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Relógio de pulso vem perdendo terreno após advento do celular

Relógio de pulso vem perdendo terreno após advento do celular

Publicado em: 19 de agosto de 2007 às 01:07
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 11:08

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Inventado pelo brasileiro Santos Dumont, o relógio de pulso tem mais de 100 anos de história, mas está perdendo terreno. Atualmente as pessoas apelam ao celular quando querem saber as horas. Elas também preferem acordar ao som da música preferida no despertador do aparelho celular. Esse avanço tecnológico está transformando a utilidade do relógio. Antes essencial para ver as horas, hoje passou a ser assessório de moda. Alguns modelos apresentam pedrarias e banhos de ouro que deixam o relógio com aparência de jóia. As cores diferenciadas de alguns modelos também tentam acompanhar a moda.

Os celulares praticamente tomaram o lugar dos relógios de pulso e despertadores. No site de relacionamentos Orkut existe uma comunidade com mais de 10 mil participantes chamada “uso meu celular como relógio”. A apresentação da comunidade explica bem esse fenômeno: “Muitas vezes nos esquecemos de colocá-lo ou até mesmo achamos um incômodo usá-lo no pulso devido ao seu peso ou tamanho. O celular é muito mais prático! Com certeza, essa foi a invenção do século!”.

O telefone móvel, aliás, vem se tornando um item imprescindível no dia-a-dia das pessoas. Como o relógio é função básica em qualquer aparelho, acompanha o dono a qualquer lugar. Quem mantém o hábito do relógio de pulso, usa apenas como assessório. A gerente da ótica e relojoaria Tesouro, Daniele Moreira, admite que o celular ocupou em grande parte as funções do relógio.

Segundo ela, há cerca de cinco anos as vendas de relógios começaram a cair. “As pessoas ainda usam porque acham bonito ou como acessório de moda. Não é mais uma utilidade como antigamente. Existem aqueles que realmente não trocam o relógio pelo celular, mas são poucos”, relata.

Na Tesouro, é possível encontrar preços variados. Daniele relatou que os relógios variam desde um modelo comum da Mondaine por R$ 38,00 até um de ouro com brilhantes, de R$ 2.500,00. “Há relógios onde é difícil ver a hora, mas as pessoas compram por causa do modelo”, revela.

Já o professor Paulo Cezar Moraes Cury não dispensa seu relógio de pulso por causa do celular. Para ele, o celular é para fazer e receber ligações. “Não uso o celular para tirar fotografia, porque tenho máquina fotográfica. Também não uso como relógio e nem despertador. Afinal, a função do celular é telefonar”, afirma.

Cury garante que nunca abandonou o relógio de pulso. Já o despertador ele afirma utilizar o biológico. “Faz 10 anos que não uso despertador. Mesmo quando tenho compromisso, acordo no horário”, afirma. Em relação ao relógio, o professor alega que utiliza com a finalidade de ver a hora. “Para mim, relógio tem que ter maquinário bom, não é pela beleza que se compra. Procuro marcas conhecidas e utilizo para ver a hora. Não é adorno”, garante.

O relojoeiro Jair Teixeira Guimarães conserta relógios há 28 anos e lamenta o fato de atualmente poucos pensarem como Cury. Guimarães reclama que, desde o ano 2000, as vendas e consertos de relógios vêm caindo cada vez mais. Para Guimarães, além do celular, os relógios muito baratos também estão limitando seus consertos. “O problema grave é o relógio de banquinha. Um relógio bom hoje custa mais de R$ 100,00, mas alguns pagam R$ 15 ou R$ 20 e depois quer consertar. Muitas vezes não há peça ou o conserto nem compensa. Tem que jogar fora”, afirma.

O relojoeiro alega que a queda de clientes chega a quase 80%. “Agora tenho que fazer outros serviços para compensar a renda que venho perdendo. Amolo alicate de cutícula, tesoura, arrumo óculos e estamos fazendo filmagens de festas em geral”, conta.

A professora Priscila Maria de Souza Pegorer, 26, alega que usa o celular para tudo. Quando precisa saber as horas, olha no aparelho. Para acordar, também abandonou o despertador comum e utiliza o próprio celular. Ela conta que nunca gostou de relógio de pulso. O despertador comum ela abandonou assim que teve o primeiro celular.

O comerciante Jonas dos Santos Peixoto trabalha em uma barraca de camelô em frente ao banco Itaú e admite que, após o celular, a venda de relógios diminuiu. O preço dos relógios vão de R$ 10,00 até R$ 25,00 e os despertadores custam de R$ 3 a R$ 5. Peixoto conta que vende uma média de cinco relógios por semana. Quando as vendas estão boas, chega a mais de 10 unidades. Já “capinhas” para celular são vendidas de 30 a 40 unidades por semana. O preço varia de R$ 4 até R$ 10.

Na banca de Welington de Souza Marques, as vendas chegam a 12 relógios por semana. O preço varia de R$ 10 até R$ 30.
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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