Ainda que em baixa resolução, imagens mostram o foragido se entregando com as mãos para o alto e, em seguida, executado pelos dois policiais militares
Publicado em: 15 de março de 2022 às 16:48
Sérgio Fleury Moraes
O subtenente Alexandre David Zanete, de Santa Cruz do Rio Pardo, teve a prisão revogada por decisão judicial. Ele é acusado de matar a tiros o paranaense Murilo Henrique Junqueira, que estava sendo procurado pela Justiça e já estava rendido por Zanete e pelo cabo João Paulo Herrara de Campos.
O crime aconteceu em setembro do ano passado e foi flagrado por câmeras de monitoramento.
Zanete é de Santa Cruz do Rio Pardo e foi transferido para Ourinhos meses atrás.
Na decisão em que revogou a prisão preventiva, a Justiça aceitou o argumento da defesa do subtenente de que a produção de provas já estava encerrada e que o militar deveria aguardar em liberdade os próximos passos do processo, que pode levá-lo a júri popular.
A prisão foi substituída por medidas restritivas, como comparecimento mensal à Justiça para informar sobre suas atividades, proibição de manter contato com testemunhas e proibição de se ausentar da comarca sem autorização judicial.
Alexandre Zanete ainda responde a uma investigação interna da Polícia Militar. Logo após o crime, ele chegou a ter o salário suspenso, mas seus advogados revogaram a medida através de ação judicial.
O crime teve requintes de crueldade. Naquele dia 20 de setembro, a Polícia Militar fazia buscas por um foragido, que foi morto na zona rural. Os policiais militares Alexandre e João Paulo alegaram legítima defesa após tiroteio.
No entanto, câmeras de monitoramento mostram que houve, na verdade, uma execução e que a versão dos militares era fantasiosa.
As imagens mostram que Murilo Henrique Junqueira se entregou com as mãos na cabeça e sem oferecer qualquer resistência. Mesmo assim, foi morto a tiros por Zanete.
Em seguida, os dois policiais fizeram disparos para o alto, provavelmente para que os vizinhos imaginassem uma cena de tiroteio. O foragido tinha 26 anos.
O cabo João Paulo Herrera, que também participou do crime, embora não fosse o autor dos disparos mortais, foi solto em novembro do ano passado. Ele também vai responder pelo crime na Justiça.
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