GERAL

Nova tecnologia atrasa contagem de população

Publicado em: 23 de julho de 2007 às 00:20
Atualizado em: 28 de março de 2021 às 14:55

O prazo final para a coleta de dados do censo 2007 termina na próxima terça-feira, 31. Os recenseadores de Santa Cruz do Rio Pardo intensificaram as visitas nos últimos dias para tentar concluir até o final do mês. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inovou com o uso de PDAs (Personal Digital Assistants) e abandonou o uso de questionário de papel preenchido a caneta. No entanto, o novo sistema tem trazido dificuldades devido a erros dos recenseadores no manuseio do equipamento.

Nas visitas domiciliares, os dados recolhidos durante a entrevista são lançados num pequeno aparelho, que armazena as informações digitalmente. Essas informações são posteriormente enviadas pela internet a um banco de dados do instituto. Nos censos anteriores o questionário durante o trabalho de campo era preenchido numa folha de papel para depois ser transferida a um terminal de computador.

Mas não é só a dificuldade na adaptação com a nova tecnologia. A desistência de recenseadores, que abandonam o serviço, traz problemas porque eles precisam ser substituídos e os novos treinados rapidamente para dar continuidade ao censo.

A chuva é a terceira causa dos problemas. O tempo ruim atrapalhou nos últimos dias o recenseamento na zona rural do município.

Aumento de receita — A contagem de população está sendo feita em cidades de até 170 mil habitantes. Esses dados são usados para determinar o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e atualizar a base de dados do IBGE.

Santa Cruz depende do aumento no número de habitantes para subir o coeficiente que fixa os repasses do FPM. No momento a cidade está no coeficiente 1,8 e basta um pequeno aumento no números de habitantes para passar para 2,0.

Segundo estimativa da prefeitura, a mudança de faixa de população vai representar R$ 1 milhão a mais por ano no orçamento. No final da contagem, a cidade precisa chegar a 44.148 habitantes.

No censo demográfico de 2000 Santa Cruz tinha 40.853 pessoas. A estimativa do IBGE para 2006 foi de 44.135. Até a quarta-feira, 25, o resultado parcial do censo atingiu 34.353, mas ainda faltavam 30% de dados para concluir o levantamento nas áreas rural e urbana. A previsão da agente supervisora Rystanyslleia Cristina Urias é conseguir contar a população urbana dentro do prazo estabelecido pelo instituto.

Extensão territorial — A contagem de população da zona rural vai ultrapassar o prazo final de 31 de julho. Após essa data, outro problema para o IBGE: não poderá mais contar com os recenseadores contratados temporariamente. O serviço terá que ser feito pelos seis funcionários do IBGE para concluir o censo da área rural.

A supervisora disse que o maior problema que enfrenta é a extensão territorial da zona rural de Santa Cruz. Foram contratados por concurso 20 recenseadores para a área urbana e 7 para a rural. Na área urbana, o recenseador pergunta o nome completo, idade, sexo, onde o morador residia em 2000 e quem é responsável pela residência.

O questionário do censo agropecuário é mais extenso, por isso toma mais tempo para levantar os dados na entrevista domiciliar. Fora isso, as residências na área rural são mais distantes uma das outras, além de as estradas serem de terra. Com a chuva dos últimos dias ficou mais difícil transitar pelas vicinais e ter acesso às propriedades rurais.

O último censo rural foi realizado em 1996. O levantamento é usado para o país conhecer, entre outras coisas, a expansão agrícola e distribuição de terras do setor agropecuário. Rystanyslleia explicou que o último censo demográfico foi em 2000 e será repetido em 2010. O atual recenseamento é uma contagem rápida de população.

Ela afirmou que os recenseadores vão visitar todos os moradores para autalizar dados e cadastrá-los. A cidade é dividida por setores. Cada um é separado por quarteirões, numerados um a um. O recenseador segue essa ordem pré-estabelecida para não se perder no trabalho de campo. O quarteirão é dividido pelas suas quatro faces.

Rystanyslleia contou que, apesar da maioria da população atender bem os agentes, houve um incidente. “Há uma moradora que se recusa atender os recenseadores. Não precisa nem receber o funcionário na casa, basta responder às perguntas no portão, mas ela não aceita. É obrigatório responder questionários para fins estatísticos. Se o recenseador está credenciado, não há motivo para não fazê-lo”. O censo termina terça-feira. O fone do IBGE é 3332-1015.