Ainda que em baixa resolução, imagens mostram o foragido se entregando com as mãos para o alto e, em seguida, executado pelos dois policiais militares
Publicado em: 25 de setembro de 2021 às 02:44
Sérgio Fleury Moraes
Dois policiais do 31º Batalhão da Polícia Militar de Ourinhos foram presos na quarta-feira, 22, acusados da execução de um foragido da Justiça que estava escondido numa propriedade na vila Operária. O crime aconteceu na segunda-feira, 20, e os dois PMs alegaram que reagiram em legítima defesa após uma troca de tiros. Câmeras de segurança, porém, flagraram a cena, e a dupla acabou presa
As imagens mostram que Murilo Henrique Junqueira, 26, se entregou com as mãos na cabeça e sem oferecer qualquer resistência. Mesmo assim, o foragido foi executado a tiros e, em seguida, os policiais atiram para o alto, provavelmente para que vizinhos imaginassem uma cena de tiroteio. Segundo consta, o jovem recebeu pelo menos quatro tiros.
Murilo era procurado pela Justiça depois de uma condenação no Estado do Paraná por tentativa de homicídio. O suspeito é negro.
O subtenente Alexandre David Zanete, 49, e o cabo João Paulo Herrera de Campos, 37, foram presos assim que a Polícia Civil apurou que se tratava de uma execução.
O subtenente Zanete é de Santa Cruz do Rio Pardo e durante muitos anos integrou a 2ª Companhia da Polícia Militar do município. Há vários meses foi transferido para Ourinhos.
Os dois policiais estão presos preventivamente no presídio militar Romão Gomes em São Paulo. A sede da corporação em Ourinhos emitiu nota em que considera o crime como “conduta inaceitável de quem tem o dever de zelar pela legalidade e proteção das pessoas”. O batalhão anunciou que encaminhou o caso à Justiça Militar e que o fato será apurado “com o rigor necessário”.
A versão fantasiosa para o crime se sustentou por apenas três dias. Havia outros policiais na ação, mas três deles estavam mais afastados procurando o suspeito que ficou praticamente encurralado.
De acordo com a história narrada pelos dois PMs, Murilo correu e não obedeceu a ordem de parar. Eles ainda contaram que o foragido teria virado o corpo e disparado com uma pistola calibre 380.
Os PMs apresentaram a pistola à polícia como sendo de Murilo, além do próprio armamento que foi apreendido. No entanto, as imagens não mostram que o foragido estava armado e nem que ele tenha reagido aos policiais. Em depoimento antes da descoberta das imagens de monitoramento, Zanete disse que passou a atirar no suspeito “com a intenção de repelir a injusta agressão”.
O ouvidor da Polícia Militar de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, considera que foi uma execução a sangue frio de uma pessoa que estava rendida. “Foi um ato covarde. Quando a polícia lança mão de uma arma do Estado para atentar contra a vida de uma pessoa rendida, independentemente de culpa, é um ato de barbárie”, disse.
Não é a primeira vez que policiais do 31º Batalhão da PM de Ourinhos se envolvem em crimes. Em junho de 2016, o soldado Luís Paulo Isidoro disparou, na saída da Fapi, contra o santa-cruzense Brian Bueno, que tinha apenas 22 anos na época e estava num carro com amigos. O crime aconteceu quando o grupo deixava a feira agropecuária.
Isidoro, que é defendido na Justiça pelo advogado Osny Bueno de Camargo, ex-juiz em Santa Cruz do Rio Pardo, insiste que a arma disparou acidentalmente, mas laudos o desmentiram. Ele ainda está na ativa, embora em funções administrativas. A defesa vem protelando o processo, mas a Justiça já decidiu que Luís Paulo Isidoro vai a júri popular.
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