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De cara nova, 'Praça dos Expedicionários' ganha novos ares

Totalmente revitalizada, área deve ganhar nome definitivo em breve e ser reinaugurada ainda em setembro

De cara nova, 'Praça dos Expedicionários' ganha novos ares

REVITALIZAÇÃO — Reforma deu um ar mais leve ao espaço, com postes no estilo ‘retrô’, novo piso e muitas flores

Publicado em: 10 de setembro de 2022 às 01:34
Atualizado em: 16 de setembro de 2022 às 03:40

Sérgio Fleury Moraes

A “Praça dos Expedicionários” de Santa Cruz do Rio Pardo, que na verdade foi batizada como “José Eugênio Ferreira”, está modernizada e totalmente revitalizada. O local já é frequentado por famílias e estudantes e pode ser reinaugurado ainda em setembro, segundo previsão do prefeito Diego Singolani (PSD).

A praça foi inaugurada oficialmente em janeiro de 1968, na administração do ex-prefeito Carlos Queiroz, e faz uma homenagem aos soldados santa-cruzenses da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que lutaram contra o nazifascismo em terras italianas na Segunda Guerra Mundial.

Oficialmente, porém, ela já existia como espaço sem benfeitorias. Em 1960, o então prefeito Onofre Rosa de Oliveira assinou uma lei que deu nome a vários logradouros municipais, inclusive “a praça localizada entre o final da rua Euclides da Cunha e a rua Simão Cabral, e ainda a avenida Clementino Gonçalves, nos fundos do Instituto de Educação Leônidas do Amaral Vieira”. O local passou a ser chamado de “Praça Coronel José Eugênio Ferreira”.

À época dos trailers, a praça tinha ares de abandono

No entanto, o nome nunca “pegou”. Após 1968, o próprio Carlos Queiroz se referia ao local como “Praça dos Expedicionários”. Em 1982, o prefeito Aniceto Gonçalves mandou instalar um monumento em homenagem à Revolução Constitucionalista de 1932, como lembrança dos “santa-cruzenses que lutaram bravamente (...) visando a redemocratização da pátria, que vivia nas trevas de uma feroz ditadura”. O decreto 328/82 traz o local da homenagem: “Praça dos Expedicionários”. O monumento de 1932 desapareceu ao longo dos anos.

O prefeito Diego Singolani, que desde o início de 2021 começou a retirada dos trailers da praça e iniciou seu projeto de revitalização, concorda que o nome precisa ser revisto. “É verdade que ninguém conhece como praça José Eugênio Ferreira. Este assunto já está sendo analisado pela secretaria de Cultura”, afirmou.

A ideia do prefeito é simplesmente trocar o nome da praça pelo qual ela realmente é conhecida e batizar outro logradouro público como “José Eugênio Ferreira”. Segundo ele, a transferência da homenagem ao fazendeiro que viveu em Santa Cruz desde os anos 1930 pode dar, inclusive, maior visibilidade ao nome. “Hoje ninguém sabe quem ele foi”, explicou.

A praça durante reforma

A reforma da praça está praticamente pronta. No lugar dos trailers que ocupavam o espaço, ficou apenas a “Banca do Jabá”, que está no espaço há 30 anos.

As obras demoraram para começar. A praça teve árvores cortadas no governo anterior, cujo prefeito, Otacílio Parras, também chegou a autorizar até a remoção do monumento aos expedicionários para a instalação de um novo trailer. Depois do Ministério Público abrir um procedimento e de críticas da população, Parras recuou.

Quando assumiu o mandato no início de 2021, Diego Singolani começou a implementar a revitalização da praça. Antes, deparou-se com um obstáculo — os vários trailers que funcionavam dentro do espaço.

O Ministério Público alertou que apenas a banca de jornais estava legalmente autorizada a funcionar na praça. Os trailers, por não serem ambulantes, deveriam deixar o local. A administração firmou um TAC — Termo de Ajustamento de Conduta — se comprometendo a retirar os comerciantes.

No local havia um tradicional ponto de táxi, que destacava com seus automóveis da década de 1940

Em seguida, o prefeito se reuniu com os comerciantes e fechou um acordo para a retirada gradual dos trailers. O espaço só foi liberado no final do ano passado, quando a reforma foi, enfim, iniciada.

O novo projeto contempla a volta dos trailers, mas em forma de ambulantes. Eles ficarão num recuo especial na calçada da praça, mas devem deixar o local após suas atividades.

Com novo piso, postes de iluminação no estilo “retrô”, canteiros de flores e bancos novos, faltam apenas os painéis que vão contar a história dos soldados expedicionários e trazer fotos e textos sobre os heróis santa-cruzenses.

A licitação para este serviço, entretanto, também foi problemática. Primeiro, a empresa vencedora, de Minas Gerais, não conseguiu assumir o serviço. A segunda declinou e a prefeitura fechou o contrato com a empresa “Apocalipse”, de Santa Cruz do Rio Pardo, a terceira colocada.

Pela previsão do prefeito Diego Singolani, os painéis devem ser entregues num prazo aproximado de 20 dias. “Acho que dá para fazer a inauguração ainda em setembro”, disse.

Além disso, a prefeitura vai confeccionar um “cartão postal” com as imagens da praça em 1968 e 2022, já com a reforma. A fonte é justamente um cartão postal distribuído pelo ex-prefeito Carlos Queiroz em 1969, um ano depois da inauguração da praça e por ocasião dos festejos pelo 99º aniversário de Santa Cruz. O cartão traz a inscrição “Praça Expedicionários” em três idiomas.

O comerciante Leandro Assis, colecionador de objetos antigos, possui um exemplar do cartão postal. Na frente, uma foto colorida da praça com o monumento aos expedicionários e um antigo táxi, provavelmente um Ford modelo 1946.

Leandro costuma trocar ou até comprar objetos históricos. “Este cartão eu consegui com o cantor Sorriso, que também coleciona estes objetos”, disse.

“Queremos retomar a cultura do cartão postal. Como no passado, as pessoas vão guardar esta imagem como recordação  da nova praça”, disse Diego.

A calçada que segue pela avenida Clementino Gonçalves também foi reformada, ganhando bancos, iluminação e jardinagem. Enfim, os expedicionários santa-cruzenses que ajudaram a impedir a expansão do nazifascismo no mundo terão, novamente, uma homenagem digna de seus feitos.

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