Publicado em: 22 de abril de 2022 às 21:35
Não poderia deixar esse mês passar sem falar sobre autismo. Isso porque no dia 02 de abril instituiu-se o Dia da Conscientização Mundial do Autismo. Como defensora ferrenha da causa que sou, seria descuido de minha parte não aproveitar esse espaço para escrever sobre um assunto de tamanha relevância. Posso dizer, sem medo algum de me arrepender, que nossa sociedade ainda não está preparada para as pessoas atípicas. Aliás, a maioria dela ainda imagina que os autistas ficam sempre andando de um lado ao outro, chacoalhando as mãos para cima, balbuciando sons totalmente incompreensíveis, que jamais conseguirão falar como um ser humano típico (aqueles considerados “normais”) e que não terão chance de ser independentes. Grande equívoco!
O termo Transtorno do Espectro do Autismo foi divulgado a partir de 2013, quando o Manual de Diagnóstico da Academia Americana de Psiquiatria foi reformulado. A palavra espectro define a ampla diversidade de características encontrada num mesmo diagnóstico. Sabemos hoje que o autismo vai muito além das limitações impostas pela dificuldade de se comunicar, pelos movimentos e sons repetitivos e sempre realizados da mesma forma, pelo interesse exacerbado por temas específicos. O autismo tem um polimorfismo que varia desde características que condenam à dependência profunda a outras que só se reconhecem em grandes gênios.
Precisamos aceitar que pessoas autistas estão em toda parte. Sabe aquele seu amigo que era “o esquisito” na escola? Que não gostava de falar muito, parecia tímido e arisco feito um bicho do mato, nunca ia às festinhas da turma, e tinha umas manias estranhas? Há grande chance de ser autista. E adivinha? Tem muito autista por aí sem nem mesmo imaginar que pode sê-lo. Tem autista gerente de banco, tem autista médico, tem autista engenheiro, tem autista agrônomo, professor, juiz, funcionário doméstico, motorista de ônibus, jornalista, desenhista, cortador de cana, advogado, enfim... tem autista em todo lugar, tem autista de todo jeito. Engana-se quem pensa que autista é sempre limitado e incapaz!
Então nesse mês, ao menos durante abril, peço que pesquisem um pouco mais sobre o Autismo, sobre como ele se apresenta e sobre como podemos instruir a nossa sociedade. Afinal, como disse Amy Gravino, “Um dos maiores desafios de ser autista não é o autismo em si, mas como as pessoas reagem a ele”. Que nossa reação seja sempre acolhedora, empática e inclusiva.
Ellen Manfrim é médica neuropediatra em Santa Cruz do Rio Pardo
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