POLÍCIA

‘Lê’ Zaia nega caso amoroso e diz que era vítima de extorsão

Defesa diz que empresário foi vítima de diversas pessoas do crime de extorsão e nega qualquer envolvimento com assassinato de travesti

‘Lê’ Zaia nega caso amoroso e diz que era vítima de extorsão

O empresário ‘Lê’ Zaia contou que era vítima de extorsão há anos

Publicado em: 14 de outubro de 2023 às 17:52
Atualizado em: 14 de outubro de 2023 às 17:56

Sérgio Fleury Moraes

 

O empresário Alessandro Oliveira Zaia, denunciado por um suposto envolvimento no assassinato da travesti José Antônio Pereira da Silva, a “Mimi”, alega que é inocente e que foi extorquido durante muito tempo pela vítima e por outras pessoas. Ele nega qualquer envolvimento com o crime e disse que sequer teve um relacionamento amoroso com “Mimi”.

A defesa do empresário, conhecido por “Lê” Zaia, é, inclusive, baseado em depoimento de testemunhas. Uma delas, por exemplo, também soube que ele transferia dinheiro para a travesti e também pediu ajuda financeira em troca do “silêncio”.

Zaia disse que conheceu “Mimi” num bar localizado numa rodovia de Santa Cruz, onde bebeu com amigos antes de voltar para casa. Dias depois, passou a receber telefonemas, em que a travesti dizia que tinha “fotos e vídeos” e que iria divulgar caso não recebesse dinheiro. Ele teve receio de uma simples imagem dele com a travesti, já que o bar era frequentado também por garotas de programa.

O empresário garante que nunca soube de tais áudios ou vídeos, mas resolveu pagar para preservar o nome da família e seu casamento. Os pedidos, entretanto, não cessavam, a ponto de Zaia ter procurado ajuda do advogado Evandro Scudeler, um de seus atuais patronos. Na época, afirmou, “Mimi” chegou a assinar um documento se comprometendo a não mais extorquir o empresário, mediante uma quantia em dinheiro.

 

A travesti “Mimi” foi assassinada com cinco tiros nas costas

 

Não adiantou. A extorsão continuou e as ligações telefônicas passaram a ser de vários celulares, muitas dirigidas à própria empresa da família de Zaia. Ele disse que nunca soube de áudios ou vídeos, mas pagava por receio de um eventual constrangimento familiar.

Segundo testemunhas, a travesti era dependente química e tinha dívidas com traficantes. Certa vez, ela “penhorou” seu próprio celular num ponto de drogas, que foi interceptado por Willian Alves Feitosa César — que está preso acusado de ter desferido os cinco tiros que mataram a travesti na noite de 18 de abril, no bairro Jardim São João.

Willian teria telefonado para o empresário dizendo que o assunto era urgente. Ele revelou que teve acesso a várias mensagens de Zaia respondendo aos pedidos de dinheiro de “Mimi”. Foi, então, que o próprio Willian passou a extorquir o empresário.

De acordo com a defesa, Willian contou a Zaia que “Mimi” tinha dívidas no valor de R$ 200 mil com ele e que, caso não quisesse seu nome denegrido, deveria assumir este valor. Desesperado, então, Alessandro passou a fazer pagamentos também a Willian com medo de alguma divulgação, já que quem o ameaçava dizia que levaria os áudios “à mídia”.

O próprio empresário disse ter percebido, a partir destes momentos, que estava “nas mãos de bandidos”. Outras pessoas também passaram a extorquir Alessandro Zaia, inclusive a mulher de Willian Feitosa.

Os pagamentos foram feitos em períodos anteriores e posteriores ao assassinato. Após a morte de “Mimi”, quem o extorquia passou a ameaçar Alessandro de envolvê-lo no crime.

Os advogados Celso Vilardi e Evandro Cassius Scudeler afirmam em juízo que a única justificativa para a acusação contra Alessandro, de ser o mandante do crime, são os registros de transferências bancárias. De acordo com a defesa, Willian Feitosa e Rafael Aparecido da Silva — que Zaia disse sequer conhecer — mataram “Mimi” provavelmente por rancor e dívidas de drogas.

A petição dos advogados narra que, ao contrário do que sustenta a autoridade policial sobre valores supostamente acertados para o crime, os depósitos não seguiam uma lógica e nem mesmo o montante. Afinal, sustenta, apenas Willian acusou Zaia de que os depósitos foram feitos motivados pelo homicídio. “Nem mesmo seu comparsa corrobora a história. E, como se vê, a lógica também não”, diz a defesa.

A morte da travesti aconteceu em abril deste ano, no Jardim São João. Ela foi encontrada num Fiat Pálio com cinco tiros nas costas. As investigações policiais levaram à prisão de Willian Alves Feitosa César, que seria o autor dos disparos, e Rafael Aparecido da Silva, que seria o piloto da motocicleta que levou o atirador ao local do crime.

Willian foi preso em Hortolândia, enquanto Rafael já estava na cadeia pelo crime de tráfico de drogas. Alessandro Zaia também teve a prisão decretada, mas logo ganhou liberdade, sob uma série de restrições.

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