Publicado em: 13 de julho de 2023 às 23:10
Em 2020, comecei a me dedicar a projetos de formação técnica e de capacitação profissional para trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social (SUAS). Já estive em vários munícipios e os profissionais, que já me ouviram falar, somam um número bastante significativo. Tenho defendido a ideia de que o SUAS é um espaço potente, para o desenvolvimento de estratégias que ampliem o universo informacional e cultural das pessoas e estimulem seus processos emancipatórios. Além disso, defendo a tese de que a arte é um poderoso instrumento, capaz de gerar aprendizagens que estimulam o desenvolvimento de práticas de resistência, transformando a realidade dos territórios mais vulneráveis.
Numa dessas minhas andanças, num processo de supervisão de equipe, me deparei com belas histórias, mas um relato me chamou a atenção. A pessoa, enquanto me contava sobre sua vida, tentava responder quem ela era no SUAS, uma pergunta simples, mas ao mesmo tempo bastante complexa. Entre lágrimas e sorrisos, ela relembrou seu passado pobre e a vida privada de condições materiais.
Ela me contou que cresceu num contexto de muita pobreza simbólica, que a impedia de projetar ideias e desenvolver perspectivas para além daquilo que já estava colocado. Entre todas as dimensões da pobreza presentes em sua narrativa, a pobreza simbólica era a que parecia doer mais. Sua narrativa comprovava a importância daquilo que eu defendo: o SUAS é solo fértil para o desenvolvimento das pessoas e a arte e a cultura são instrumentos capazes de ampliar o conhecimento da realidade, gerar protagonismo e transformar a vida daqueles que tiveram seus direitos subtraídos e negados.
É obvio que é preciso matar a fome do alimento e abrandar as dores imediatas que vêm da desigualdade social. O sujeito precisa estar vivo para conseguir buscar pela própria emancipação, mas permanecer nesse primeiro nível de intervenção é reduzir as possibilidades de desenvolvimento de cada pessoa que passa pela Assistência Social, retroalimentando as práticas assistencialistas que em nada colaboram para o rompimento dos ciclos de pobreza.
O SUAS precisa se transformar num espaço em que as pessoas aprendam a sonhar e a arte e a cultura são instrumentos fundamentais para o desenvolvimento dessa capacidade.
Antiella Carrijo Ramos é psicóloga e trabalhadora da Assistência Social em Santa Cruz do Rio Pardo
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