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O crime que abalou a região

O crime que abalou a região

Publicado em: 23 de janeiro de 2020 às 14:38
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 20:52

Emanuelle Pestana de Castro tinha apenas

8 anos e foi brutalmente assassinada pelo

próprio vizinho, que se matou na prisão


TRISTEZA — A pequena Emanuelle, 8, que foi assassinada pelo vizinho



André H. Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Foi na sexta-feira, 10, que o desaparecimento da pequena Emanuelle Pestana de Castro, 8, começou a ser divulgado nas redes sociais e na imprensa de toda a região. Naquele final de semana, a população de Chavantes já se mobilizava em busca da criança, que fora vista pela última vez numa praça da cidade. A esperança era encontrar Emanuelle viva. Três dias depois, o caso virou uma tragédia. A garota tinha sido assassinada pelo vizinho, que se matou na cela do presídio.

Dentre aqueles que participavam das buscas estava Aguinaldo Guilherme de Assunção, 49, que já respondeu, quando adolescente, pelo assassinato do próprio irmão, numa briga por um sabonete. Ele era vizinho de Fabiana Pestana de Castro, mãe de Emanuelle. As câmeras de segurança flagraram Aguinaldo perto da criança na sexta-feira, pouco antes de Emanuelle desaparecer. Foi ouvido pela polícia como testemunha e disse que não sabia de nada, voltando em seguida a participar das buscas, junto com a mãe da menina.

Emanuelle recita em ato na escola



Na tarde de segunda-feira, 13, o programa “Cidade Alerta”, da TV Record, noticiou que Aguinaldo era tido como suspeito pela polícia. Minutos depois, moradores se mobilizaram em frente à casa de Assunção e a Polícia Militar precisou contê-los. Ainda não havia nenhuma confirmação.

No entanto, bastaram algumas horas e o cerco ao lavrador apertou. Ele acabou confessando que matou Emanuelle e deu detalhes de onde escondera o corpo. Chovia muito e o acesso ao local, a cerca de 10 quilômetros da área urbana de Chavantes, só foi possível graças a um trator.

Emanuelle estava enterrada num matagal de difícil acesso. Segundo informações, estava parcialmente despida e com as duas pernas para fora. A criança havia sido morta com 13 facadas, segundo apontou o laudo do Instituto Médico Legal. Ele desmente a versão que o assassino contou à polícia, quando foi preso e disse que desferiu quatro golpes de faca na garota.

Aguinaldo contou à polícia ter matado a criança porque a mãe de Emanuelle não permitia que ela brincasse com o enteado dele, de nove anos. Segundo Aguinaldo, foi a própria garota quem o abordou e pediu para que ele a levasse para buscar mangas. “Eu disse a ela que iria buscar uma sacola em casa e a levei no cano de minha bicicleta”, disse Assunção. Segundo o assassino, ele já tinha feito isto antes.

TERROR — Acima, corpo de Emanuelle levado por um trator, pois foi difícil o acesso ao local do crime; à direita peritos da Polícia Civil chegam para analisar a área



No local, Aguinaldo pediu que Emanuelle o acompanhasse até outra árvore, onde, segundo ele, havia outra variedade da fruta. “Eu menti para ela”, declarou o assassino. “Não havia pé de manga. Quando ela passou em minha frente, eu, no impulso, já estava com a faca”, afirmou, em meio a lacunas, mas indicando o momento em que deu a primeira facada em Emanuelle.

Nas redes sociais, o assassino publicava imagens exaltando Deus, afirmava ser religioso e, em várias ocasiões, fez postagens em defesa da família. Após confessar o crime, seu perfil no Facebook foi “linchado” virtualmente por usuários da rede, que pediam vingança.

Preso desde a noite de segunda, Aguinaldo foi transferido no dia seguinte para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cerqueira César. Na quarta-feira, ele foi encontrado morto em sua cela. Segundo a polícia, ele se enforcou com o lençol.

Uma multidão acompanhou as cenas de horror



O caso ganhou repercussão nacional e foi noticiado nos principais jornais do País. Em entrevista à revista Veja, Fabiana Pestana, mãe de Emanuelle, diz que preferia ter visto Aguinaldo pagar a pena vivo, na cadeia, para sentir a dor que ela está sofrendo no momento. Fabiana disse que o vizinho “foi cínico e cara de pau” ao se envolver nas buscas pela criança e o define como “assassino de crianças”.

Ela ainda afirmou não se conformar com o motivo pelo qual Aguinaldo disse ter matado sua filha. Fabiana disse à Veja que só teria aconselhado Emanuelle a não brincar com meninos mais velhos. Ela afirmou que não consegue mais passar pelo parque onde a garota brincava no dia em que desapareceu.

Emanuelle foi enterrada na terça-feira, 14, no cemitério de Chavantes. O IML ainda analisa se houve ou não violência sexual contra a criança. 




FRIO — Aguinaldo contou como matou a menina sem esboçar emoção



 Após protestos, assassino só

foi enterrado em Ourinhos

Quando foi anunciada a morte de Aguinaldo Guilherme Assunção na cadeia, moradores de Chavantes se mobilizaram e cercaram o cemitério, que fica no distrito de Irapé, impedindo que ele fosse enterrado na cidade. Assim, a polícia cogitou o sepultamento do criminhoso em Cerqueira César, onde estava preso. No entanto, também houve protestos de moradores daquela cidade.

O assassino confesso de Emanuelle Pestana de Castro foi, então, levado para Ourinhos, onde foi enterrado numa cova feita às pressas. Seus familiares deixaram Chavantes por medo de retaliações. 



  • Publicado na edição impressa de 19/01/2020


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