Publicado em: 20 de novembro de 2021 às 02:55
Sérgio Fleury Moraes
Antes mesmo do sol raiar nesta segunda-feira, 22, um grupo de torcedores do Palmeiras parte de Santa Cruz do Rio Pardo com destino a Montevidéu, para assistir à grande final da Copa Libertadores da América entre dois clubes brasileiros. “Na verdade, será um grande passeio”, garante Clélio Nardo, um dos 159 “cônsules” oficiais do Palmeiras espalhados pelo mundo. O jogo entre Palmeiras e Flamengo será no final da tarde de sábado, 27, no estádio Centenário, no Uruguai.
A previsão para a caravana de oito pessoas entrar no Uruguai é a partir de quarta-feira, 24. Antes de pisar em solo uruguaio, todos deverão fazer o exame PCR para covid-19, que é obrigatório no país vizinho. O exame deve ter no máximo 72 horas.
Além disso, eles devem levar a carteira de vacinação como requisito para entrar no estádio Centenário. Os ingressos já estão comprados, ao preço unitário de US$ 200 – ou R$ 1,1 mil no câmbio da semana passada. Palmeiras e Flamengo vão fazer uma espécie do “tira-teima” entre os campeões da Libertadores de 2019 — o Fla — e o de 2020 – o “Verdão”, com uma vitória sobre o Santos. A Conmebol, entidade que organiza o campeonato, marcou a partida para Montevidéu por ser um campo neutro.
Dos dois clubes, o Flamengo chegou à final do mundial em 2019, mas perdeu para o Liverpool. Já o Palmeiras não fez nenhum gol no mundial de 2020 e foi desclassificado antes da final, na pior campanha de um time brasileiro na história da competição. No entanto, para os palmeirenses isto é coisa do passado.
Aliás, o torcedor do Palmeiras também não aceita a gozação dos adversários de que o clube não tem Mundial. Segundo eles, o alviverde conquistou o título mundial de 1951, disputado no Brasil, vencendo na final a Juventus da Itália. Para os torcedores de outros times, entretanto, o torneio “Copa Rio” não teve o status de Mundial.
Os palmeirenses garantem que “é pura dor de cotovelo” e que o time foi o primeiro brasileiro campeão mundial da história. “Vamos em busca do nosso segundo título”, garante Clélio Nardo, que há mais de 14 anos é o “cônsul” nomeado pelo Palmeiras em Santa Cruz do Rio Pardo. O título honorífico dá a ele várias regalias na sede do clube em São Paulo, mas há uma contrapartida obrigatória em ações sociais.
Torcedor fanático, Clélio disse que já está preparando o coração para a grande decisão da Libertadores. E com muita esperança. “Numa final deste porte, não há favoritos. A sorte pode prevalecer e, de repente, podemos fazer um gol e ficarmos com o título. Ou, então, a partida ir para os pênaltis e nosso goleiro defender as cobranças. Tudo pode acontecer”, avaliou.
Se levar o título da Libertadores, Clélio acredita que o Palmeiras não vai repetir 2020, quando teve um desempenho pífio no Mundial interclubes. “Com certeza será muito diferente. Afinal, o time já aprendeu a lição”, afirmou.
Entretanto, ele nem pensa em planejar uma caravana de santa-cruzenses para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, onde será disputado o Mundial de Clubes. “Aí não dá, está muito além de nossas possibilidades. Eu pesquisei e descobri que uma passagem não sai por menos de R$ 25 mil. Então, com a hospedagem e alimentação, você gasta uns R$ 50 mil. É inviável para qualquer brasileiro”, disse.
Aliás, a escolha por viajar de carro para a final da Libertadores também tem a ver com o bolso. São três automóveis que vão passar por Curitiba, Florianópolis, Criciúma, Porto Alegre, Chuí e finalmente Punta Del Leste, próximo da região metropolitana de Montevidéu, onde o grupo vai pernoitar em chalés. “As companhias aéreas elevaram demais as passagens para o Uruguai na semana do jogo. Se normalmente um voo deste custava pouco mais de R$ 1,5 mil, na véspera da decisão não sai por menos de R$ 8,5 mil”, contou.
