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Rua sem asfalto causa revolta dos moradores

Rua sem asfalto causa revolta dos moradores

Publicado em: 24 de maio de 2018 às 22:47
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 10:05

Grupo de moradores já pediu melhorias na

pequena rua do bairro Jardim Eleodoro

DESCASO — Apesar de ter poucas quadras e ser cercada de asfalto, a Benjamin Meneguin está abandonada



Diego Singolani

Da Reportagem Local

A primeira impressão que se tem ao passar pela rua Benjamin Meneguim, no Jardim Eleodoro, é de abandono. Às margens do ribeirão, localizada em um bairro de classe média em Santa Cruz do Rio Pardo, a via de poucas quadras não dispõe de estrutura mínima e seus moradores sofrem, principalmente, com a falta de asfalto.

A situação é agravada pelo fato de pessoas frequentemente se utilizarem da área para descarte de lixo e entulho. Até carcaças de carros velhos são abandonadas no meio da rua, completando o cenário do descaso. No entorno da Benjamin Meneguim, todas as quadras já receberam asfaltamento. Quem reside no local se revolta com a omissão do poder público e diz que nenhuma satisfação é dada aos moradores.

Letícia de Paula, 34, mora há 14 anos no endereço. Ao longo desse tempo, diz que só ouviu promessas de políticos. “Troca-se o prefeito, trocam os vereadores, mas continua a mesma conversa fiada. Pagamos impostos e não temos retorno nenhum. Se o clima está seco, o pó invade as casas; se chove, o barro é o problema. É lamentável”, desabafa.

Stefani Rodrigues, casada e mãe de três filhos pequenos, a menor com apenas 10 meses, conta que a famímlia mora há seis anos na Benjamin Meneguim e, segundo ela, já se cansou de pedir providências. “Sempre entramos em contato com os vereadores, mas parece que ninguém quer ver de perto a situação. Além da falta de asfalto, o acúmulo de entulho traz o risco da dengue”, reclamou. Segundo ela, é constante o aparecimento de animais peçonhentos nas residências, como aranhas e escorpiões.

Dulce Basseto reclama que Codesan não envia sequer caminhão pipa



Histórias

A insatisfação no bairro é geral, não só pela falta de solução, mas pelas versões desencontradas que os moradores recebem, tanto da prefeitura como dos vereadores. Dulce Baceto Leite, 58, é casada e cuida das netas durante às manhãs. Ela conta que o prefeito Otacilio Parras (PSB) prometeu durante a última campanha eleitoral que em janeiro de 2017 a rua seria asfaltada com verbas do governo federal. “Até hoje estamos esperando. Só promessas. Aí vem um vereador e diz que o problema é que nenhuma empresa quer assumir a obra. Outro diz que a verba não é mais suficiente. Não sabemos mais em quem acreditar”, declarou. Dulce diz que o poder público sequer colabora com ações paliativas para minimizar o transtorno. “Já pedimos um caminhão pipa para diminuir a poeira no tempo seco, mas fomos ignorados. Também solicitamos um pouco de pedra na Codesan, durante a gestão do presidente anterior. Mandaram um ‘terrão’ e o próprio motorista da empresa nos orientou a não espalhar, pois seria pior”, lembra. “Minha vontade foi de mandar despejar na porta da casa do presidente. E ainda por cima retiraram as pedras que minha família tinha colocado em frente de casa. No fim, ficamos sem uma coisa, nem outra”, relata Dulce.

Para Judson Silva Soares, 44, que mora com a família há 5 anos na Benjamin Meneguim, parece faltar vontade dos políticos em resolver a situação. “Se eles dizem que já existe a verba, podemos nos organizar e tentar pagar o restante. O triste é a falta de satisfação. Meu IPTU chegou esse mês e eu me pergunto: porque só a gente não tem direito ao asfalto no bairro?” questiona.

Segundo o morador, a falta de estrutura também desvaloriza os imóveis. “A pessoa chega e vê o lugar sem asfato, com entulhos, água correndo no meio da rua. Duvido alguém conseguir vender uma casa nessas condições”, diz Judson.




O casal Lucas e Giovana reclama do descarte de lixo em área verde



Animais também

sofrem com descaso

Tucano foi fotografado dentro da casa de Giovana



Lucas Brito Mortari, 30, e Giovana Nóbrega Biazoto, 24, moram há cerca de um ano na rua Benjamin Meneguim. O casal conta que vários animais silvestres frequentam a região, principalmente numa área verde às margens do ribeirão. Entretanto, o local também é utilizado para o descarte ilegal de lixo.

“Tem um tucano que vem sempre nos visitar, além de outras aves diferentes. Aparece também gambá e até tatu, que antes o pessoal matava”, diz Giovana.

Segundo Lucas, não havia nenhum alerta ou sinalização nessa área quando eles se mudaram para o bairro. “Nós é que fizemos, por conta, algumas placas como 'proibido jogar lixo' e 'não maltrate os animais'. Percebo que faltam ações básicas de conscientização por parte do poder executivo e mais fiscalização dos vereadores. Um deles — um vereador — mora aqui do lado, inclusive”, diz.

Sobre o asfalto, Lucas também revela já ter tentado contato com órgãos da prefeitura, sem sucesso. “Não há uma resposta consistente sobre o problema. Falta diálogo. Parece que ninguém sabe nem do mínimo que deve ser feito. Essa é a sensação”, declarou.

Durante as entrevistas, ainda no local, a reportagem telefonou para o vereador Paulo Pinhata (MDB) que, segundo os vizinhos, teria dito que a obra do asfalto sairia no segundo semestre deste ano. O vereador confirmou a informação e ainda disse que uma empresa de São Manuel será a responsável pelo serviço.

Na última sessão da Câmara foi aprovado um projeto que destina mais recursos para asfaltaltamento em Santa Cruz do Rio Pardo. A rua Benjamin Meneguin consta no cronograma de obras. Aos moradores, pelo jeito, resta aguardar para ver. E cobrar.
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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