Equipe na cobertura, no dia da conclusão da última laje
Publicado em: 31 de julho de 2021 às 04:07
Atualizado em: 10 de agosto de 2021 às 22:54
Sérgio Fleury Moraes
Quem costuma passar somente poucas vezes pela rua Joaquim Manoel de Andrade, esquina com a Cyro de Mello Camarinha, bem no centro de Santa Cruz do Rio Pardo, certamente se surpreendeu em algum momento com o andamento das obras do edifício “Residencial Ingá”. No final do ano passado, o terreno era um grande buraco com obras de fundação. Seis meses depois, os nove pavimentos do Ingá já estão totalmente levantados e concretados.
Em termos de construção de edifícios de grande porte, é um recorde em Santa Cruz do Rio Pardo. O Ingá é o resultado de uma forte parceria entre as empresas AS Resinas — incorporadora com escritórios na Europa, Estados Unidos e China —, GGon Construtora e as santa-cruzenses Reng Construções e Correto Imóveis. Das quatro, surgiu uma nova empresa, a Sociedade Ingá, que por força do estatuto só pode reverter os recursos financeiros da venda dos apartamentos na obra. É uma sociedade com propósito específico e nasceu com prazo de validade, pois só foi criada para gerir e negociar todos os apartamentos.
Este novo conceito também tem a assinatura da reconhecida Ricci & Higa Arquitetura, responsável pelo projeto arquitetônico. Na verdade, o projeto do Ingá tem quase três anos, mas foi remodelado pela Ricci & Higa. A mudança aconteceu depois do ingresso de novos parceiros e o resultado foi a ampliação dos apartamentos, a construção de duplex e uma área de lazer térrea, com espaço gourmet e salão de festas.
O mais interessante, entretanto, é a paisagem que os futuros moradores do edifício irão desfrutar. O prédio fica a uma quadra do “Ingá Clube Náutico”, à beira do rio Pardo. Só quem já subiu alguns andares durante a obra pode imaginar a magnífica cena em todos os lados.
Um dos diretores da Reng Construções, o engenheiro Murilo Ortega Godoy, 23, explicou que a construção dos primeiros pavimentos foi responsável pela agilidade nas obras. “Nós aprendemos muito por conta da repetição dos pavimentos. Foi como uma linha de montagem a partir do terceiro pavimento”, disse. O resultado foi impressionante: o prédio começou a ser erguido em fevereiro e a última laje recebeu a concretagem há menos de duas semanas.
Grande parte da mão de obra é formada por trabalhadores de outros Estados, principalmente Maranhão e Piauí. Murilo explicou que são operários que acompanham as empresas parceiras em outras obras e são especializados em vários setores.
“O interessante é que, quando a obra terminar, parte destes profissionais vão acompanhar as empresas em outras construções de outras cidades. Porém, outra parte vai ficar morando em Santa Cruz, sendo realocada para outras obras no próprio município”, explicou Roberval Godoy, 37, diretor da Reng e pai de Murilo.
A previsão é a entrega total do prédio até o final do próximo ano. Serão 38 apartamentos de dois e três dormitórios, estes últimos de frente para o rio Pardo. O 9º pavimento terá quatro apartamentos duplex de luxo, com direito a uma área de lazer na cobertura, inclusive com spa, espaço gourmet reservado e até um ofurô. No entanto, todos os apartamentos, independentemente do tamanho, têm uma varanda gourmet.
Outros dois apartamentos serão oferecidos para pessoas com necessidades especiais ou idosos, uma vez que estão no andar térreo e o banheiro pode ser adaptado.
Os empresários contam que a pandemia trouxe um certo temor, uma vez que o projeto já estava aprovado em meio às incertezas. Além disso, as obras chegaram a paralisar 15 dias quando alguns funcionários foram diagnosticados positivos para a covid-19. “Mas o interessante é que a procura pelos apartamentos continuou. O grupo, então, resolveu segurar um pouco a venda, até para evitar prejuízos”, disse Roberval. Outro diferencial foi bancar a compra antecipada de produtos, como todas as ferragens e até os elevadores.
O negócio é seguro devido à presença da AS Resinas, praticamente a financiadora de todo o empreendimento com recursos próprios. A previsão, porém, é entregar o prédio no final do próximo ano já totalmente vendido. Quem teve a sorte de adquirir um dos apartamentos antecipadamente, praticamente na planta, ganhou dinheiro. Afinal, houve um ágio significativo nos valores desde o início da construção.
Murilo acredita que o prédio, praticamente o primeiro de apartamentos de Santa Cruz do Rio Pardo, vai criar um novo nicho de negócios na cidade. Existe um pioneiro, o edifício “Califórnia”, construído nas proximidades da prefeitura, mas que demorou quase 40 anos para ser erguido, ainda não foi concluído e nunca teve um único morador. “É ideal para aqueles que trabalham o dia todo e moram sozinhos ou têm famílias pequenas. É só fechar a porta antes de sair e há toda uma segurança envolvida, pois se trata de um condomínio”, conta Roberval.
Engenheira de 24 anos comanda mais de 30 homens na construção
O canteiro de obras do “Residencial Ingá” não é lugar para machismo. Que o diga a engenheira civil Geovanna Marques, 24, que é responsável pelo comando direto de praticamente todos os homens envolvidos na construção. É a jovem quem gerencia, contrata, verifica prazos e supervisiona o andamento da obra. Claro que existe um mestre de obras, Renil Edmon Galli, 59, mas a quantidade de serviço é absurda.
Geovanna nunca teve qualquer problema em comandar tantos homens. “É muito tranquilo, pois a gente criou uma amizade. Todos sempre me respeitaram nesta obra”, disse.
A engenheira civil, porém, admite que já percebeu o machismo em outros locais nos quais trabalhou. “É um comentário indiscreto aqui, um olhar diferente ali. Isto existe mesmo”, garantiu.
Formada há apenas um ano, Geovanna tem familiares em Santa Cruz do Rio Pardo e, já no início da carreira, assumiu o desafio de comandar uma construção gigantesca. Na verdade, ela se sente orgulhosa pelo fato de o grupo societário ter confiado em seu trabalho. “Todos me deram o aval e isto é muito difícil em se tratando de uma recém-formada. Mas a confiança é recíproca”, afirmou a engenheira.
Para quem saiu há pouco tempo dos bancos escolares, Geovanna afirma que aprende muito com os operários que nunca cursaram uma universidade. “A prática é um ensinamento muito importante. Eles me ensinam muito”, disse. Hoje, a engenheira tenta convencer os sócios do empreendimento a contratar mais mulheres para a obra. “Claro que é difícil por causa das profissões, mas meu sonho é encher a obra de mulheres”, disse, rindo.
Previsão do tempo para: Quinta
Durante a primeira metade do dia Períodos nublados com tendência na segunda metade do dia para Céu limpo
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