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Depois de polêmica, prefeito cede e assina contrato do lixo

Depois de polêmica, prefeito cede e assina contrato do lixo

Publicado em: 21 de maio de 2020 às 05:53
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 09:14

Decisão veio após dias relutando

para homologar licitação de limpeza

urbana alegando revisão de documentos


André Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Fim da novela. O prefeito Otacílio Parras enfim resolveu ceder e, na manhã de quarta-feira, 13, a administração assinou o contrato com a empresa “Ártico”, que venceu o pregão de limpeza pública no município duas semanas atrás por um valor de quase R$ 3 milhões a menos se comparado ao que era pago à MRover, a empreiteira que até este ano realizou o serviço em Santa Cruz do Rio Pardo.

A “Artico” venceu os quatro lotes da licitação — coleta de lixo, varrição urbana, coleta de massa verde e de recicláveis. Otacílio relutou em permitir que a empresa iniciasse o serviço e determinou a revisão de todo o processo licitatório.

A mando de Otacílio, a revisão passou por dois procuradores. Enquanto a licitação não foi homologada, quem coletou o lixo em Santa Cruz foi a autarquia Codesan — que não tem equipamentos e nem pessoal para tanto.

Caminhões da Codesan não eram próprios para a coleta de lixo



Sacos ficaram pelo chão até na estrada em direção ao antigo aterro



O resultado, conforme adiantado pelo DEBATE na semana passada, foi caótico. A coleta foi feita em caminhões comuns, inapropriados para o serviço, e sacos de lixo caíram da caçamba. Funcionários dos setores de jardinagem e construção civil tiveram de se tornar coletores da noite para o dia.

O prefeito insistiu no discurso de que documentos da “Ártico” foram entregues com atraso. Na verdade, a empreiteira tinha até a sexta-feira, 8, para enviá-los, e tudo ocorreu dentro do prazo segundo apurou o DEBATE.

Otacílio também deixou claro que os documentos cuja análise estava pendente diziam respeito à varrição urbana. Apesar disso, não liberou a coleta de lixo para a empreiteira de Bauru.

Em 2014, quando a MRover assumiu em Santa Cruz, não houve o pedido de revisão completa e a empreiteira rapidamente assumiu os serviços. A única vez em que o governo adotou “diligências” em pregões foi no caso das rádios, quando tentou proteger a Difusora, emissora aliada de Otacílio.

Várias ruas de Santa Cruz do Rio Pardo ficaram com lixo espalhado



Na segunda-feira, 11, a reportagem flagrou funcionários da Codesan sem máscaras ou equipamentos de segurança em cima da caçamba de caminhões. Estavam rodeados de lixo.

Embora a prefeitura tenha cotado preços para um contrato emergencial por 45 dias, não formalizou o documento porque o valor, segundo Otacílio, estaria superfaturado. Na verdade, o contrato emergencial possui valores mais caros porque a empresa não tem garantia de estabilidade. No caso de Santa Cruz, a “Ártico” também venceu o emergencial.

Caminhão da Codesan abarrotado com lixo



Apesar das fotografias mostrando funcionários da Codesan se equilibrando em cima dos caminhões, adiantadas pelo DEBATE em seu site, o promotor Marcelo Saliba disse que fotos não serviam. Ele é o responsável pelo setor de Saúde pública do município.

Saliba afirmou que já havia solicitado esclarecimentos por parte da prefeitura e da Codesan sobre a falta de equipamentos ou pessoal. Ao DEBATE, há duas semanas, disse que “se a Codesan não tiver equipamento, não pode fazer o serviço”. A autarquia, no entanto, realizou a coleta sem quaisquer impedimentos.

A Polícia Militar também admitiu que a autarquia infringiu leis de trânsito, mas reiterou que não multou os veículos porque “todos fazem o que fazem em busca do interesse social e do bem comum”.



  • Publicado na edição impressa de 17/05/2020


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