Equipe do Centro Social com a coordenadora Mônica Brandini e a monitora Cristina Miotto (sentadas)
Publicado em: 06 de março de 2021 às 06:30
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 07:15
Sérgio Fleury Moraes
Fundadas pelo inesquecível Francisco Pessuto, o “Frei Chico”, o Centro Social São José e a Casa do Menor Adelina Aloe vão homenagear a professora Ângela Claudino Sato, que foi o braço direito do religioso nas duas instituições e assumiu o comando após a morte dele em 2004. Nesta segunda-feira, Dia Internacional da Mulher, dirigentes do Centro Social vão até a porta da casa dos pais de Ângela Sato, às 9h, para entregar uma placa e reverenciar a memória da ex-diretora.
Além disso, o Centro Social da vila Fabiano vai ganhar dois bustos estilizados de papel machê — um de Frei Chico e outro de Ângela, considerada cofundadora da instituição — que ficarão expostos no saguão da entidade.
Francisco Pessuto foi um carismático pároco da igreja de São José que viveu pelos pobres. Para muitos, ele foi o sucessor de frei José Maria Lorenzetti, que também era uma espécie de protetor das famílias carentes. Frei Chico voltou suas obras para as crianças, fundando duas instituições assistenciais em Santa Cruz do Rio Pardo. Ele mesmo dizia que era a concretização de um antigo sonho. “Quem não vive para servir, não serve para viver”, pregava.
O Centro Social foi inaugurado em 3 de março de 1987 e completou 34 anos na semana passada. A Casa do Menor, no bairro Itaipu, surgiu nos anos 1990. Desde a procura de terrenos ou a construção dos prédios, frei Chico teve a colaboração de muitas pessoas da sociedade, principalmente Ângela Claudino Sato e Mônica Domingues Brandini — que ainda atua na instituição. A chocolataria surgiu ainda com frei Chico e hoje é uma das fontes de recursos para as instituições. Desde a morte do religioso, a fábrica leva o nome de seu fundador.
Além de visionário, Frei Chico era um “estrategista”. Por esta razão, ele se cercou de um grupo de mulheres para comandar as instituições, enquanto seguia como diretor espiritual e conselheiro. Com uma calma impressionante, ele nunca se desesperava quando não havia dinheiro em caixa para saldar compromissos urgentes. Dizia que a providência estava a caminho. E sempre chegava, em forma de doações, inclusive de outros países.
Durante muito tempo a diretoria foi exclusivamente feminina e o grupo ficou conhecido como “as mulheres do frei Chico”. Mais de 30 anos depois, a participação de homens aumentou, com a eleição do presidente Airton Seixas. Mesmo assim, a “linha de frente” das instituições ainda é majoritariamente feminina.
“Acho que ele pensou na maior disponibilidade das mulheres em ajudar. Isto mudou ao longo dos anos e há vários homens na parte administrativa. Na verdade, eles têm uma visão empresarial que ajuda muito na administração e arrecadação. As mulheres geralmente são mais prestativas e amorosas, o que é imprescindível numa obra social”, afirma Mônica Brandini, coordenadora do Centro Social.
Mônica, que entrou na entidade no início a convite do próprio fundador, lembra que Ângela Sato era uma das mulheres especiais para o frei Chico, a ponto de coordenar as instituições com muita garra. “O tempo dela era quase todo dedicado às instituições do frei. Ficava no Centro Social até o sol desaparecer e depois permanecia na Casa do Menor até tarde da noite. Eu ficava imaginando como a Ângela tinha tanta força”, conta Mônica.
A ideia de homenagear a cofundadora surgiu como um programa de preservação da memória das entidades. Como as crianças estão afastadas devido à pandemia, elas receberam das professoras uma atividade remota: falar sobre a atuação de “Tia Ângela”. Algumas, inclusive, entrevistaram seus pais, já que não a conheceram.
A gratidão foi a resposta. Há textos sobre Ângela e até uma caricatura feita por um ex-atendido, expondo o carinho com a ex-diretora. Os dois bustos que ficarão expostos a partir desta segunda-feira foram feitos pela monitora Eliana Cristina Miotto, com a ajuda de amigas da própria instituição.
A história de Eliana na instituição começou quando trabalhava como doméstica e, nas horas vagas, vendia perfumes “do Paraguai”. Um dia, encontrou frei Chico na rua e resolveu oferecer seus produtos, já que o religioso tinha fama de ser um homem bom. “Ele não comprou, pois disse que não usava. No entanto, viu que eu estava precisando e pediu que eu fosse até a Casa Paroquial. Me deu, então, um emprego”, contou Eliana, que está na instituição há 25 anos. Ela também trabalhou com Ângela Sato antes e depois da morte de Frei Chico, em 2004.
Casada com o advogado Yutaka Sato e mãe de dois filhos, Ângela assumiu o comando das instituições após a morte de frei Chico. Sempre amou as crianças e chegou a enfrentar pais furiosos quando descobria alguma violência contra os filhos. “Foi uma mulher que deixou rastros de amor”, resumiu há dois anos o comerciante Claudinei Claudino, durante inauguração da creche com o nome da irmã.
Porém, a presidente das instituições não contava com um obstáculo que apareceu em sua vida. Mesmo trabalhando, ela descobriu um câncer e iniciou o tratamento imediatamente. No entanto, a doença a venceu em abril de 2006. Ficaram as lembranças e o sentimento de gratidão a Ângela, que será homenageada neste Dia Internacional da Mulher.
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