SOCIEDADE

Hospital de Santa Cruz tem UTIs descredenciadas

Medida foi tomada a pedido da instituição, diz a DRS de Marília

Hospital de Santa Cruz tem UTIs descredenciadas

Publicado em: 11 de dezembro de 2021 às 03:51
Atualizado em: 11 de dezembro de 2021 às 04:42

Sérgio Fleury Moraes

Os seis leitos das UTIs da Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo foram descredenciados pelo Ministério da Saúde. Isto significa que o hospital não vai receber verbas para o setor até que um novo credenciamento seja providenciado. A medida foi confirmada pelo diretor do Centro de Credenciamento da Divisão Regional de Saúde (DRS-9) de Marília, Alberto Pereira.

No entanto, segundo o diretor, o descredenciamento foi solicitado pela própria Santa Casa, que alegou a necessidade de reformulação, reforma e mudança das instalações. “Foram eles que solicitaram o remanejamento por um período de aproximadamente seis meses. Depois, devem pedir novamente o credenciamento e a reativação deve acontecer após uma nova inspeção”, disse.

Sobre o fato das seis UTIs ainda constarem no cadastro de informações do Ministério da Saúde, Alberto explicou que o descredenciamento ainda não foi publicado no “Diário Oficial”. No entanto, a Santa Casa já não recebe verbas do SUS pelos leitos de UTIs.

Para o prefeito Diego Singolani, porém, a medida faz parte de um plano que prevê a instalação das UTIs no piso térreo da Santa Casa, no espaço onde antes funcionava o setor de pediatria. “Na prática, nada mudou para o paciente, pois a UTI continua funcionando normalmente, com médicos e enfermeiras durante 24 horas”, explicou.

Segundo o prefeito, que já foi secretário de Saúde por sete anos, uma UTI com cinco leitos possui praticamente o mesmo custo de outra com dez, já que que uma mesma equipe consegue administrar até uma dezena de leitos. “Isto acontecia com a UTI Neonatal e foi uma briga minha quando secretário de Saúde e na época conseguimos dobrar a capacidade para dez leitos”, disse. “Hoje, os repasses para a UTI de cinco leitos são pequenos e não pagam sequer o plantão”, revelou.

“Se eu não fizer o mesmo com a UTI adulto, obrigatoriamente devemos receber pacientes do sistema CROSS – Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde. Então, a nossa ideia é recuar um passo para dar dois à frente”, afirmou.

Como o hospital está sob intervenção do município, Diego disse que a prefeitura vai “bancar” a manutenção da UTI durante algum tempo, mas apenas para pacientes de Santa Cruz. Segundo ele, o plano é ousado e prevê, inclusive, a instalação de equipamentos para hemodiálise na UTI da Santa Casa de Misericórdia.

O prefeito explicou que o índice de ocupação da pediatria na Santa Casa não passa de 7% atualmente, o que significa uma grande ociosidade. “Nosso plano é transferir a pediatria para o espaço da UTI de cinco leitos, que é pequeno. Ao mesmo tempo, a UTI desce para o espaço da pediatria e terá capacidade ampliada para dez leitos, com o suporte de hemodiálise”, disse. Quando as reformas terminarem, um novo credenciamento será solicitado ao SUS.

O projeto prevê dotar o hospital com equipamentos de hemodiálise não apenas na UTI, mas também para atendimento ambulatorial. Segundo Diego, alguns empresários já se prontificaram, inclusive, a doar os equipamentos. “Mas o caro é a manutenção. E eu preciso pensar na Santa Casa após a intervenção, pois desejo entregar o hospital saneado e modernizado até o final de meu governo”, disse.

Diego assegurou que os seis leitos de UTI estão garantidos e não haverá problemas na solicitação de novo credenciamento. “Mas para credenciar dez com hemodiálise, vamos precisar de apoio político”, disse. Ele pretende pedir ajuda ao deputado federal Capitão Augusto (PL), que possui forte base eleitoral na cidade.

O prefeito também garantiu que o descredenciamento da UTI da Santa Casa não vai se refletir na Rede Cegonha, que garante os cuidados para gestantes e bebês com repasses de recursos do Ministério da Saúde. Segundo Diego, esta rede funciona em Santa Cruz voltada aos bebês e não à mulher. “A Rede Cegonha não veio 100% para Santa Cruz. Afinal, não fazemos parto de alto risco, pois somos hospital de referência para o bebê e não para a mãe”, explicou. Quando necessário, as gestantes são encaminhadas para Assis.

A Santa Casa de Santa Cruz chegou a funcionar com uma UTI com dez leitos durante a pandemia, mas a autorização e os recursos extras foram encaminhados como medida de emergência durante a fase aguda da pandemia. “Isto não existe mais”, contou o prefeito. 

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