ECONOMIA

Encontro ‘Old Car’ vira referência turística

Exposição de carros antigos atrai pessoas de todo o País, com atrações, bandas, praça de alimentação e mercado de pulgas

Encontro ‘Old Car’ vira referência turística

Novidade na garagem de Albano Bertoldi, o Gordini foi fabricado no início da década de 1960

Publicado em: 14 de setembro de 2023 às 23:35

Sérgio Fleury Moraes

 

Cerca de 300 carros antigos, a maioria com certificado de originalidade, estavam previstos para serem expostos no “Old Car Encontro de Carros Antigos” neste domingo, 10, no recinto da Expopardo. Não é um encontro pioneiro em Santa Cruz do Rio Pardo, mas é o primeiro com o nome “Old Car”, depois de uma divisão no grupo de colecionadores de veículos antigos na cidade. O evento tem apoio da prefeitura e passou a integrar o calendário turístico do município.

A paixão por automóveis “fora de época” é, ao mesmo tempo, inexplicável e um caso de verdadeiro amor. Dois dos diretores da atual diretoria do “Old Car”, por exemplo, são apaixonados cada qual por um modelo. O fotógrafo Pedro Figueira disse que o Fusca foi o primeiro carro que ele conseguiu comprar. E não vende mais.

Já Matheus “Del Rey”, também integrante da diretoria, como o próprio apelido informa, é apaixonado pelo modelo antigo da Ford. Ele já foi proprietário de pelo menos oito “Del Reys”, embora atualmente “só” tenha dois.

A ideia é reforçar o “Old Car” como um evento turístico em Santa Cruz do Rio Pardo. Afinal, dezenas de colecionadores de outros estados, todos com seus veículos, também participam do evento. Neste ano, por exemplo, pelo menos seis bandas estavam previstas para subirem ao palco montado na Expopardo.

Além disso, há praça de alimentação, área de brinquedos para crianças e até “mercado de pulgas”, com a venda e troca de peças de veículos antigos.

 

As relíquias da Polícia Militar vieram do CMM sediado em São Paulo

 

Neste ano, uma das grandes novidades é a exposição de veículos antigos da Polícia Militar. São um Fusca 1986, da chamada “Rádio Patrulha”, um Opala SL ano 1988 e uma Chevrolet Veraneio 1988 que pertenceu à Rota – Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar. Os três carros, todos caracterizados como originais e em estado de novos, vieram do Centro de Motomecanização da Policia Militar do Estado de São Paulo.

A PM de Santa Cruz do Rio Pardo já teve veículos semelhantes em sua história. O CMM da Polícia Militar é um órgão responsável pela estocagem de viaturas e fornecimento de suprimentos. Porém, também assumiu a tarefa de preservar a memória automobilística da PM paulista.

 

Albano não esconde que tem entre seus preferidos o Ford Fairlane ano 1964, com câmbio automático; ao lado, o recém-adquirido Dodge Polara

Entre os expositores, há muitos colecionadores que são donos de vários veículos antigos. É o caso do santa-cruzense Albano José Balielo Bertoldi, dono de vários automóveis históricos. Recentemente, ele encorpou duas novas raridades. “Eu tinha quatro Fuscas e vendi dois. Assim, pude comprar um Dodge Polara 1.800. Nos últimos dias, consegui um Gordini”, contou.

O Polara ano 1978 é o único exemplar do modelo em Santa Cruz do Rio Pardo. O carro já foi considerado o melhor automóvel já fabricado no Brasil, mas no lançamento houve um problema grave no câmbio. A fabricante Chrysler reformulou o sistema e o carro ficou impecável. Porém, pela fama do problema no câmbio conquistada no lançamento, o Dodge Polara não teve vida longa.

Quando vendeu um Fusca 1978, Albano começou a procurar outra raridade. Ele pensava num DKW Vemag, um sucesso com motor de dois tempos dos anos 1950 e 1960, ou um Gordini fabricado pela antiga Willys do Brasil. “Eu escolhi comprar um Gordini por uma questão afetiva. Não me lembro muito bem, pois era criança, mas meu pai teve dois Gordinis”, contou.

 

O pneu estepe do Gordini fica na área frontal

 

O negócio foi fechado depois de 20 dias de conversa. Albano foi buscar o carro na última terça-feira, 5, na cidade de Jundiaí. E, até sexta-feira, 8, ele não saía da garagem para deixar o Gordini ano 1963 reluzente. A exemplo do Dodge Polara, o Gordini é um exemplar único em Santa Cruz do Rio Pardo.

O carro leva o sobrenome de seu criador, o italiano Amedeo Gordini. Inicialmente ele foi denominado Renault Dalphine pela fábrica ítalo-francesa, mas em 1959 começou a ser produzido no Brasil pela Willys Overland. Apesar de suas linhas atraentes e modernas para a época, o problema do Gordini era o motor traseiro fraco, de apenas 845 cilindradas.

O Gordini durou até 1968, quando a Ford comprou a Willys e encerrou a produção. Ele foi substituído, na verdade, pelo Ford Corcel. O colecionador não sabe o motivo, mas no documento o carro é grafado como “Ford Renault Gordini”. O veículo veio com manual original e até chave reserva.

Albano Bertoldi possui uma respeitável coleção de automóveis antigos. Além dos “novíssimos” Dodge Polara e o Gordini, ele é proprietário de um Ford Fairlane 1964, uma Variant 1971, um Fusca 1971 e até uma moto Yamaha RX-180.

Somente o Gordini (por enquanto) não possui placa preta, uma identificação de veículos com mais de 30 anos de fabricação e originalidade acima de 80%, mas Albano vai tomar esta providência. Ele reclama, porém, que a “placa preta” vem sendo “avacalhada”, com alguns veículos trafegando com este tipo de chapa a merecer.

 

* Colaborou Toko Degaspari

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