Servidores da secretaria da Educação, Emerson Alves Diniz e Lucimara Demarqui passaram 26 dias na “casinha” atendendo as crianças
Publicado em: 24 de dezembro de 2021 às 02:08
Atualizado em: 30 de dezembro de 2021 às 01:25
Sérgio Fleury Moraes
Não é um trabalho fácil, especialmente no calorão de dezembro com aquelas roupas típicas de moradores do “Polo Norte”. Mas os servidores municipais Emerson Alves Diniz, 46, e Lucimara Demarqui da Silva, 46, foram os escolhidos neste ano como Papai Noel e Mamãe Noel da praça Leônidas Camarinha, onde estão os principais enfeites natalinos e a tradicional “Casinha do Papai Noel”.
Todos as noites, desde o dia 28 de novembro, quando aconteceu a chegada triunfal, os dois chegam à praça às 18h, se preparam e começam a atender uma multidão até 22h. Papai e Mamãe Noel permaneceram incógnitos durante todas as noites até a última quarta-feira, 22, distribuindo balas e ouvindo pedidos para o Natal.
Com aquelas roupas fechadas — e neste ano a máscara obrigatória —, é difícil perceber quem está por trás daqueles trajes. O Papai Noel Emerson Alves Diniz, por exemplo, foi surpreendido com a visita do próprio filho caçula, de cinco anos, que não percebeu a identidade do “bom velhinho”.
“Foi de repente. Quando olhei, era o meu filho. Embora ele ficasse olhando muito para mim, não descobriu quem era o Papai Noel. É um sinal de que cumpri bem meu papel”, brinca o servidor da pasta da Educação da prefeitura de Santa Cruz.
Para Emerson, é difícil explicar a sensação de ser Papai Noel. “É muito bom. As crianças conseguem passar energias positivas para a gente e, na verdade, quem ganha o maior presente somos nós, com um banho de pureza e amor”, disse. Segundo o servidor, uma colega de secretaria — a professora e ex-secretária Renata Bozzo — já havia antecipado que ele sairia fortalecido desta aventura de fantasia de Natal.
O Papai Noel de Santa Cruz do Rio Pardo disse que as crianças, mesmo encantadas, têm uma certa inibição para conversar com o “bom velhinho”. Outras, se surpreendem com a presença da Mamãe Noel.
Aliás, a “casinha” montada desde novembro na praça Leônidas Camarinha possui um quarto — com cama e tudo. Segundo Jordânia dos Santos Diniz Iaroseski, diretora de projetos educacionais do “Projeto Pet” — cuja equipe é a responsável pelos enfeites natalinos —, o cenário é um diferencial para que as crianças saibam que ali existe uma família.
Num dos lados da “casinha” há uma caixa onde são depositadas as cartinhas das crianças contendo os pedidos de Natal.
“Algumas perguntam sobre o trenó e as renas. Eu preciso dizer que estão guardados”, diz Emerson Diniz.
O servidor garante que se emocionou com alguns pedidos inusitados que partiram das próprias crianças. “É impressionante. Muitas pedem paz no mundo, mais amor na família e harmonia entre as pessoas”, conta. “Teve uma que pediu mais compreensão no mundo e ouvir isto é muito gratificante”, afirmou. “Outras pedem o fim da pandemia e os adolescentes desejam passar no vestibular”, diz a Mamãe Noel.
A “esposa” de Papai Noel também se fantasiou pela primeira vez. Lucimara Demarqui da Silva é servidora da secretaria de Educação e, portanto, já trabalha com crianças há 23 anos. “Ser a Mamãe Noel é muito gratificante. A gente nem se lembra do calor e só percebe que está ensopado de suor no fim da noite”, disse.
O “casal” Noel garante que o sucesso dos enfeites natalinos deste ano é resultado de um trabalho em equipe, comandado por Jordânia dos Santos Diniz.
De fato, um grupo de servidores fiscaliza a fila das famílias, distribui álcool em gel e verifica se todos estão usando máscaras. No final da noite, dois ou três funcionários ainda entram no final da fila para avisar que o “expediente” terminou e afastar mais visitantes.
O trabalho do “casal” não para. De vez em quando há um pequeno intervalo entre os atendimentos, mas são poucos minutos apenas para beber uma água. Em média, cerca de 500 crianças foram à “casinha” desde a sua abertura.
Lucimara lembra que a “casinha” do Papai Noel não é visitada exclusivamente pelas crianças e seus pais. “Há muitos idosos. Há alguns dias, atendemos um senhor de 92 anos”.
A “família” Noel afirma que a alegria das famílias parece estar redobrada neste ano, depois de um período muito difícil provocado pela pandemia. “Toda família quer participar. Ninguém aguentava mais tanta tristeza”, conta Lucimara.
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