal.

O ato partiu da Igreja São Benedito, seguindo pela rua Conselheiro Dantas até finalizar na praça Deputado Leônidas Camarinha. Os integrantes das instituições desfilaram portando cartazes e faixas com frases de mobilização sobre os temas da passeata. As fanfarras da escola Sesi e da Apae, além dos grupos de percussão do Caps e do Cras, se apresentaram ao longo de todo o percurso.

O evento fez parte de uma programação que contou com outras atividades durante este mês. Membros do Conselho Tutelar de Santa Cruz do Rio Pardo tem visitado as escolas públicas e particulares do município para conversar com os alunos sobre questões envolvendo o abuso sexual. O Caps recebeu a visita das crianças do Cras Betinha, que conheceram a estrutura e um pouco do trabalho do órgão que presta atendimento intensivo e diário aos portadores de sofrimento psíquico grave. Até o final de maio, o Creas continuará realizando reuniões com adolescentes que cumprem medidas socioeducativas em sistema meio aberto ou de internação. Seus familiares também participam dos encontros.

Estudantes fazem performance durante exibição da fanfarra do Ses



Manicômios

Desde 1987, o 18 de maio ficou marcado como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. A data faz referência ao Encontro dos Trabalhadores de Saúde Mental, ocorrido naquele ano em Bauru. A inspiração do movimento veio do italiano Franco Basaglia que, ainda nos anos 60, idealizou e inseriu a prática da desinstitucionalização psiquiátrica. Sua abordagem teve forte influência na reforma sanitária brasileira, cujo objetivo foi promover mudanças nas condições de tratamentos dos pacientes com transtornos mentais no País.

De acordo com a psicóloga e professora Edvania Parmegiani, que atende no Caps de Santa Cruz, em um passado recente os manicômios eram verdadeiros depósitos de seres humanos. “Não só pessoas que tinham transtornos mentais eram abandonadas nesses locais. Alguém que fosse considerado ‘desajustado' aos padrões sociais, como homossexuais ou jovens grávidas solteiras, por exemplo, também eram vitimas desses verdadeiros campos de concentração”, explica.

A psicóloga conta que, atualmente, o tratamento oferecido aos indivíduos com transtornos mentais é humanizado e multidisciplinar. “A ideia é incluir essas pessoas na sociedade, e não segregá-las. Num equipamento como o Caps, os pacientes têm todo o tratamento médico e terapêutico, além de realizarem atividades lúdicas, culturais e de lazer, sem deixar de conviver com suas famílias”, relata.

Centenas de pessoas participaram da manifestação



Violência sexual

ORGANIZADORES — Integrantes do Conselho Tutelar exibem faixa



O 18 de maio também é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual infanto-juvenil. A data foi instituída em 1998, quando cerca de 80 entidades públicas e privadas, reuniram-se na Bahia para o 1º Encontro no Brasil do Ecpat, uma organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais, surgida na Tailândia.

Cinthia Tomyama, do Conselho Tutelar de Santa Cruz do Rio Pardo, diz que muitos dos casos de abuso acontecem de dentro da própria família. “Um primo mais velho com o primo mais novo, uma tia mais velha ou um tio, o padrasto ou a madrasta, são todas situações que nós já nos deparamos. Não são raras as vezes em que os pais preferem acreditar no parceiro ou parceira, que praticam o abuso, ao invés do relato da criança”, conta. “Já nos deparamos com ocorrências de crianças com menos de dois anos que foram abusadas em Santa Cruz do Rio Pardo”, revela.

As redes sociais e a falta de controle do acesso dos jovens à internet trouxe uma nova dimensão ao problema. “Já acompanhamos casos em que encontros foram marcados por abusadores usando perfis falsos ou mesmo eventos agendados pela rede que acabaram vitimando adolescentes”, contou Cinthia.

A profissional faz um alerta sobre alguns sinais que podem indicar se uma criança ou jovem está passando por uma situação do tipo. “Instrospecção repentina, mau desempenho escolar, mudança de comportamento com os amigos e familiares, roupas longas (para esconder ematomas) e gestos sexualizados em crianças muito pequenas, podem significar algo e merecem maior atenção”, explica.

Para denúncias sobre abuso sexual ou violência infanto-juvenil, o Conselho Tutelar divulga o Disk 100. É gratuito e anônimo. “Se alguém tiver alguma suspeita, é fundamental que não se omita”, ressalta Cinthia.
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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