A superintendente da Cresol, Silviane Marcílio
Publicado em: 30 de abril de 2022 às 01:50
André Fleury Moraes
Num momento de mudanças no setor financeiro e diante de uma crise que já levou a inflação do Brasil a dois dígitos, o cenário para as empresas tende a ser refratário — os altos preços, afinal, prejudicam toda a cadeia de consumo.
O mesmo, porém, não tem acontecido com as cooperativas de crédito, que crescem em todo o País. Nos últimos cinco anos, segundo o Banco Central, o número de cooperativas no setor financeiro aumentou nada menos do que 134%.
A expectativa é ainda mais otimista para quem trabalha no ramo, já que a previsão é de que o setor ganhe cada vez mais espaço na sociedade.
Em Santa Cruz do Rio Pardo não é diferente: nos últimos meses, o município entrou no radar da “Cresol”, cooperativa que nasceu no Paraná em 1995.
A instituição tem hoje cerca de 690 agências espalhadas pelo Brasil, número que vai aumentar com a chegada da cooperativa ao município.
Na semana passada, representantes da “Cresol” reuniram empresários no clube Icaiçara e apresentaram as possibilidades que o cooperativismo oferece. Eles garantiram: a modalidade é uma alternativa sólida, especialmente a quem não gosta dos bancos tradicionais.
A chegada da cooperativa impõe também uma maior concorrência no setor financeiro local, que já conta com pelo menos seis instituições bancárias — cooperativas ou não.
Quem articulou a vinda da “Cresol” ao município foi o empresário Daniel Goulart, proprietário do grupo Correto. “Soube da proposta da cooperativa para se instalar na região e entrei em contato com investidores para avaliar a possibilidade de a Cresol vir para Santa Cruz”, explica o empresário.
Ele conversou com representantes da instituição e ajudou, inclusive, na definição do local onde a futura sede da “Cresol” será construída — o prédio, diz, vai ser erguido na avenida Tiradentes, próximo à Caixa Econômica Federal.
Quando surgiu, há quase 30 anos, a cooperativa era voltada principalmente aos produtores rurais. Hoje, porém, atende todos os setores econômicos.
“É um investimento muito interessante para Santa Cruz. E vem para fomentar o comércio, a indústria e também o nosso agricultor”, diz Goulart.Representantes da cooperativa destacaram na reunião o potencial econômico de Santa Cruz do Rio Pardo — ao qual se referiram como “pujante”.
Eles se disseram surpreendidos, por exemplo, com os números da agricultura, da indústria — especialmente as arrozeiras — e também da produção de calçados.
Superintendente regional da “Cresol”, Silviane Marcílio diz que as negociações para a instalação da cooperativa em Santa Cruz já estão avançadas, e que a sede deve ser construída nos próximos meses. Enquanto o imóvel não é inaugurado, a instituição já procura colaboradores para iniciar os trabalhos no município. “A avaliação é de que teremos, a princípio, uma ou duas contratações”, diz.
Os funcionários, explica, vão atuar na captação de novos cooperados para a Cresol neste primeiro momento. Houve, porém, uma exigência durante a reunião: os futuros colaboradores têm de ser santa-cruzenses.
Para ela, a concorrência das demais cooperativas e instituições financeiras em Santa Cruz não deve ser um problema. “Nosso objetivo é contribuir com a cidade”, afirma.
Presidente da cooperativa, Valdecir Parafianiuk contou que as conversas para a instalação da Cresol em Santa Cruz acontecem desde o final do ano passado. E a crise econômica não foi um obstáculo para a chegada da instituição.
“Bancos tradicionais devem fechar agências nos próximos anos. Em contrapartida, a previsão para as cooperativas é a abertura de novas filiais”, diz.
A Cresol é hoje, segundo o presidente da instituição, a terceira força do cooperativismo no País. E o setor é uma alternativa para contornar crises, afirma Valdecir.
Uma das diferenças das cooperativas, diz, é o foco nas demandas municipais. “Sentamos com representantes públicos, cooperados, e entendemos as necessidades do momento. E fazemos o que estiver ao nosso alcance”, explica Valdecir.
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