Com ajuda do filho, pai vende raspadinha para complementar renda durante a pandemia

André Fleury Moraes

Quem passa na rua Antônio Eleodoro dos Santos, em Santa Cruz do Rio Pardo, nota a presença diária de um carrinho com garrafas de suco e gelo. De pronto, muitas vezes, pode vir um sabor de infância. As raspadinhas, bebidas com suco, gelo e leite condensado, ainda têm espaço — e muita procura — nos dias de hoje. É o que garante o vendedor autônomo Maicon Roberto Alves, 34.

A rotina de Maicon começa cedo, montando o carrinho, e só termina no final da tarde, quando, com ajuda do filho, conta o valor que pôde arrecadar no dia. Ele vende o produto há cerca de três anos e, antes, ficava em frente à escola Sinharinha. Com a suspensão das aulas, porém, precisou escolher um novo ponto — e achou o que chama de “Rodoanel” de Santa Cruz.

“Tem muito movimento aqui e dá para pagar nossas contas”, explica. A localização foi decisiva porque Maicon também perdeu o emprego de cobrador durante a pandemia. “Acabou dando certo”, explica, aliviado.

O geladinho, de tanto sucesso, ganhou até mesmo nome: é “Kalebinho”, em alusão ao segundo nome de seu filho Lorenzo, que desde o começo está ao lado do pai no empreendimento. “É ele quem dá o troco para os clientes”, explica.

Vez ou outra, porém, precisa chamar o filhão porque, ao vender o produto, nota que Lorenzo está brincando com amigos que moram próximo ao local onde pai e filho ficam com o carrinho. Foi o caso da reportagem, que comprou uma raspadinha de limão com morango