Enquanto os palmeirenses de Santa Cruz do Rio Pardo vão cair na estrada para assistir a grande final da Libertadores, os torcedores do Flamengo devem acompanhar a decisão pela televisão. O torcedor rubro negro símbolo em Santa Cruz é o empresário Fábio Cruz, dono de supermercado na cidade.
Segundo “Fabinho”, há milhares de flamenguistas que estarão em Montevidéu para incentivar o time, mas provavelmente nenhum de Santa Cruz do Rio Pardo. “Eu sei porque participo de grupos de WhatsApp de torcedores do Flamengo”, disse. A saída será acompanhar o jogo na própria residência de Fábio, onde há uma área de lazer com churrasqueira e piscina para recepcionar os amigos.
Porém, será no estilo “Fabinho”, em que os amigos devem obrigatoriamente entrar no espaço com a camisa do Flamengo. “Quem não tiver, eu empresto”, avisa Cruz.
Empresário ‘customizou’ Kombi com escudo e cores do Palmeiras
Palmeirense “desde criancinha”, já que o pai era descendente de italianos, o empresário Sidnei Maluza resolveu customizar sua perua Kombi com as cores do Palmeiras. E não é só. O veículo ganhou o escudo do time do coração, frases de efeito e até uma reforma interna que logo vai ganhar uma geladeira. “É para cerveja”, confidenciou.
Maluza é ligado ao futebol de Santa Cruz há muitos anos. Já presidiu a Esportiva Santacruzense e, mesmo palmeirense “roxo”, diz que convive sem problemas com amigos são-paulinos, santistas ou principalmente corintianos.
Na quarta-feira, por exemplo, Maluza acompanhou a derrota do Palmeiras para o São Paulo em pleno Allianz Parque, na capital.
“Fui com dois amigos são-paulinos. Como era torcida única do Palmeiras, eles ficaram quietinhos”, contou. “Mas jogamos com time reserva”, afirma, justificando a derrota por dois a zero.
Sempre com um passo à frente de seu tempo, o empresário foi um dos pioneiros do marketing digital em toda a região. Ele é dono da “MPM Sites e Sistemas”, fundada há mais de 25 anos, na mesma época em que a internet começou a se popularizar no Brasil.
A Kombi do empresário era usada para transporte de funcionários, principalmente quando havia alguma reforma na chácara de sua propriedade. “Mas eu gosto de dirigi-la. É alta e confortável”, explicou.
O modelo 2009, por sinal, é modificado. O motor é do CrossFox com radiador frontal e o interior foi customizado para o conforto de seus passageiros.
Os bancos, por exemplo, imitam um sofá de canto, feitos em couro, além de um som potente e luzes. Claro que a segurança foi mantida, com cintos de segurança de três pontos. O piso é acarpetado.
Segundo Sidnei Maluza, a reforma da kombi ainda não terminou. Faltam direção elétrica e uma geladeira para servir os amigos, menos, é claro, para o motorista. “Cabem sete pessoas: seis bebem e um dirige. É para brincar mesmo. Afinal, a vida anda tão pesada que é bom ter estes momentos”, resumiu.
O palmeirense contou que a Kombi é alvo de curiosos quando anda pelas ruas de Santa Cruz. “Tem gente que xinga, mas oiutros apoiam. A maioria passa buzinando. São coisas do futebol”, diz.
Ele não tem receio, por exemplo, de algum torcedor de outro time danificar o veículo. “Todo mundo me conhece e não há maldade alguma. A kombi está customizada há uns três meses e muitas vezes fica na rua”, afirmou.
Confiante na vitória do Palmeiras na Libertadores contra o Flamengo, no sábado, 27, Maluza garante que a Kombi alviverde vai sair às ruas para comemorar a conquista do título. “Se perder, vai ficar na garagem, quietinha”, brinca.
* Colaborou Toko Degaspari
Previsão do tempo para: Sábado
Durante a primeira metade do dia Períodos nublados com tendência na segunda metade do dia para Céu limpo
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