Publicado em: 18 de novembro de 2023 às 19:05
O tema da redação do ENEM, este ano, atravessou a sociedade brasileira. Teve quem celebrou o debate, tão fundamental para a transformação das nossas relações socias, mas também tiveram aqueles que reduziram a discussão a uma questão ideológica, na tentativa de associar o tema a uma pauta meramente esquerdista. No último domingo, dia 05 de novembro, quase 3 milhões de candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) se dedicaram a refletir e a escrever sobre o tema “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho do cuidado realizado pela mulher no Brasil”.
O tema da redação do ENEM é fundamental para a compreensão das desigualdades de gênero num país em que as mulheres ainda dedicam 21,3 horas semanais para os afazeres domésticos e cuidados com pessoas, enquanto os homens gastam 11,7 horas, segundo os dados do IBGE. Cozinhar, limpar, cuidar das crianças, idosos e da rotina de uma casa são atividades de cuidado, atribuídas principalmente às mulheres, que garantem o funcionamento da sociedade, mas são desvalorizadas, invisibilizadas, consideradas obrigações femininas e atitudes esperadas como resultado do amor materno.
O governo brasileiro tem se dedicado a criação da Política Nacional de Cuidados, que tem a missão de tornar mais justa a organização do trabalho de cuidados no Brasil, reconhecendo o cuidado como uma responsabilidade que precisa ser compartilhada entre homens e mulheres. Compreender o cuidado como processo de trabalho é fundamental para o avanço e o desenvolvimento da sociedade, sobretudo do ponto de vista econômico, já que é necessário que as pessoas sejam criadas e educadas, para que elas se desenvolvam e se tornem trabalhadoras, mantendo assim o funcionamento da economia. A elaboração da Política Nacional de Cuidados está sendo coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e pelo Ministério das Mulheres e toda sociedade brasileira pode colaborar, participando da consulta pública que pretende ouvir toda a sociedade sobre as principais demandas em relação ao tema e estará disponível até o dia 15 de dezembro, nos sites oficiais do governo federal.
Encarar esse debate é fundamental para o enfrentamento da desigualdade de gênero e é o ponta pé inicial para a construção de estratégias e políticas públicas que se proponham a desenvolver, na vida real e cotidiana, relações mais justas e igualitárias entre homens e mulheres.
Antiella Carrijo Ramos é psicóloga e trabalhadora da Assistência Social em Santa Cruz do Rio Pardo
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