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Editorial: Um basta à desinformação

Editorial: Um basta à  desinformação

Publicado em: 23 de março de 2020 às 22:19
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 09:19

Um basta à desinformação

Da Redação

Dizem que as redes sociais democratizaram o acesso à informação. É verdade, mas elas também são praticamente as grandes responsáveis pela disseminação de notícias falsas, as chamadas “fake news”, fato que, atualmente, transforma as redes em dispositivo negativo num mundo já atemorizado pelo coronavírus.

A liberdade que as mídias digitais proporcionaram transformaram qualquer um em “jornalista”. Hoje, é muito fácil criar um site e intitulá-lo jornalístico. Qualquer um pode se dizer jornalista, mesmo sem conhecer ou respeitar a ética e as responsabilidades da profissão. Não há compromisso com a notícia verdadeira. Informações são divulgadas sem apuração, confirmação, checagem ou sequer com o devido respeito aos envolvidos.

Isso banaliza a imprensa e, fatalmente, deixa a população diante de conteúdos irresponsáveis espalhados por perfis idem. As pessoas recebem o dia todo uma enxurrada de vídeos ou áudios com informações falsas, cujos protagonistas não conhecem e nunca sequer ouviram falar. É desta forma que supostos “cientistas”, “especialistas” ou “jornalistas” dão dicas sobre tratamentos ou falam sobre teorias da conspiração que envolvem China ou outros países.

E muitos acreditam. O peso da opinião do idiota da esquina, aquele que era ignorado num passado ainda recente, pode ser maior do que o de um cientista vencedor do Nobel.

Outros ignóbeis, confundindo realidade com ideologia, propagam que a população deve deixar de assistir TV, ler jornais ou revistas. Mais alguns, que se intitulam líderes religiosos, mas que na verdade estão mais interessados no dinheiro dos fiéis, alegam que o coronavírus é invenção da mídia ou obra de satanás.

Na semana passada, em Santa Cruz do Rio Pardo, circularam áudios nas redes sociais, atribuídos a profissionais da Saúde, com informações sobre supostos casos confirmados da Covid-19 na cidade. Divulgaram, inclusive, informações falsas sobre o estado de saúde de uma médica, que estaria respirando com ajuda de aparelhos. A especialista, que está em quarentena com sintomas de gripe, mas cujo exame de coronavírus ainda não saiu, foi obrigada a vir a público, através de um vídeo, para desmentir a informação.

Nunca o combate às notícias falsas foi tão necessário. Do ponto de vista econômico, é muito mais lucrativo vender este tipo de conteúdo. É sensacionalista, barato e fácil de ser compartilhado. Só o tempo para mostrar a falta de credibilidade deste tipo de conteúdo falso. No entanto, estamos numa guerra em que o tempo é um dos mais importantes ingredientes.

O próprio prefeito municipal alertou a população para buscar informações em “fontes confiáveis” da imprensa. Como médico, sabe que a mentira é um dos obstáculos mais difíceis na guerra contra o coronavírus.

O mundo — e nele se inclui Santa Cruz do Rio Pardo e região — tende a parar pela crise do coronavírus.

Como na Itália e nos outros países, no entanto, os veículos de comunicação não param. Lutam para informar a população, levar a notícia confiável, narrar as ações neste momento de temor e anunciar o trabalho incansável da medicina para descobrir uma vacina.

Lugar de repórter é na rua. Mas esta exposição não costuma blindar os jornalistas pela divulgação de notícias falsas. Ao contrário, pessoas irresponsáveis atacam a imprensa séria.

O DEBATE só conseguiu se manter de pé durante seus 42 anos de existência porque possui um compromisso com a verdade. E só leva a notícia ao leitor após checar, verificar, apurar e confirmar as informações.

É hora de responsabilidade, de união e da busca de informações corretas. Pela conscientização, é hora de combater a desinformação. 



  • Publicado na edição impressa de 22/03/2020


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