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Vereador ofende mulher em rede social

Vereador ofende mulher em rede social

Publicado em: 26 de setembro de 2019 às 19:05
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 15:52

No melhor estilo ‘Bolsonaro’, João Marcelo Santos chama

mulher de “a mais feia de Santa Cruz” e provoca polêmica

Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

O vereador João Marcelo Santos (DEM), que ainda está sendo investigado na polícia e na Câmara por ter ameaçado um advogado de morte, voltou a provocar polêmica na semana passada ao sair em defesa do colega Cristiano de Miranda (PSB). Este, por sua vez, foi o relator da Comissão de Ética que inocentou Santos pela ameaça de morte, alegando que não houve quebra de decoro parlamentar. Desta vez, João Marcelo, mesmo sem citar nome, se referiu a uma mulher como “a mais feia de Santa Cruz do Rio Pardo”. Ele pretendia, na verdade, atacar o marido, também desconhecido, mas a publicação atingiu a mulher.

Cristiano de Miranda passou a ser criticado nas redes sociais depois de se posicionar a favor do arquivamento sumário das denúncias contra João Marcelo e Lourival Heitor. Ele atuou como relator nos dois processos — uma espécie de “juiz” — e, como tal, é estranho receber um afago do “réu”, no caso o colega do DEM.

Embora garantam que não houve nenhum tipo de proteção, a atitude dos vereadores mostra que a Comissão de Ética não teve vontade para investigar a fundo as denúncias de possível quebra de decoro parlamentar.

No caso de João Marcelo, a comissão foi acionada pelo ex-vereador Luiz Carlos “Psiu” Novaes Marques justamente para investigar a conduta do parlamentar, que foi denunciado à polícia por ameaçar o advogado André Mello de morte. A ameaça foi pelo aplicativo whatsapp, o que torna a prova mais consistente. Um parecer do procurador jurídico diz que a denúncia é muito grave e que o caso deve evoluir para um processo interno e ser discutido pelo plenário.

João Marcelo Santos contratou o advogado Marcelo Picinin para defendê-lo na Comissão de Ética. Curiosamente, Picinin era o advogado particular do prefeito Otacílio Parras e foi substituído nesta função exatamente por Marcelo.

O advogado sustentou, da mesma forma que fez no caso de Lourival Heitor, que há irregularidades no oferecimento da denúncia por um ex-vereador. Segundo Picinin, não há nenhuma prova sobre a conduta de João Marcelo, já que o requerimento contra ele foi “amparado exclusivamente por matérias jornalísticas”. E insistiu: “A denúncia é uma mera reprodução de textos jornalísticos”.

Mais à frente, o advogado admite que João Marcelo pode ter ameaçado alguém, já que a própria comissão tem informações do inquérito policial em andamento. No entanto, diz que, naquele dia, João Marcelo teve uma atuação “exclusivamente profissional” ao defender o irmão, dono de um laboratório de análises clínicas. Ele garante que o denunciado não estava agindo como vereador naquele momento, pois o fato dizia respeito apenas à sua “vida privada ou particular”.

O relator Cristiano de Miranda concordou integralmente com os argumentos da defesa e sequer ouviu o depoimento de João Marcelo Santos, propondo o arquivamento da denúncia. A posição foi a mesma dos demais integrantes da Comissão de Ética, Luiz Antônio Tavares e Marco ‘Cantor’ Valantieri.

OFENSA — Vereador fez uma postagem machista em grupo do Facebook



‘Machismo’

Quando o arquivamento veio a público, através do DEBATE e da rádio 104 FM, Cristiano de Miranda passou a ser criticado nas redes sociais. Foi aí que João Marcelo Santos partiu em defesa do relator e voltou a exibir sua personalidade ofensiva nas redes sociais.

Sem citar nomes, o que torna a ofensa ainda pior, João Marcelo disse que Cristiano “não deveria ligar, pois é muito superior a esta pessoa”. Em seguida, piorou ainda mais o comentário: “Você tem dois filhos perfeitos, uma mulher exemplar, trabalha dignamente. Agora imagina o que sujeito passa todo dia? Ser obrigado a acordar com a mulher mais feia de Santa Cruz. Por isso o ódio que ele tem da vida”, escreveu.

Imediatamente João Marcelo passou a ser criticado na mesma rede social pelo comentário de cunho machista, principalmente por mulheres. Mesmo assim, o vereador não apagou a postagem.

Ao jornal, o vereador explicou que o objetivo foi justamente defender Cristiano de Miranda. “Tirar ele do foco, pois estavam malhando ele no facebook”, disse. Sobre quem era o alvo dos ataques, João Marcelo afirmou que “é um cara que se esconde e fica no face atacando as pessoas, zoando com o Miranda”. Em seguida, disse que a ofensa não tem nada a ver com imprensa.

O curioso é que o vereador foi o autor de uma moção de repúdio ao professor Rogério Pegorer Plina, alegando que o ex-diretor da escola “Arnaldo Moraes Ribeiro” teria ofendido as mulheres que votaram em Bolsonaro. A moção foi aprovada.

Na verdade, Plina apenas compartilhou uma publicação com o poema de Bertold Brecht que diz respeito ao fascismo e relata “cadelas no cio”. Entretanto, um outro santa-cruzense fez uma nova montagem com fotos de mulheres, o que se transformou em “fake news”. O autor da montagem se retratou perante, inclusive, a Câmara.

Em março, o próprio João Marcelo apresentou uma moção de desagravo, que na prática anularia o repúdio. Em plenário, a nova moção conquistou seis votos, insuficientes para compor a maioria dos vereadores. A rejeição aconteceu porque vários vereadores se abstiveram de votar, inclusive o próprio João Marcelo, que agora ofende mulheres.




APURAR — Severo, membro da Justiça e Redação, quer apurar os fatos



Caso deve ir a plenário com nova decisão

As denúncias contra os vereadores Lourival Heitor e João Marcelo Santos, ambos do DEM, estão sendo analisadas novamente por outra comissão, a de Justiça e Redação. Isto foi possível porque um recurso do autor do pedido de investigação proporcionou que o caso seja novamente apurado, numa espécie de “segundo grau”.

Na última quarta-feira, em entrevista à rádio 104 FM, o presidente da Comissão de Justiça e Redação, vereador Murilo Sala, deixou claro que não concorda que o posicionamento dos colegas da Comissão de Ética. Ele revelou que a tendência é levar o caso para votação no plenário, que vai decidir sobre a abertura de um processo contra os dois vereadores.

A Comissão de Justiça é formada, além de Murilo, pelos vereadores Luciano Severo (PRB) e Maura Soares Macieirinha (PSB). Um processo administrativo não significa que o vereador pode ser cassado, pois esta é a punição mais drástica. Há outras, como censura, advertência e suspensão do mandato. No caso de João Marcelo, a Comissão de Ética insistiu que o advogado que foi ameaçado de morte pelo vereador não teria feito a representação. Tal formalidade, porém, consta no Boletim de Ocorrência que está no processo.



  • Publicado na edição impressa de 22/09/2019


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