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Advogado de Armando Cunha diz que ex-secretário vai provar que é inocente

Advogado de Armando Cunha diz que ex-secretário vai provar que é inocente

Publicado em: 27 de fevereiro de 2018 às 17:39
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 08:09

Ex-secretário de Finanças prestou depoimento na

terça-feira, 20, no inquérito do caso Sueli Feitosa

DEFENSOR — O advogado Moacir Karan Júnior, de Bauru, assumiu a defesa do ex-secretário Armando Cunha



O ex-secretário de Finanças da prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo, Armando Cunha, depôs na tarde de terça-feira, 20, na Central de Polícia Judiciária, no inquérito que investiga o desvio milionário de dinheiro público, no esquema operado pela ex-tesoureira Sueli de Fátima Feitosa. Armando estava acompanhado do advogado Moacir Karan Júnior, de Bauru, que assumiu há pouco tempo a defesa do ex-secretário. Secretário de Finanças durante mais de 16 anos, Armando atravessou os governos de Adilson Mira (PSDB), Maura Macieirinha (PSDB) e todo o primeiro mandato do prefeito Otacílio Parras Assis (PSB). Ele foi demitido em fevereiro do ano passado, menos de três meses após o esquema criminoso ser descoberto pelo próprio setor comandado por Armando.

Como acontece desde o início das investigações, Armando não quis dar entrevista. No entanto, permaneceu ao lado de seu advogado que concordou em falar ao DEBATE. “Nós estamos prestando esclarecimentos, pois estamos à disposição da autoridade policial ou da magistratura de Santa Cruz do Rio Pardo, se houve necessidade”, disse. “Na verdade, o Armando é uma das pessoas que mais querem esclarecer estes fatos porque ele foi a primeira vítima deste caso”, disse Karan.

Segundo o advogado, o ex-secretário tem uma vida “escorreita” e foi atingido pelo crime de desfalque “de forma lamentável”. Karan lembrou que, na condição de secretário, Armando Cunha comunicou imediatamente o prefeito Otacílio Parras quando o esquema foi descoberto, no dia 22 de dezembro de 2016. “Ele era o chefe do departamento e, como responsável, instalou um procedimento interno para apurar tudo. Mas a forma como aconteceu este procedimento criminoso atingiu todo mundo”, explicou Karan.

O advogado assumiu há pouco tempo a defesa de Armando e, portanto, não acompanhou, no ano passado, a acareação entre Armando e Sueli Feitosa. Na ocasião, num clima tenso, Sueli fez acusações que foram rebatidas pelo ex-secretário. Para Karan, não há nenhuma prova consistente sobre o envolvimento de Armando neste caso. “É muito desgastante. Qualquer insinuação pode levar a instauração de outros inquéritos ou ramificações”, disse.

Segundo Karan, Sueli Feitosa deu várias declarações contraditórias, tentando “pulverizar” as responsabilidades. “Cada vez que ela constitui um profissional, é instruída a dizer algumas coisas. Nos últimos depoimentos, Sueli desdisse algumas coisas e imputou responsabilidades, citando nomes. E é exatamente isso o que a autoridade policial busca esclarecer”, disse.

O advogado disse que está “absolutamente convicto” de que Armando Cunha não deve nada. “Ao contrário, é vítima. Após a sentença absolutória, vou pensar até em pedir indenizações por reparação da moral, seja quem acusou levianamente”, disse o advogado.

Trajetória

Bancário aposentado, Armando Cunha foi nomeado secretário de Finanças logo na posse de Adilson Mira em 2001, permanecendo no cargo nos governos seguintes, inclusive no primeiro mandato de Otacílio Parras. Na véspera do Natal de 2016, o secretário foi alertado por funcionários da pasta que Sueli Feitosa estava tentando fazer uma transferência irregular para conseguir dinheiro para o pagamento dos servidores. É que a conta bancária não tinha os recursos exibidos pela ex-tesoureira aos superiores. Os extratos eram falsos e a descoberta deu início à maior investigação da história da Polícia Civil de Santa Cruz do Rio Pardo.

Armando Cunha, porém, foi mantido no cargo e, inclusive, citado com elogios pelo prefeito Otacílio Parras (PSB) na posse para o segundo mandato, em 1º de fevereiro do ano passado. Quarenta e dois dias depois, o secretário foi exonerado do cargo e passou a ser investigado nos inquéritos da polícia. Ele pode ser responsabilizado pela negligência na fiscalização do dinheiro público.
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