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Prefeito defende empresa que venceu licitação e ataca ‘blitz’ de vereadores

Prefeito defende empresa que venceu licitação e ataca ‘blitz’ de vereadores

Publicado em: 15 de maio de 2018 às 23:22
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 11:10

Otacílio sugere que não vai apurar irregularidades

na licitação de um serviço que vai custar R$ 345 mil

INVESTIGAÇÃO — No dia 3, vereadores descobriram que a sede da empresa de monitoramento é uma residência...



O prefeito Otacílio Parras Assis (PSB) atacou os vereadores que, no último dia 3, fizeram uma ‘blitz’ na sede da empresa que venceu uma licitação no valor de R$ 345 mil para o monitoramento de prédios públicos. Para ele, a investigação foi um “show” e serviu apenas para “dar espetáculo”. Naquele dia, o grupo de cinco vereadores descobriu que a sede da empresa Sanson Engenharia, indicada por escrito pela prefeitura como o local onde estava instalada a central de monitoramento, era apenas uma residência sem qualquer equipamento. Os parlamentares também descobriram que o serviço está sendo feito na sede de outra empresa que sequer participou da licitação.

Estranhamente, Otacílio também defendeu a empresa que venceu o certame que está sendo considerado sob suspeita por uma série de irregularidades. Há, inclusive, processos na Justiça. Segundo ele, a Sanson “faz o monitoramento melhor do que a anterior”, referindo-se à Service Security, que prestava o serviço ao município há anos. Para ele, a fiscalização dos vereadores na sede da empresa foi “mero sensacionalismo”.

A prefeitura de Santa Cruz teve de promover três licitações até decidir que a Sanson Engenharia ficaria com o serviço de monitoramento. A empresa, porém, não comprovou ter experiência no ramo de vigilância por câmeras em tempo real. Um atestado da prefeitura de Iaras, apresentado pela empresa numa das licitações, foi revogado pelo prefeito daquela cidade por irregularidades. Posteriormente o município informou ao jornal que a Sanson nunca fez monitoramento em tempo real naquela cidade.

Além disso, o serviço está sendo feito pela Sanson Communications, que fica em outro endereço e não participou da licitação. Esta empresa não tem o monitoramento como uma das funções empresariais. Desde que a Sanson assumiu a vigilância dos prédios públicos, houve dois furtos.

...e o serviço contratado é feito por uma outra empresa, em outro endereço



Defesa

O prefeito Otacílio Parras usou os microfones da rádio Difusora para censurar a fiscalização dos vereadores. Na semana passada, os próprios radialistas da emissora defenderam a administração e atacaram os parlamentares. Para Otacílio, a “blitz” apenas confirmou que o monitoramento está sendo feito, sem explicar as dúvidas sobre as duas empresas envolvidas no negócio de R$ 345 mil. “São apenas dúvidas em relação a endereços que depois serão resolvidas”, ressaltou. O imóvel fornecido pela empresa como sendo sua sede é, na verdade, a residência da proprietária.

“De repente, um turbilhão”, reclamou o prefeito. Segundo eles, alguns vereadores agiram “de forma intempestiva e atabalhoada”, sem verificar antes as informações corretas. “Mas o mal causou o bem”, disse Otacílio, afirmando que “ficou comprovado” que o monitoramento está sendo feito.

Para o prefeito, o “constrangimento” foi provocado pela “inexperiência de vereadores de primeiro mandato ou maldade dos demais”, anunciando que a Sanson está fazendo um serviço além do contratado pelo município. Para o dono da Difusora, Pedro Donizeti, “alguns vereadores quiseram tirar proveito da situação”.




RECADO — Severo lembrou que, quando ocupou o cargo de líder, nunca foi “conivente ou subserviente”



Severo refuta crítica

do líder do governo

O pronunciamento do vereador Lourival Heitor (DEM) à rádio Difusora, criticando a ação de um grupo de vereadores no caso do monitoramento, gerou uma resposta de Luciano Severo (PRB) na tribuna da Câmara. Lourival, que é o novo líder do prefeito Otacílio na Câmara, censurou a “blitz” na empresa que venceu a licitação e disse que ela provocou apenas “constrangimento”. Para Lourival, “vereador não é polícia”.

O líder do prefeito, entretanto, se esqueceu que o vereador, entre suas prerrogativas, tem exatamente o poder de polícia. Luciano Severo, que é amigo de Lourival, foi educado na resposta, mas alertou que o colega teria sido “muito infeliz” em seu pronunciamento.

Para Severo, o trabalho dos vereadores teve o intuito de alertar Otacílio sobre alguns procedimentos da empresa “e não, como sugeriu o prefeito, para cassá-lo”. O vereador lembrou que foram os vereadores, inclusive, aqueles que devolveram o mandato a Otacílio quando o próprio prefeito, num ato intempestivo, renunciou ao mandato em março do ano passado. “A fiscalização que foi feita é prerrogativa exclusiva dos vereadores”, explicou.

O líder do governo, Lourival Heitor, também se inscreveu para falar na tribuna, mas desistiu em seguida. Depois da sessão de segunda-feira, os dois conversaram numa sala a portas fechadas. “Foi produtiva”, disse Severo sobre a conversa, ao deixar o recinto da Câmara.

Murilo contesta

Murilo Sala (SD) disse não entender motivo das críticas da rádio Difusora



Na semana passada, Murilo Costa Sala também pediu para responder aos ataques aos vereadores na própria Difusora. “Não entendo a motivação destas críticas [da emissora] à ação dos vereadores”, afirmou. Murilo explicou que a própria prefeitura, num ofício assinado pelo secretário de Assuntos Jurídicos e encaminhado pelo prefeito Otacílio Parras, informou um endereço inexistente para a central de monitoramento, sendo necessária uma verificação direta no local.

Posteriormente, apurou-se o real nome da rua e, numa “blitz”, descobriu-se que o local era apenas a residência da proprietária da empresa. “A mulher que nos atendeu disse que naquele local não era feito nenhum monitoramento e sugeriu que procurássemos o filho dela numa outra empresa”, disse.

Murilo lembrou que os vereadores decidiram, então, procurar o prefeito Otacílio para informar o que estava acontecendo. Segundo ele, as declarações posteriores do prefeito causaram espanto aos vereadores que estiveram em seu gabinete. “Nós conversamos e saímos tranquilos, mas depois ele disse que causamos um mal e fizemos um show”, reclamou.

Murilo disse que o jornalista do DEBATE acompanhou os vereadores porque foi ele quem descobriu o verdadeiro endereço da empresa onde, de acordo com o prefeito, estaria sendo feito o monitoramento dos prédios públicos por câmeras em tempo real.
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