Publicado em: 03 de julho de 2021 às 03:32
Atualizado em: 31 de julho de 2021 às 05:33
Sérgio Fleury Moraes
Embora o caso ainda esteja sob sigilo, já se sabe que a Polícia Civil desvendou o atentado contra a casa do vereador Carlos Eduardo Gonçalves (PSB), o “Duzão”, na madrugada de 8 de junho. Uma bomba junina de forte potencial foi jogada na garagem da residência às 2h, no momento em que o vereador trocava seu filho de quatro anos. A criança ficou vários dias traumatizada.
O atentado foi feito por dois homens que estavam numa motocicleta. Um deles é Adriano Camilo Azevedo, 21, que foi candidato a vereador pelo PTB de Santa Cruz do Rio Pardo e costuma ser ativo nas redes sociais na defesa do presidente Jair Bolsonaro.
Crítico do Supremo Tribunal Federal, fã autodeclarado do “filósofo” Olavo de Carvalho, apoiador incondicional do presidente Bolsonaro e ligado a deputados militares. Este é o perfil de Adriano, o candidato a vereador derrotado nas urnas no ano passado e um dos responsáveis por arremessar a bomba na casa do vereador Duzão.
Adriano se diz ideologicamente de direita e também faz campanha a favor do chamado “tratamento precoce”, os medicamentos comprovadamente sem eficácia alguma contra a covid-19. Na primeira eleição municipal da qual participou, recebeu 151 votos. Ele é ligado ao deputado estadual Tenente Coimbra, a quem chama de “meu irmão, meu amigo e meu líder”. Tenente do Exército, o parlamentar defende a criação de escolas cívico-militares. Adriano também é crítico do prefeito Diego Singolani (PSD) nas redes sociais.
O delegado responsável pelo inquérito, Valdir Alves, não foi encontrado pela reportagem. Já Renato Mardegan confirmou que a polícia já tem nomes, mas não quis revelá-los. Ele também ressaltou que a investigação ainda não foi concluída e criticou a divulgação de nomes.
A informação sobre a autoria do atentado, porém, vazou na rádio 104 FM, logo após o jornalista Diego Ricardo Singolani ter entrevistado o delegado Renato Mardegan e o vereador “Duzão”. Ninguém mencionou nomes, mas Diego citou depois que Adriano Azevedo teria confessado o atentado à polícia.
Em seguida, Adriano foi até a sede da 104 e tentou entrar no estúdio. No entanto, por medida de segurança devido à pandemia, a emissora não está fazendo entrevistas presenciais. O suspeito, então, concordou em enviar uma mensagem que foi colocada ao vivo. Ele negou qualquer participação no atentado e disse que a informação do jornalista era “mentirosa”.
O DEBATE, porém, também confirmou que Adriano Camilo Azevedo é realmente um dos envolvidos no caso da bomba na casa do vereador. Ele teria, inclusive, confessado a participação em depoimento gravado.
A polícia chegou aos envolvidos pelas evidências deixadas naquela madrugada, inclusive imagens de câmeras de monitoramento. Através de um mandado de busca e apreensão, os policiais conseguiram a apreensão de roupas, um capacete e até da motocicleta pertencente a Adriano — que foi devolvida após passar por uma perícia.
O celular do ex-candidato a vereador também foi apreendido pela polícia e será periciado. O outro envolvido, que estava na moto junto com Adriano, é conhecido como “Felipe”.
Ouvido na noite de sexta-feira, 2, o vereador “Duzão” disse que não quer se manifestar sobre o caso antes de conversar com o delegado Valdir Alves. Ele também insistiu em não citar nomes que estão relacionados no inquérito, lembrando que a investigação ainda não está concluída. “A polícia pediu sigilo”, afirmou.
No entanto, a reportagem apurou que o parlamentar procurou a polícia naquela tarde para pedir uma medida cautelar contra duas pessoas, supostamente os apontados pelo vazamento de informações. Se concedida, os suspeitos não poderão se aproximar de Carlos Eduardo Gonçalves e nem o mencionar ou procurá-lo em qualquer plataforma das redes sociais.
O ato de jogar uma bomba junina numa residência é tipificado como contravenção e apurado em termo circunstanciado de baixo potencial ofensivo. Porém, há implicações na ficha criminal do acusado, com reflexos eleitorais.
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