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Otacílio confirma ‘doação’, mas nega intuito eleitoral: ‘Seria muito barato’

Otacílio confirma ‘doação’, mas nega intuito eleitoral: ‘Seria muito barato’

Publicado em: 23 de agosto de 2020 às 19:23
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 21:19

Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

O prefeito Otacílio Parras (PSB) confirmou ao DEBATE que realmente entregou um cheque de R$ 3 mil a Luciano Severo logo após as eleições de 2006, quando o hoje vereador havia sido derrotado como candidato a deputado estadual pelo PSC. No entanto, ele nega qualquer outra intenção a não ser ajudar o ex-candidato a pagar as contas de campanha. Ele recebeu a reportagem do jornal na tarde de sexta-feira e concedeu a entrevista ao lado do secretário Cláudio Antoniolli e do assessor Roger Garcia. A exemplo do que fazia o ex-prefeito Adilson Mira, Otacílio determinou uma gravação paralela da conversa. Ele também pediu para não tirar fotos porque queria “ficar à vontade”.

Otacílio reclamou que, na entrevista à Band como pré-candidato, Severo usou quase todo o tempo para falar do prefeito. “Ele falou 90% do tempo sobre mim”, disse. Na verdade, o radialista da emissora perguntou o tempo todo sobre o rompimento do vereador com o prefeito, que foi o líder do governo na Câmara até 2018, quando foi “demitido” por Otacílio.

“Quando repete que rompeu comigo porque é honesto, ele está tentando dizer que sou desonesto, além de um monte de coisas relativas ao meu comportamento, que eu sou soberbo, arrogante e outras ofensas”, disse. Otacílio disse que pediu direito de resposta à Band FM, que foi negado pelo dono da emissora. O empresário teria dito que não havia ofensas na entrevista de Severo.

O prefeito disse que o rompimento não aconteceu devido ao resultado da CPI presidida por Severo — que responsabilizou o presidente da Codesan indicado por Otacílio —, mas “pelo comportamento do Severo durante a CPI”. Ele voltou a repetir que o vereador entregou cópias de depoimentos anteriores na véspera de Otacílio prestar depoimento, além de supostamente ter apresentado as perguntas que faria ao prefeito durante a oitiva. No primeiro caso, seria um pendrive entregue diretamente ao secretário de Comunicação da época, Renan Alves, na presença do então chefe de gabinete Maurício Salemme Corrêa.

As perguntas, segundo Otacílio, nem chegaram a ser entregues porque o prefeito teria expulsado Severo do gabinete. O vereador sempre negou esta história, que chegou a ser encaminhada ao Ministério Público pela base governista. O MP não instaurou nenhum inquérito. De acordo com Severo, os depoimentos na CPI eram abertos ao público e não havia sigilo algum.

“Eu denunciei isto logo após a divulgação do relatório final, em fevereiro [de 2018]”, disse. A reportagem lembrou que, na verdade, Otacílio só veio a público para narrar a história do pendrive quase um ano depois do relatório. “É verdade, você tem a memória melhor do que a minha”, brincou o prefeito. Entretanto, ele lembrou que meses antes chegou a dizer em emissoras de rádio que tinha “algo grave” contra Severo, mas resolvera não contar com receio de algum processo.

Algum tempo depois, Otacílio disse que contou o episódio aos vereadores para explicar como agia seu antigo líder do governo. “Mas quando eu disse isto publicamente, por acaso o Severo me denunciou por calúnia ou difamação? Claro que não, porque é verdade”, afirmou.

O prefeito também sugeriu que havia um “problema pessoal” entre Severo e Cláudio Agenor Gimenez, ex-presidente da Codesan, porque ambos queriam ser o candidato do grupo a prefeito. Otacílio lembrou que o relatório da CPI, mesmo contrário à administração, foi elaborado pelo vereador Lourival Heitor (SD), que permaneceu na bancada governista. “Se fosse pelo resultado da CPI, o Lourival ainda estaria comigo?”, questionou.

Otacílio tinha em mãos a prestação de contas da candidatura de Severo em 2006 e refutou a “atualização” do valor divulgada pelo vereador. “Os R$ 3 mil não representam R$ 15 mil hoje. No máximo, R$ 8 mil ou R$ 9 mil”, disse. Otacílio lembrou que Severo, de acordo com a prestação de contas, investiu apenas R$ 20 na sua própria campanha, obtendo os recursos restantes de doadores. Naquele ano, a campanha do atual vereador custou R$ 16.620,00, em valores não atualizados.

Ele também refutou insinuações de que a doação seria feita através de um “caixa dois”, já que emitiu o cheque ao portador. Otacílio disse que só não registrou a doação porque o cheque não foi compensado. “Aguardei o recibo, mas todas as doações eleitorais devem ser feitas em cheque”, explicou. 



  • Publicado na edição impressa de 16 de agosto de 2020


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