GERAL

Cachorro vira mascote de escola pública

Publicado em: 31 de julho de 2005 às 01:32
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 07:00

Com livre acesso a qualquer parte da escola, direito a banhos semanais, petiscos da cantina e até mesmo uniforme, o cachorro "Preto" ganhou democraticamente o direito de ser um dos membros mais conhecidos da escola "Leônidas do Amaral Vieira", de Santa Cruz do Rio Pardo.

O animal apareceu na escola há cerca de um ano. Morador de rua, apreciou a atenção dos alunos e os "restos" de lanche que ganhava. "Havia outros cachorros que ficavam no portão, mas o Preto espantou todos, um por um", conta a coordenadora da escola, Ryoko Suzuki.

Aos poucos, Preto ganhou a confiança dos alunos, professores e funcionários da escola: do portão, passou ao pátio, depois ao saguão da escola e aos corredores. Hoje transita livremente por todas as salas de aula e tem até um local separado para passar as noites.

A presença de um animal dentro da escola, porém, não era bem aceita por todos e surgiram reclamações. Para solucionar o impasse de Preto, a direção da escola utilizou uma medida democrática: promoveu um plebiscito. A votação foi livre, feita classe por classe. Os alunos deveriam votar pela permanência ou não de Preto na escola. "O objetivo também foi mostrar aos alunos como funciona um plebiscito. Foi tudo muito organizado. Teve até urnas", lembra Ryoko.

A maioria decidiu que Preto deveria ficar e o cachorro acabou se tornando o mascote do Leônidas - com direito a todos os mimos. Alguns professores levam comida de suas casas para Preto. Outros pagam a aplicação de vacinas e banhos no veterinário. "Teve um professor que levou o Preto para casa duas vezes, mas ele fugiu e voltou para cá", conta a coordenadora. Até um uniforme da esscola foi feito especialmente para Preto - mas o cachorro havia engordado e a roupa não serviu.

Além de "tomar conta" da escola, Preto também vigia os alunos, segundo os funcionários. "Se os alunos correm para tentar pular o muro, ele vai atrás e dá o alarme", diz Ryoko. Com preferência por alguns professores, Preto costuma fazer com satisfação o que muitos estudantes não querem: senta-se na classe e assiste à aula inteirinha.