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Silenciosa, Aids matou sete nos últimos quatro anos em Santa Cruz

Exames devem ser feitos independentemente de suspeita, adverte diretora de epidemiologia

Silenciosa, Aids matou sete nos últimos quatro anos em Santa Cruz

A enfermeira Carol Mariano, da Vigilância Epidemiológica

Publicado em: 04 de dezembro de 2021 às 03:26
Atualizado em: 04 de dezembro de 2021 às 03:44

André Fleury Moraes

Doença para a qual ainda não há vacina e que era praticamente uma sentença de morte quando surgiu, a Aids — Síndrome da Imunodeficiência Adquirida — foi responsável por quatro mortes em Santa Cruz do Rio Pardo nos últimos quatro anos.

A situação é considerada controlada, mas isso não significa deixar de lado os cuidados necessários, adverte a enfermeira Carol Mariano, coordenadora de epidemiologia do município.

Hoje a cidade tem, em números municipais, 25 pacientes que contraíram o HIV, vírus causador da Aids. Todos levam uma vida normal, já que há remédios — o chamado “coquetel” — que inibem a atuação do agente infeccioso no corpo humano.

O número pode ser maior, já que os casos fornecidos pela prefeitura são aqueles cujos pacientes buscaram especificamente o sistema municipal de saúde. Pode haver mais pacientes que foram notificados pela Saúde estadual — que, por sua vez, não fornece estes dados aos governos locais.

Edição do DEBATE de 1988 trazia a confirmação tardia de um caso de Aids em Santa Cruz do Rio Pardo. O texto mostrava também que outros pacientes eram tratados como suspeitos, e o então secretário de Saúde da época, o médico Aparecido Rodrigues Mouco, alertou: “A Aids existe no mundo todo, e infelizmente em Santa Cruz não é diferente”

Dos 25 casos identificados pelo município, 15 deles são homens, e outros casos atingem 10 mulheres. Pacientes que possuem entre 25 e 34 anos são os mais afetados pela doença — ao todo, nove deles portam o HIV.

O vírus, porém, afeta todas as idades: entre 15 e 24 anos há quatro notificações; entre 35 e 44, três; dos 45 aos 54 são cinco; e dos 55 anos aos 64 anos há quatro notificações.

Segundo a enfermeira, apesar de hoje a doença ser controlável, todos os cuidados ainda são necessários. A transmissão da Aids se dá principalmente por relações sexuais sem o uso de preservativo, mas ela também acontece através de agulhas, seringas  ou mesmo alicates de unha compartilhados.

“As pessoas que morreram nos últimos anos em decorrência da Aids descobriram que estavam infectados pelo vírus já no hospital”, afirma. Eles buscaram auxílio médico por problemas decorrentes da doença, como uma pneumonia aguda ou fraqueza extrema.

Todo diagnóstico positivo para o HIV é um susto ao paciente — mas não é mais o fim do mundo. “Leva-se uma vida normal quando se toma os medicamentos da maneira correta”, explica Carol.

Quando um integrante do casal é portador do HIV e faz acompanhamento médico, é possível inclusive ter filhos. “Mas para isso são necessários exames constantes para averiguar a carga viral”, adverte a enfermeira.

Os medicamentos disponíveis no mercado são capazes até de inibir completamente a carga viral em dado momento. Quando a gestante possui Aids, porém, há o risco de que o bebê nasça com a doença. “Por isso a puérpera não pode amamentar”, afirma.

Em 2021 completam-se 40 anos desde que o primeiro caso de Aids foi descrito no planeta. E a doença assustou Santa Cruz nos idos de 1980.

O primeiro óbito foi publicado pelo DEBATE com um ano de atraso porque a prefeitura demorou a divulgar os dados. A morte aconteceu em 1987.

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