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Ipaussu declara 'guerra' contra as capivaras do lago municipal

Ipaussu declara 'guerra' contra as capivaras do lago municipal

Publicado em: 29 de janeiro de 2020 às 19:27
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 11:38

Depois de duas novas mortes, prefeito

anuncia cancelamento do Carnaval;

cidade teve passeata de protesto


Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Mais duas crianças morreram na semana passada, provavelmente vítimas de febre maculosa, embora os exames só devam sair em algumas semanas. Já são quatro pessoas mortas desde setembro do ano passado e a causa possivelmente seja o grupo de capivaras que vive no lago municipal. O animal é hospedeiro do carrapato que transmite a febre maculosa. A confirmação da morte de mais uma criança na manhã de sexta-feira fez com que a cidade decidisse acabar com as capivaras. O prefeito Sérgio Guidio (PSDB) disse que se cansou de aguardar uma solução das autoridades do Estado e vai retirar os animais do lago, mesmo sob risco de sofrer alguma sanção legal.

No ano passado, morreram um adulto e um menino de 15 anos, filho do vereador Gelson dos Santos Costa. Na segunda-feira, 20, João Gabriel Nunes Martins, 11, morreu na Santa Casa de Ipaussu com sintomas da febre maculosa. Na manhã de sexta-feira, 24, Haroldo Fernandes Marcondes Baloeiro, 8, também morreu após ser internado na UTI de Ourinhos.

Manifestantes fizeram um ato em frente ao prédio do Fórum de Ipaussu



O prefeito Sergio Galvanin Guidio, que vinha recebendo críticas pela suposta demora em resolver o problema, afirmou que “perdeu a paciência” com as autoridades que deveriam autorizar a retirada das capivaras. Como se trata de animal silvestre, protegido pela legislação do Meio Ambiente, o manejo precisa seguir um trâmite burocrático. Matar uma capivara, por exemplo, é crime punido com a pena de reclusão.

Guidio contratou biólogos, fez convênio com a Unesp e perambulou por gabinetes da secretaria do Meio Ambiente, Ibama e Sucen. A única medida governamental foi declarar como “área de transmissão” o entorno do lago municipal de Ipaussu. “Mas nem fizeram exames nos animais. A classificação foi feita apenas com a inspeção dos animais e a detecção de carrapatos. Também não foi feita a sorologia das capivaras”, disse o prefeito.

Na tarde de sexta-feira, logo após a confirmação da morte de outra criança, o prefeito determinou a construção de “bretes” numa área do lago, com o objetivo de cercar as capivaras para posterior retirada.

‘CONDENADAS’ — Antes atração turística, as capivaras deverão ser removidas do lago municipal de Ipaussu



No dia anterior, a prefeitura havia anunciado a interdição total do local, com a colocação de faixas indicativas cercando completamente o lago. Além disso, um funcionário público foi designado como vigia durante o dia para impedir que pessoas se aproximassem do local. Um pescador teve que ser retirado com auxílio da polícia.

Ao mesmo tempo, a Santa Casa de Misericórdia e a secretaria de Saúde abriram sindicâncias internas para apurar o atendimento aos dois garotos que morreram. Segundo consta, o menino que morreu na segunda-feira passou por pelo menos quatro médicos, sendo que apenas o último suspeitou da febre maculosa e pediu exames. Desde o ano passado, quando começaram as mortes suspeitas, há um protocolo de atendimento que leva em consideração o risco da doença.

“Eu pedi pelo amor de Deus à Sucen e à secretaria estadual para providenciarem a autorização com urgência. Fui ao Ministério Público para pedir apoio, mas não podemos mais esperar”, disse o prefeito, reclamando que os técnicos estão solicitando vários documentos. Ele chegou a defender a “eutanásia” para os animais do lago.

A situação é tensa, pois até servidores da prefeitura têm receio em efetuar ações no lago municipal por medo da legislação ambiental e também pelo risco de contaminação.

“FORA CAPIVARA!” — Passeata realizada ontem reuniu dezenas e pediu o fim das capivaras do lago municipal



Protesto nas ruas

Na manhã deste sábado, 25, logo após o sepultamento do garoto Haroldo Marcondes, 8, a quarta vítima da febre maculosa na cidade, dezenas de moradores e autoridades saíram às ruas numa passeata de protesto. Aos gritos de “fora capivara”, eles caminharam até o Fórum da cidade, exigindo a retirada dos animais do lago.

O prefeito Sérgio Guidio discursou e anunciou que vai aguardar por uma medida judicial até segunda-feira, 27, já que o município ajuizou um documento pedindo que a Justiça determine ao Estado a imediata remoção dos animais. Ele admitiu que está pronto para tomar uma decisão unilateral, mesmo sob risco de sofrer punição. 



  • Publicado na edição impressa de 26/01/2020


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