DIVERSOS

Severo sugere que Otacílio deu cheque de olho na sucessão de 2008; prefeito rebate

Severo sugere que Otacílio deu cheque de olho na sucessão de 2008; prefeito rebate

Publicado em: 23 de agosto de 2020 às 19:20
Atualizado em: 27 de março de 2021 às 23:33

Atacado pelo prefeito, vereador Luciano Severo exibe cheque que Otacílio Parras entregou a ele em 2006, mas que nunca foi descontado e teria ‘segundas intenções’ ao invés de doação

Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

O prefeito Otacílio Parras (PSB) e o vereador Luciano Severo (Republicanos) travaram um debate ríspido em emissoras de rádio na semana passada. Tudo começou com uma entrevista de Severo numa série com os pré-candidatos promovida pela Band FM. O vereador chegou a elogiar o prefeito, mas repetiu que o rompimento entre os dois aconteceu depois da “CPI das Horas Extras”, presidida por Severo e que responsabilizou Cláudio Agenor Gimenez, até então o “homem forte” de Otacílio. No bojo das discussões que se sucederam, Severo exibiu na rádio 104 FM um cheque de R$ 3 mil entregue a ele por Otacílio em 2006 e nunca descontado.

Segundo o vereador, o cheque foi entregue num restaurante da cidade, após as eleições de outubro daquele ano, quando Severo foi derrotado como candidato a deputado estadual pelo PSC. De acordo com ele, Otacílio entregou o cheque “do nada”, já que estava em outra mesa, dizendo que era para pagar as contas de campanha do candidato a derrotado. “Ninguém procura um candidato derrotado para ajudar”, disse Severo, acreditando que Otacílio fez aquele gesto de olho nas eleições municipais de 2008.

Em 2004, Otacílio disputou a prefeitura pela primeira vez, perdendo para o reeleito Adilson Mira num cenário com três candidatos. A soma dos votos do então petista com a outra candidata, Wanda Rios, foi maior do que o prefeito reeleito. A mesma situação se repetiria em 2008, com a eleita Maura Macieirinha obtendo menos votos do que a soma dos candidatos da oposição, Otacílio e Severo.

Para o vereador, aquela “doação” de 2006 pode ter sido premeditada como um gesto para que ele não fosse candidato dois anos depois. Severo diz que nunca descontou o cheque simplesmente porque não aceitou o dinheiro. Segundo ele, após a negativa, Otacílio enfiou o cheque em seu bolso com a recomendação para ele pensar melhor. Severo disse que percebeu que aquela oferta era um “afago” para que ele não fosse candidato a prefeito em 2008.

“Na verdade, ele tentou me corromper, me comprar para que eu não fosse candidato. Ele tentou fazer aquilo que ele me acusa sem provas, mas o cheque está aqui na minha mão”, revelou na rádio 104. “De maneira covarde, maldosa e rasteira, estou sendo ofendido e achincalhado pelo prefeito. Eu não mereço isto. Esta é a prova de que não sou aproveitador ou desonesto. A maior herança que minha família me deixou não foi dinheiro. Foi ser honesto”, afirmou, emocionado e aos prantos.

O cheque foi entregue no dia 11 de outubro de 2006, uma semana após as eleições estaduais. Candidato a deputado estadual pelo PSC, Severo recebeu quase 13.000 votos somente em Santa Cruz, um recorde na época. Segundo outra versão narrada pelo prefeito durante a semana, foi ele quem indicou o nome de Severo para ser o candidato a região a deputado pelo PSC. Otacílio disse que era amigo de deputados do partido, que solicitaram a indicação. Na ocasião, o atual prefeito era filiado ao PT.

Leia mais:

Otacílio confirma ‘doação’, mas nega

intuito eleitoral: ‘Seria muito barato’




Caso teve até citação

absurda contra o jornal


O “bate-boca” entre o prefeito e o vereador Luciano Severo resvalou até no DEBATE. No início da semana, quando atacou o vereador na rádio 104, o prefeito Otacílio disse que Severo chegou a pedir a ele que a prefeitura fizesse anúncios publicitários “para ajudar o jornal”. De acordo com a versão de Otacílio, o pedido foi feito na presença de mais dois vereadores e sem o conhecimento do diretor do jornal. “Nada contra o jornal, pelo amor de Deus. Sei que o diretor jamais aceitaria se vender por dinheiro”, disse, mas dizendo que a “mensagem” era que o DEBATE mudaria sua linha editorial.



A história é absurda porque ninguém tem autorização para falar em nome do jornal, muito menos o vereador que jamais teve ligações com o DEBATE. Severo, entretanto, negou ter feito tal pedido. “Jamais disse uma coisa desta, é mentira”, afirmou.



O diretor do jornal, Sérgio Fleury Moraes, solicitou direito de resposta à rádio 104 e criticou o prefeito por narrar uma história que, mesmo dizendo que o diretor nunca soube, com o intuito de denegrir a imagem do DEBATE. “Todos sabem que, de boca em boca, toda versão é deturpada”, afirmou.



Fleury disse que o jornal possui um departamento próprio que cuida da publicidade e que, ao contrário de outros veículos de comunicação, seus jornalistas ou diretores não agenciam propaganda. “Na verdade, o prefeito deu dinheiro, sim, mas a outro jornal”, afirmou.



O jornalista disse estranhar o prefeito narrar uma história “sem pé e nem cabeça”, provavelmente inventada, ao mesmo tempo em o que elogiou e disse ter Fleury “em alta estima”. O diretor lembrou que, há algum tempo, Otacílio afirmou na rádio 104 FM que tinha “asco e nojo” do jornalista. “O DEBATE sempre teve uma mesma linha editorial, da qual político geralmente não gosta. Nunca dependemos de dinheiro público e a trajetória do jornal é a prova cabal disso”, afirmou.



O vereador Luciano Severo disse que, na realidade, o prefeito afirmou numa reunião que “não queria mais saber” do jornal porque seu diretor fez um boletim de ocorrência contra a sua mulher, a primeira-dama Eliana Assis. O fato é verdadeiro, pois a mulher de Otacílio ofendeu o jornalista e seu filho menor de idade em rede social, publicando mentiras. Além de registrar queixa na polícia, o jornalista levou ao caso ao conhecimento do próprio prefeito. 



  • Publicado na edição impressa de 16 de agosto de 2020


SANTA CRUZ DO RIO PARDO

Previsão do tempo para: Sexta

Períodos nublados
21ºC máx
11ºC min

Durante todo o dia Céu limpo

COMPRA

R$ 5,40

VENDA

R$ 5,41

MÁXIMO

R$ 5,41

MÍNIMO

R$ 5,40

COMPRA

R$ 5,43

VENDA

R$ 5,61

MÁXIMO

R$ 5,45

MÍNIMO

R$ 5,43

COMPRA

R$ 6,35

VENDA

R$ 6,37

MÁXIMO

R$ 6,37

MÍNIMO

R$ 6,35
voltar ao topo

Voltar ao topo