ECONOMIA

Turismo local terá identidade própria, diz prefeito Diego

Prefeito avalia desapropriar ‘fatias’ de terra e facilitar acesso a pontos famosos, mas esquecidos, do Pardo; objetivo da medida é reaproximar população do rio

Turismo local terá identidade própria, diz prefeito Diego

O prefeito Diego Henrique Singolani Costa (PSD), durante entrevista em seu gabinete

Publicado em: 12 de março de 2022 às 02:22

André Fleury Moraes

Trechos esquecidos do rio Pardo podem voltar a ser valorizados pelo governo ao mesmo tempo em que o município consolida um projeto que prevê torná-lo referência regional em Turismo. É o que aposta o prefeito Diego Singolani (PSD), de Santa Cruz do Rio Pardo.

Pontos como os saltos do Niagara e do Menegazzo e a cachoeira do Guacho estão nos planos da administração para retomar a valorização do rio, que acabou escanteado pelas últimas administrações.

Nos últimos anos, apesar das fotos divulgadas pela prefeitura sobre as maravilhas do Pardo, pouco se fez para fomentar o turismo aquático.  A corrida de boia foi a única iniciativa nesse sentido, mas com um número de participantes que se esfacelou ao longo da última década.

A baixa adesão se dá principalmente pela falta de divulgação dos eventos, mas também é reflexo de uma política que afastou a população do rio que dá nome à cidade.

O Parque Ecológico de Santa Cruz, ainda sem data para ser inaugurado, foi uma importante iniciativa nesse sentido. Às margens do Pardo, o governo quer torná-lo um espaço de lazer e descanso às famílias da cidade. O esboço do parque, porém, foi elaborado somente em 2019. Enquanto isso, Santa Cruz é considerado município de interesse turístico (MIT) desde 2017.

No projeto turístico que viabilizou a evolução do município para ser classificado como MT, a administração elencou uma série de pontos do Pardo que, segundo o documento, “atraem dezenas de famílias”. Mas não é bem assim — e é isso que o governo quer mudar.

Num projeto de retomada econômica — cuja principal aposta está no Turismo —, o Pardo enfim entrou nos planos da administração.

Prestes a desmembrar a secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turístico para focar cada setor em uma única pasta, o prefeito Diego quer facilitar o acesso da população a pontos famosos do rio.

O salto do Menegazzo, em Santa Cruz do Rio Pardo (Arquivo / DEBATE)

Como a maioria deles se situa dentro de áreas particulares, o governo avalia desapropriar uma fatia dessas propriedades e garantir acesso seguro a trechos do Pardo.

O acesso é hoje um dos principais problemas dos pontos turísticos do Pardo. Nenhum deles é sinalizado, e as trilhas existentes estão escondidas por matos que crescem ininterruptamente, já que nenhum dos locais conta com manutenção.

Existem pequenas exceções, como a cachoeira do Guacho, cujos proprietários preservam o local. Nos demais pontos, no entanto, pouco ou nada se faz para incentivar o lugar.

Diego diz que o projeto que prevê a desapropriação ainda está em fase de estudos e que só deve ser efetivamente discutido quando a secretaria de Turismo for criada. O prefeito admite, porém, que existem questões burocráticas em jogo. “Primeiro que a própria desapropriação já envolve uma discussão judicial extensa”, afirma.

Na sequência estão as questões ambientais para a abertura dos acessos. Como muitas áreas são protegidas, o prefeito espera também estudos sobre o que pode ou não pode ser feito nos trechos. Outro ponto é a manutenção dos locais. Diego diz que a prefeitura pode fazer os primeiros investimentos, como abertura dos acessos às margens do rio, mas não garante reformas constantes dos locais.

Ele não descarta, de qualquer forma, formalizar parcerias com os proprietários das terras onde se situam os pontos turísticos do Pardo e conceder a exploração comercial do local, por exemplo.

“É preciso frisar que não vamos cobrar pela entrada em hipótese alguma. O que se cogita é oferecer aos donos dessas áreas a opção de se construir uma lanchonete, por exemplo”.

Segundo o prefeito, o Pardo é o protagonista do projeto de valorização turística para Santa Cruz. E retomar a aproximação da população com o rio é um de seus objetivos.

A previsão é de que os recursos ao setor sejam melhor direcionados a partir da nova secretaria de Turismo, que terá orçamento próprio. O projeto que vai selar a criação da pasta deve ser encaminhado nas próximas semanas para a Câmara.

Náutico: impasse judicial atrasa reforma

Nos últimos anos, todo o investimento para o turismo ficou concentrado na secretaria de Cultura, o que prejudica um melhor planejamento orçamentário para o setor. “Com uma pasta específica, poderemos separar o que é recurso cultural e turístico”, afirma.

A pasta da Cultura, explica, ficará responsável por eventos locais como o Coreto Encanto e com setores como a biblioteca, por exemplo. O Turismo, enquanto isso, vai mirar atrações de médio e grande porte que atraiam um público maior.

Nada impede, no entanto, que outras pastas realoquem recursos para eventos que sejam também destinados ao turismo. É o caso da secretaria de Esportes, cujo titular Adriano Campanha estuda um orçamento que viabilize uma série de competições para os próximos anos.

Uma delas é exatamente a corrida de boia, que ficou em segundo plano nos últimos anos e viu o número de participantes minguar.

O evento já chegou a ter quase mil participantes durante o governo de Onofre Rosa de Oliveira, quando chegou a ser tema de reportagem no programa “Fantástico”, da Rede Globo, mas caiu no ostracismo a partir da virada do século.

“São coisas que precisamos fomentar. E é nisso que estamos trabalhando”, diz Diego. Recentemente, diz, a Ummes formalizou um convênio regional de esportes para investir no turismo regional de eventos característicos a cada município. Um dos incentivos, diz, é oferecer boas premiações para atrair cada vez mais participantes.

 O parque ecológico, ainda sem data de inauguração, também está na mira do governo como atrativo ao município. A administração aguarda, no entanto, a resolução do impasse judicial que envolve o clube Náutico — área que será anexada ao parque e que dará nome ao “Complexo Turístico Orlando Villas Boas”.

Parque Ecológico só será inaugurado em 2022
O futuro parque ecológico de Santa Cruz, já com obras avançadas

O local, pertencente a uma associação, foi desapropriado pela prefeitura, mas existe uma discussão sobre o valor do terreno. Em 2020 a administração depositou pouco mais de R$ 700 mil em juízo — valor que estimou para o local —, mas uma perícia apontou que a área custa o dobro. Nada foi resolvido desde então, e o Náutico acabou abandonado pela demora do Poder Judiciário em tomar uma decisão efetiva na ação.

Na semana passada, o Ministério Público de Santa Cruz emitiu parecer em que opina pela concessão imediata do clube ao município até que o caso seja esclarecido. Não havia uma decisão definitiva no processo até a conclusão desta edição.

Como o Náutico é uma área passível de inundação, o governo descarta investir em infraestrutura na parte mais abaixo do clube.

O campo e os quiosques do clube devem ser mantidos, mas o mesmo não deve acontecer com as piscinas — que, prevê o governo, serão soterradas. 

SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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