ESPORTE

Atleta-guia de medalhista paralímpico é de Ubirajara e já esteve em Santa Cruz

Carlos Antônio dos Santos, o “Bira”, foi o guia de Yeltsin Jacques, medalha de ouro no Japão

Atleta-guia de medalhista paralímpico é de Ubirajara e já esteve em Santa Cruz

Yeltsin e ‘Bira’ festejam uma das medalhas de ouro em Tóquio

Publicado em: 25 de setembro de 2021 às 03:08

Sérgio Fleury Moraes

Em sua casa na cidade de Limeira, Carlos Antônio dos Santos exibe medalhas por todos os cantos, em quadros e em caixas luxuosas. “Bira”, como é conhecido por ser natural de Ubirajara, a 60 quilômetros de Santa Cruz do Rio Pardo, é o guia de atletas paralímpicos há muitos anos e viajou o mundo, além de ser competidor individual. No mês passado, foi o atleta-guia do brasileiro Yeltsin Jacques, que conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Paralimpícos do Japão. Como guia, Bira também recebeu medalhas.

“Eu já fui muito a Santa Cruz do Rio Pardo, pois minha família é toda de Ubirajara”, contou em entrevista na quinta-feira, 23. Hoje com 40 anos, Bira começou tarde no atletismo, aos 23 anos, o que considera uma vantagem contra as contusões normais da carreira. “Eu disputava competições na região em 2003 e dois anos depois fui convidado para representar Marília em várias provas”, disse. O atleta também ganhou várias bolsas que o ajudaram nos treinamentos. “Sou personal trainer e professor em academias, sendo difícil conciliar o trabalho com as competições. A bolsa ajuda muito”.

Como guia, Bira também recebeu medalha, exposta em sua casa

Bira já foi guia de outros atletas — Aurélio e Odair —, que também ganharam medalhas em mundiais e outras olimpíadas. O guia é uma espécie de companheiro do atleta durante as provas, que corre ao lado e é ligado ao outro por um cordão. “O Aurélio teve problemas físicos, mas junto com o Odair ganhamos medalhas de ouro e prata na Nova Zelândia, Londres, Panamá, Quatar, França e no Brasil entre 2009 e 2016”, contou.

Ele conheceu o mato-grossense Yeltsin Jacques em 2013 no mundial de Lion, na França, conquistando o bronze na competição de 800 metros. Ambos se reencontraram em 2018 e passaram a treinar juntos. Em 2020, a dupla se preparou para as paralimpíadas do Japão, mas os jogos foram cancelados em função da pandemia e só aconteceram neste ano.

Bira conta que o atleta paralímpico e seu guia devem ter uma total sintonia, inclusive durante as competições. Como Yeltsin é deficiente visual, ele precisa perceber o guia a centímetros, pois não pode pisar fora das faixas da raia. Segundo o guia, isto também acontece com a proximidade dos cotovelos durante a corrida.

No Japão, os dois ficaram concentrados em Hamamatsu, perto de Tóquio, 18 dias antes das competições oficiais, quando as estratégicas foram planejadas. “O Yeltsin está numa fase espetacular e eu consegui corresponder às exigências dele”, disse.

 

Na prova de 5.000 metros, veio o primeiro ouro. “Foi uma chegada emocionante e, por ser mais longa, há necessidade de dois guias na competição. O primeiro era maratonista e, pela própria característica, mais lento. Quando eu assumi o percurso final, no quilômetro três, já era estratégia apertar o passo”, explicou. Tudo planejado visando a medalha.

Nos 1.500 metros, Bira foi o guia único de Yeltsin, numa prova surpreendente. “Na semifinal nós já demos um susto nos adversários, correndo próximos dos tempos deles”, contou. Na final, com o tempo de 3min57s60, a dupla levou o ouro e bateu o recorde mundial da competição com um segundo a menos. De quebra, Yeltsin recebeu a 100ª medalha paralímpica do Brasil, um outro marco histórico.

Bira espera que em 2022 esteja novamente com Yeltsin como atleta-guia, no mundial do Japão do próximo ano e nas Paralimpíadas de 2024, que serão realizadas na França. “A afinidade entre nós é muito grande, com uma sincronia perfeita. Com certeza, estaremos juntos de novo”, afirmou. 

 

* Colaborou Toko Degaspari

SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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