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Bibliotecária é investigada em sindicância e se diz perseguida pela administração

Bibliotecária é investigada em sindicância e se diz perseguida pela administração

Publicado em: 14 de outubro de 2020 às 12:42
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 12:14

Caso envolve entrega de livros por aposentado que morreu menos um mês depois

Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Funcionária concursada da prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo, a bibliotecária Adriana Vieira de Aguiar está respondendo a uma sindicância por ordem do secretário de Administração Fernando Rampazo. Ela foi denunciada por outro funcionário da “Biblioteca Municipal Abílio Fontes” por supostas irregularidades. Adriana disse que está sendo perseguida e receia ser demitida, já que ainda está em estágio probatório.

O caso é controverso. Adriana teria recebido, em 4 e 5 de agosto, três pessoas no prédio da biblioteca, um jornalista e outros dois doadores de livros. Segundo a portaria da sindicância, a funcionária não poderia ter deixado as pessoas entrar na biblioteca em época de pandemia. Além disso, o documento diz que Adriana também reclamou publicamente de supostas perseguições e do estado de abandono da biblioteca.

As visitas, porém, aconteceram quando o aposentado Antônio Leme da Silva, o “Baiano de Gráfica”, foi até o local para verificar a chegada de livros que ele próprio conseguiu por meio de doação. “Baiano”, que morreu menos de um mês depois do episódio, pediu os livros diretamente ao escritor e sociólogo Mário Sérgio Cortella, de cujo pai foi amigo em Santa Cruz.

Cortella atendeu ao pedido e enviou várias obras à biblioteca. Um jornalista acompanhou a doação, ao lado de Douglas Leme, filho de “Baiano”. O aposentado foi fotografado no lado de fora da biblioteca e os três permaneceram poucos minutos no prédio. Também será apurado na sindicância se as pessoas usavam máscaras.

Em fevereiro, o jornal publicou reportagem informando que Otacílio Parras (PSB) cortou os recursos destinados à a biblioteca, que neste ano é de menos que 0,01% do orçamento do município. Em dois anos, o atual governo comprou apenas 121 livros novos.

Na visita ao prédio, é fácil constatar que o local tem sinais de abandono e problemas estruturais. Apesar do forte calor, não há ar-condicionado e apenas alguns ventiladores funcionam. A própria bibliotecária trabalha numa mesa cuja toalha esconde a situação: é um tablado improvisado com uma lousa velha e inutilizada.

O secretário de Cultura, Frednes Botelho, admite que a situação do prédio é precária, mas lembra que o imóvel é tombado historicamente por uma lei municipal, razão pela qual não se pode fazer reformas, mas apenas restaurações. “Nós já compramos móveis e utensílios, mas a pandemia atrasou a entrega”, afirmou.

Botelho disse que a sindicância contra a bibliotecária foi instaurada porque houve uma denúncia de funcionário do próprio setor. “Ele formalizou e descreveu o fato. Porém, por enquanto só houve a abertura da sindicância, sem qualquer fato posterior. Os fatos serão apurados”, explicou.

O secretário nega que a funcionária esteja sendo perseguida pela administração. “Eu, por exemplo, nunca persegui ninguém e não seria agora que tomaria esta atitude. Infelizmente, houve uma denúncia e sou obrigado a agir na forma da lei”, explicou. Todos os citados serão chamados para depor nas investigações.



  • Publicado na edição impressa de 4 de outubro de 2020


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