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Asilo de Santa Cruz tem nova diretoria após saída de Nilda Caricatti

Asilo de Santa Cruz tem nova diretoria após saída de Nilda Caricatti

Publicado em: 16 de janeiro de 2020 às 16:54
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 06:25

Vicentinos foram apresentados na

manhã de ontem e discutiram as

principais dificuldades da instituição


Prefeito apareceu para explicações



Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

O “Lar São Vicente de Paulo” elegeu uma nova diretoria, que foi apresentada na manhã de sábado, 11, num dos salões da instituição. O empresário Acácio Henrique de Lima assumiu a presidência em substituição a Nilda Caricatti. A explicação da nova diretoria — e da própria Nilda — é que o estatuto não permite mais novas reeleições. Caricatti estava no comando do asilo havia 18 anos (leia abaixo).

O novo vice-presidente, Jacyr Correa Alves, convocou a imprensa para apresentar os novos dirigentes. Quando a reunião já havia terminado, o prefeito Otacílio Parras (PSB) apareceu para explicar a viabilidade de apresentação de projetos para destinar verbas ao Lar São Vicente de Paulo.

Conselheiro vicentino há anos, o comerciante Haroldo de Andrade explicou que a instituição está vivendo “num novo ciclo”, embora os problemas continuem os mesmos, especialmente a falta de recursos. Ele agradeceu o trabalho da ex-presidente Nilda Caricatti, “que deu sua vida em prol da instituição”. No entanto, salientou que o momento é de mudança.

De acordo com os novos dirigentes, o trabalho desenvolvido pelos dirigentes e voluntários, de angariar alimentos e doações, surtem efeitos, mas a instituição vive sem condições de arcar com seus compromissos financeiros. A despesa mensal gira em torno de R$ 70 mil, mas a arrecadação está abaixo deste valor.

Um dos grandes problemas é uma lei federal que proíbe os asilos de usarem toda a aposentadoria do interno para custar as despesas. Obrigatoriamente, 30% do valor é depositado numa conta em nome do idoso. “Mas, quando ele não tem família, ninguém sabe para onde vai este dinheiro. E, na verdade, os cuidados a um idoso custam bem mais do que 70% de um salário mínimo”, disse o novo primeiro-tesoureiro Reginaldo Natal Botelho Franciscon.

“Nossa situação financeira é difícil e precisamos do apoio de todos, imprensa e sociedade, para conseguirmos manter a entidade”, disse Haroldo de Andrade. Ele disse que “mudanças vão ocorrer” e que “são necessárias”.

O novo presidente, Acácio Henrique de Lima, enumerou planos para aumentar a arrecadação da instituição, que hoje mantém 29 idosos. O objetivo é aumentar as doações em dinheiro e fomentar promoções. Outra novidade será reativar a página do asilo na internet, para que as pessoas conheçam o trabalho dos vicentinos.

Na reunião, os novos dirigentes lamentaram a verba mensal que a prefeitura repassa ao asilo, hoje pouco mais de R$ 800,00. “É irrisória”, disse o novo presidente.

NOVO COMANDO — Novos membros da diretoria do Lar São Vicente de Paulo, cujo mandato vai até 2022



Esperança

A reunião já havia terminado quando o prefeito Otacílio Parras (PSB) apareceu no recinto. Ele foi alertado pelo secretário de Comunicação, Cláudio Antoniolli, sobre as críticas em relação à pouca ajuda do município e resolveu conversar com os novos diretores.

Segundo o prefeito, o município não pode repassar recursos para o custeio da instituição. “Isto só é possível mediante a compra de serviços”, explicou. Otacílio disse que já está em andamento, com a ajuda da secretaria da Assistência Social, a elaboração de um projeto para garantir uma verba de R$ 100 mil por ano.

Ele disse que projetos deste tipo já estão sendo apresentados por outras entidades assistenciais, como o educandário “O Lar da Criança” e a Adefis (Associação dos Deficientes Físicos de Santa Cruz). Para o asilo, o projeto envolve salas de fisioterapia.

A maioria dos integrantes da nova diretoria esteve presente na reunião. A secretaria da entidade está a cargo de Aline Lorenzetti Silva Mesquita e Silvana Brun, enquanto o segundo tesoureiro é Marcial Rogério Gazola. Os novos conselheiros são João Nantes, Francisco José Pegorer, Haroldo de Andrade, Raul Antonio Singolani, Leandro Gonçalves Logullo e Martinho André de Paula Caramujo. 

FIM DE UM CICLO — Nilda Caricatti foi presidente durante 18 anos, mas há quase 40 está no Lar São Vicente



Nilda Caricatti deixa Lar

depois de quase 40 anos

Professora diz que vai continuar

colaborando como voluntária


Ela dedicou quase 40 anos de sua vida ao “Lar São Vicente de Paulo”, dos quais 18 no comando da instituição. Hoje, porém, por força do estatuto da entidade, Nilda Caricatti, 84, pela primeira vez em décadas, não faz parte da nova diretoria. No entanto, ela mesmo garante que vai continuar colaborando com o asilo. “Serei voluntária”, disse.

Nilda Caricatti sempre esteve envolvida em projetos sociais. Na administração de Aniceto Gonçalves (1977-1982), foi a presidente do antigo Plimec, uma espécie de “Fundo Social de Solidariedade” da época. Depois, não deixou mais o Lar São Vicente.

A professora, na verdade, começou a colaborar para a entidade como voluntária. Nilda reuniu um grupo de amigas e passou a oferecer lanches para os internos e, depois, a participar de promoções e festividades para arrecadação de recursos.

Pouco tempo depois, foi indicada como vice-presidente na diretoria presidida por Acácio Lima, curiosamente pai do novo dirigente, Acácio Henrique de Lima. Quando Acácio saiu, Nilda passou a comandar a instituição.

A professora sempre gostou de política e, por isso, não esconde que conseguiu muita ajuda de deputados, que destinaram emendas parlamentares ao asilo de Santa Cruz do Rio Pardo. Ela não gosta de citar nomes, mas um deles foi Antônio Salim Curiatti, amigo da família há décadas.

Nilda reclama que uma lei sancionada pelo Governo Federal inviabilizou o custeio das casas para idosos. “A maioria recebe um salário mínimo de aposentadoria e, de acordo com esta lei, 30% do valor deve ser depositado numa conta e não pode ser usado para a manutenção da instituição. Isto nos prejudicou muito”, afirmou.

A professora se apegou tanto ao Lar São Vicente de Paula que chegou a construir uma casa dentro do terreno da instituição. Na verdade, ela acabou usando o dinheiro da irmã, que morreu no asilo, para erguer a moradia. Foi, na verdade, uma doação. “É lá onde pretendo morar. Não hoje, pois ainda me sinto forte”, disse.

Aos 84 anos, Nilda ainda faz planos — e para continuar colaborando no Lar São Vicente de Paula. “Pretendo ser novamente voluntária. Quem sabe eu consigo montar novamente um grupo de pessoas para atuar a favor dos idosos”, disse. 



  • Publicado na edição impressa de 12/01/2020


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