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CPI apura uso de nota fria para beneficar um vereador

CPI apura uso de nota fria para beneficar um vereador

Publicado em: 07 de julho de 2002 às 15:12
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 01:57

A Câmara de Chavantes abriu sexta-feira uma Comissão Parmamentar de Inquérito (CPI) para apurar o envolvimento do vereador Reinaldo Mortari Júnior (PMDB) num suposto esquema para beneficiá-lo no pagamento de uma dívida com dinheiro da prefeitura.

O presidente da Câmara de Chavantes, Pedro Rodrigues Borges (PPB), é o autor da denúncia que envolve Mortari Júnior e mais Roberto Lentino, responsável pela Casa da Lavoura. O promotor de Justiça Marcelo Saliba abriu inquérito civil para apurar improbidade administrativa.

A CPI foi aprovada por unanimidade na noite da última sexta-feira. Os vereadores indicados para compor a comissão são José Luiz Roquejani (PPB), Eduardo Clivelenti (PTB), Levi Raimundo (PSDB), Valdomiro Rosa Neto (PMDB) e Osmar Antunes (PTB).

Na próxima quarta-feira, às 20h, a CPI se reúne para escolher o presidente e o relator. Ela vai apurar a conduta do vereador que, se for culpado, pode ter o mandato cassado pelos vereadores.

Mortari Jr. utilizou-se de um trator da associação dos pequenos produtores entre 12 e 25 de fevereiro deste ano para prestar serviço no sítio de sua propriedade, que custou R$ 1.508,40. Porém, ele não pagou à associação. Mortari é acusado de se beneficiar de um esquema que utilizaria dinheiro público.

O engenheiro agrônomo Roberto Lentino, da Casa da Lavoura, teria conseguido uma nota fiscal de outro prestador de serviço para justificar que o serviço foi executado à prefeitura, beneficiando o vereador no pagamento da dívida da associação. Lentino teria acertado com José Roberto Berti, dono de um pequeno trator que presta serviço à prefeitura na aplicação de herbicida em lavouras de café.

Segundo a denúncia, Berti deu a nota fiscal que teria sido preenchida na prefeitura no valor de R$ 1.508,40 para a Secretaria Municipal de Obras de Chavantes liberar o pagamento da dívida do vereador. Lentino negou o suposto esquema no depoimento prestado ao Ministério Público.

O presidente da Câmara disse que conseguiu na última semana, na Secretaria de Finanças, a cópia da nota fiscal e do empenho Nº 5730/2002 que são os comprovantes do esquema que beneficia o vereador. A quantia não foi liberada depois que o vereador pepebista descobriu a nota fiscal utilizada na transação.

Berti, em depoimento ao promotor de Justiça de Chavantes, confirma que foi procurado pelo funcionário da Casa da Lavoura para emprestar a nota fiscal que “acertava” a dívida do vereador com a Casa da Lavoura.

Outro lado — O vereador Reinaldo Mortari Júnior negou sexta-feira que tenha assinado a nota fiscal para justificar o pagamento do trator. Mortari Júnior diz que está ainda em débito com a Casa da Lavoura pelo aluguel do trator. Segundo ele, a dívida é de R$ 987,75 referente a 79 horas de serviços prestados em seu sítio.

Sobre a abertura da CPI, Mortari Júnior diz que vai provar que é inocente. “Não há nada provando o meu envolvimento para pagar a dívida com dinheiro da prefeitura”. Ele diz que estranha a acusação, porque desde o final do ano passado, quando disputou a eleição da mesa diretora e foi derrotado, ganhou “desafetos” na Câmara. “A mesa diretora deve apurar os fatos, mas ela tem que sempre agir assim”.

O prefeito de Chavantes, Wilson Bassit (PTB), disse que a prefeitura não pagou a conta do vereador peemedebista. “O que existe é ôba-ôba. Não chegou nada oficial para mim até o momento. Assim que a Câmara tomar uma atitude, vou saber o que está acontecendo”, declarou sexta-feira à tarde antes da sessão legislativa.
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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