GERAL

Avenida precária em Santa Cruz vira novo corredor comercial

Publicado em: 26 de junho de 2005 às 00:34
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 01:11

Pista cheia de remendos, falta de guia e sarjeta e acostamento mal cuidado. Esse é o estado da principal via de acesso para o motorista que entra em Santa Cruz do Rio Pardo pela avenida Carlos Rios. Ela deixou de abrigar só residências no entorno e começa a receber investimentos privados para virar zona comercial. Ao longo de mais de um quilômetro, avista-se dos dois lados vários prédios em construção, escola de natação, supermercado e carpintaria, entre outros estabelecimentos. A nova vocação começa a se formar rapidamente sem, no momento, existir projeto para alargamento da via.

Além da precariedade da avenida, o trevo que interliga a avenida Carlos Rios está abandonado e perigoso para o motorista que vem pela SP-225 com destino à cidade. A alça do trevo só tem acesso do lado de quem vem de Bauru para Ipaussu. No sentido contrário o motorista precisa cruzar a rodovia, numa manobra arriscada aonde já houve várias colisões de veículos.

A expansão urbana aumentou repentinamente o número de obras em vários pontos da avenida, desde construção de prédio para uma distribuidora de bebida a três grandes barracões. Um deles está reservado para a Junta da Justiça do Trabalho.

Enquanto não existe um Plano Diretor para direcionar o crescimento da cidade, a iniciativa privada vai ocupando o vazio urbano na Chácara Peixe dentro de uma lógica própria e dita as regras da nova vocação da “artéria” de acesso à cidade.

Um dos primeiros a apostar na avenida Carlos Rios foi Valdecir Mariano de Souza, o “Pneu”. “Quando instalei a carpintaria aqui não tinha nada. O terreno nessa região custava em torno de R$ 8 mil, mas agora, com a valorização da região, já estão pedindo de R$ 20 mil a R$ 25 mil”, recorda o marceneiro, há 5 anos locatário de um barracão na margem da avenida no sentido bairro–centro.

O borracheiro Vanderlei Logerfo, o “Batoco”, se transferiu para a região há pouco tempo e acredita que o novo “corredor” comercial vai crescer. “Quando vim para cá era tudo calmo, mas agora os moradores daqui já estão pedindo até obstáculos na avenida devido à velocidade dos veículos”, declarou.

Os novos pontos comerciais convivem com casas construídas recentemente na avenida. O maior empreendedor na área é o empresário Jorge Raimundo, dono de vários terrenos. Neles, decidiu erguer três barracões, dois de 749 m2 e um de 430 m2 . Um já está reservado para abrigar a futura Junta da Justiça do Trabalho. Se o cronograma não atrasar, o empreendimento deve ser entregue até o final do ano. O imóvel será alugado pela prefeitura por 10 anos ao preço de R$ 3.200. Essa é a contrapartida do município para trazer a Vara Trabalhista para Santa Cruz do Rio Pardo, mas o contrato ainda não foi assinado.

A chegada de novos empreendimentos comercias e da Junta trabalhista vai obrigar investimentos na melhoria da avenida, ainda estreita e com deficiências nas margens. Para piorar, há no meio da avenida um cruzamento perigoso com a rua Antonio Pereira dos Santos, com acostamento precário, nos fundos da Codesan (estatal santa-cruzense mantida com capital majoritário da prefeitura).

“Será necessário alargar a avenida, mas acredito que vai depender de cada um dos proprietários executar essa obra, porque o Poder Público não tem dinheiro para uma obra como essa”, disse Raimundo. A prefeitura até o momento não demonstrou interesse de remodelar a área.

Os moradores de residências da avenida pedem redutores de velocidade para coibir os abusos dos motoristas que trafegam em alta velocidade, mas a pista de rolamento é cheia de ondulações, não tem iluminação pública e a energia elétrica não é suficiente para atender a demanda de novos pontos comerciais. A verdade é que a expansão é acelerada, enquanto a melhoria da avenida ocorre a passos lentos.