Antiella Carrijo Ramos

Desejo viver o futuro

Coluna de Antiella Carrijo Ramos

Desejo viver o futuro

Publicado em: 08 de outubro de 2022 às 08:46

O resultado do primeiro turno das eleições gerou amargores. Aqueles que venceram a primeira etapa do pleito terminaram o último domingo desanimados. Eles acreditaram que seria possível vencer, sem precisar levar adiante mais vinte e oito dias de campanha. Aqueles que receberam o voto útil de última hora e se desempenharam para além dos resultados das pesquisas, tampouco se mostraram satisfeitos. No jogo político todos desejam levar a melhor e neste pleito o dissabor foi generalizado. E assim, meio aos trancos e barrancos, segue a nossa jovem democracia!

A democracia no Brasil, implementada no final dos anos 80 com o fim da ditadura militar, é muito recente. Nestes tempos de ódio e polarização política, muito tem se falado sobre a importância de fortalecer a democracia, mas poucos sabem o que isso significa. A desigualdade social e as formas existentes de representatividade que, na maioria das vezes, não expressam as demandas e as necessidades da maioria da população, se encontram entre os maiores desafios a serem vencidos, para que o Brasil se torne uma democracia de fato. O Brasil vive uma realidade em que as populações mais pobres e excluídas pouco são escutadas e validadas nas decisões políticas. As alianças e pactuações entre os grupos hegemônicos, criam grandes obstáculos para a participação política e negam ao povo o direito de fazer parte das decisões, impedindo o envolvimento das pessoas no exercício da cidadania em prol do bem comum. Igualdade, diversidade, participação, solidariedade e liberdade são princípios democráticos que precisam ser defendidos por todos os brasileiros, não só nas urnas, mas na vivência do cotidiano, no miudinho da vida que se cria a partir da ação de cada um.

Desejo viver o tempo futuro e colaborar para a construção de um país, verdadeiramente democrático, que crie oportunidades para a classe trabalhadora ser, existir e  sonhar, rompendo com a desesperança que “nos imobiliza e nos faz sucumbir no fatalismo onde não é possível juntar as forças indispensáveis ao embate recriador do mundo (...) não há utopia verdadeira fora da tensão entre a denúncia de um presente tornando-se cada vez mais intolerável e o anúncio de um futuro a ser criado, construído política, estética e eticamente por nós mulheres e homens.” (Paulo Freire).


Antiella Carrijo Ramos

Antiella Carrijo Ramos

Antiella Carrijo Ramos é psicóloga e trabalhadora da Assistência Social em Santa Cruz do Rio Pardo


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