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Restaurantes vivem rotina incomum durante a quarentena

Restaurantes vivem rotina incomum durante a quarentena

Publicado em: 23 de abril de 2020 às 19:25
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 14:47

Sem clientes para sentar nas mesas, aposta no

sistema delivery é mais difícil nos estabelecimentos

em que as entregas não eram o forte; por outro

lado, publicidade pode ser um bom caminho

Mesas vazias aguardam clientes, mas sem expectativa



André Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Com as portas fechadas e as mesas vazias, restaurantes de Santa Cruz do Rio Pardo estão se desdobrando para poder vender a mesma quantidade de comida a que estavam acostumados antes da crise do coronavírus.

A aposta da vez está no sistema delivery, mas nem todos tinham nas entregas a principal fonte de renda.

Com clientes que não estão acostumados a pedir, o restaurante Sabor da Tilápia, por exemplo, não tem conseguido atingir a meta de público. É o que diz a proprietária, Nelci Carvalheiro.

“Os tempos estão terríveis. A renda do restaurante caiu mais de 60%”, afirma. Ela teme o futuro dos funcionários. Até agora, não demitiu nenhum deles. “Remanejei todos. Garçons agora estão na cozinha, enquanto outros fazem entregas”, conta. Para ela, o governo não ajuda o pequeno empresário.

Nelci diz que esperava que o comércio reabrisse no último dia 7. O fato não se concretizou, e a quarentena foi estendida até maio. “Eu não tenho nem certeza se eu chego até lá”, afirma.

Cozinheiras do "Sabor da Tilápia" trabalham com máscara na cozinha



O restaurante de Nelci costumava “bombar” em dias específicos, quando havia comida japonesa, churrasco ou música ao vivo. Mas tudo isso só presencialmente. Sem os atrativos, as vendas foram por água abaixo.

Os cuidados com a cozinha também redobraram. Álcool em gel e máscaras são equipamentos obrigatórios a todos do restaurante.

Mas ninguém mais prepara as tradicionais sobremesas que enfeitavam uma mesa ao centro do restaurante. Sem público ou a correria do dia a dia, Nelci diz que carrega uma sensação de angústia misturada com revolta. “Sinto que passaram a mandar em minha vida”, lamenta.

Cairo Henrique Bernardo Catalano veio de Palmital para comprar o restaurante Le Monde Bistrô, na praça Leônidas Camarinha, há cerca de um mês. Abriu ao público durante uma semana e, logo em seguida, veio o decreto que determinou quarentena.

“Na primeira semana tudo ocorreu como previsto. Abrimos com música ao vivo em um dos dias e houve bom público”, conta. Pouco tempo depois, no entanto, precisou pensar outras alternativas para atrair clientes.

“Estamos investindo em publicidade. Em rádio, jornal, e sobretudo nas mídias digitais”, conta. O resultado, segundo ele, está sendo positivo. “A gente sabia da situação do coronavírus no mundo, mas não esperava que chegaria tão fortemente ao Brasil”, lembra.

Ele teve de reduzir o quadro de funcionários e o número de porções servidas. “Até porque a demanda caiu muito”, explica.

Promoções também surtem resultado nas vendas. “Como aquelas do tipo ‘compartilhe e marque um amigo para concorrer a um produto’”, relata Cairo. Ele fez isso na Páscoa e pretende fazer novamente. “Garante visibilidade. É lembrado aquele que é visto”, diz.

Para Cairo, a prova de que publicidade tem surtido efeito é o aumento de clientes novos que seu restaurante tem conseguido. “Alguns são fiéis, pedem duas, três vezes por semana. Mas vemos muita rotatividade”, conta.

Aos finais de semana, diz ele, a venda também diminuiu. “Sexta e sábado são dias em que poderíamos fazer eventos, como música ao vivo, por exemplo. É o que atrai o público”. Por outro lado, o prato tradicional de sábado — a feijoada —, segue forte, diz Cairo.



  • Publicado na edição impressa de 19/04/2020


SANTA CRUZ DO RIO PARDO

Previsão do tempo para: Sábado

Céu nublado
22ºC máx
10ºC min

Durante a primeira metade do dia Períodos nublados com tendência na segunda metade do dia para Céu limpo

COMPRA

R$ 5,41

VENDA

R$ 5,42

MÁXIMO

R$ 5,43

MÍNIMO

R$ 5,39

COMPRA

R$ 5,45

VENDA

R$ 5,63

MÁXIMO

R$ 5,46

MÍNIMO

R$ 5,43

COMPRA

R$ 6,38

VENDA

R$ 6,39

MÁXIMO

R$ 6,38

MÍNIMO

R$ 6,37
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