Professor João Ferreira, coordenador do curso de Direito da Oapec
Publicado em: 08 de maio de 2021 às 01:30
Terminou na sexta-feira, 7, a “XI Semana Acadêmica” da Faculdade de Direito Oapec e da Faculdade de Administração, de Santa Cruz do Rio Pardo, que neste ano teve como tema “Direito, Notícia, Ciência: a universalidade da investigação e o caminho do meio do pragmatismo”. Devido à pandemia, as palestras foram realizadas pelo sistema de videoconferência, com a presença de estudantes inscritos e professores.
A “Semana Acadêmica” é um evento tradicional das faculdades de Santa Cruz do Rio Pardo, que tem como coordenador de Direito o professor e advogado João Ferreira. Ela começou na segunda-feira, 3, com o palestrante Mauri da Silva, professor da Faculdade de Tecnologias de Ourinhos (Fatec) e das Faculdades Integradas (FIO). Ele abordou o tema da economia brasileira durante a pandemia.
Na terça-feira, 4, foi a vez do professor Rafael Venanzoni Rodrigues, atual gerente de comércio exterior da indústria Special Dog Company. O tema foi o comércio internacional pós-covid-19.
Na quarta-feira, 5, o engenheiro químico Paulo Henrique Mendonça Pinto abordou o tema “Sociedade e Sustentabilidade”.
Na quinta, 6, o evento trouxe como palestrante o advogado santa-cruzense Paulo Mazzante de Paula, que abordou o tema “reforma trabalhista”. Em seguida, foi a vez do juiz Levi Rosa Tomé, que discutiu a tentativa de “pulverização” das relações de trabalho.
Levi Rosa foi juiz do Trabalho em Ourinhos e teve um papel fundamental na implantação da Vara do Trabalho em Santa Cruz do Rio Pardo. Na época, o magistrado chegou a viajar para São Paulo e Campinas, na companhia dos advogados Paulo Mazzante e João Nantes, para reivindicar a implantação e discutir a instalação da Vara do Trabalho no município.
O tema discutido é palpitante porque a reforma trabalhista é relativamente recente — data de 2017 — e modificou as relações, além de permitir a transformação digital. Levi falou, ainda, sobre a “uberização” do emprego.
Na sexta-feira, o evento da Oapec discutiu as “fake news” e a liberdade de expressão, com a participação do jornalista Sérgio Fleury Moraes, fundador do DEBATE, do mestre em Genética pela Universidade de Cambridge e do advogado Carlos Bracarense, especialista em Direito Eleitoral.
O jornalista narrou que as “fake news” não são recentes e abordou notícias falsas que se espalharam, mesmo antes das redes sociais, ao longo da história. Um dos casos envolveu a “Veja” nos anos 1980, quando a revista recebeu um release — geralmente um texto preparado por assessorias para ser utilizado pela imprensa ou servir de base informativa para reportagens — sobre uma técnica revolucionária.
De acordo com o release, uma universidade da Alemanha conseguira fundir células animais e vegetais, dando origem a um “super” tomate, obtido a partir da fusão com fragmentos celulares do boi. O inimaginável “boitomate” ganhou uma página de destaque na revista, inclusive com a publicação de um gráfico explicando como aconteceu a fusão das células. Tudo, claro, não passava de uma brincadeira de alguém.
A discussão também abordou os limites da liberdade de expressão no jornalismo e nas redes sociais.
O palestrante Eli Vieira abordou as “fake news” sob um prisma mais ponderado, apelando para que as pessoas procurem o caminho da pesquisa como alternativa.
Segundo o professor João Ferreira, coordenador do Curso de Direito, o evento serve para proliferar ideias e o debate acadêmico, mesmo não concordando com algumas — “ou várias”. Os alunos das faculdades deverão usar as palestras para o desenvolvimento de trabalhos em várias disciplinas.
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