POLÍTICA

Ex-vereador ofende Juninho e tenta intimidar o vereador

Atual diretor da Codesan, João Marcelo Santos mandou mensagem ofensiva para vereador Juninho Souza e depois ainda tentou intimidá-lo

Ex-vereador ofende Juninho e tenta intimidar o vereador

João Marcelo Santos chegou à Câmara e tentou interromper Juninho que estava na tribuna, sendo advertido pelo presidente

Publicado em: 26 de novembro de 2023 às 15:46
Atualizado em: 26 de novembro de 2023 às 16:23

Sérgio Fleury Moraes

 

Polêmico na época de vereador, durante o mandato 2017-2020, o advogado João Marcelo Santos voltou a criar confusão na semana passada, durante a sessão legislativa de segunda-feira, 13. Ele enviou uma mensagem ao vereador Juninho Souza (Republicanos) com termos ofensivos e, enquanto o parlamentar denunciava o caso na tribuna, João Marcelo entrou no auditório e tentou interromper o orador. Há mais de dois anos, João Marcelo ocupa o cargo de diretor administrativo-financeiro da autarquia Codesan, nomeado pelo prefeito Diego Singolani (PSD).

O incidente aconteceu depois de Juninho Souza criticar um projeto do prefeito Diego Singolani (PSD) que concedeu subvenção financeira à Codesan para que a autarquia possa arcar com despesas no final do ano. Segundo Juninho, na última subvenção, num valor de R$ 2 milhões no início do ano, o próprio diretor João Marcelo se reuniu com vereadores e disse que o repasse “seria o último” de 2023.

Juninho discursou num momento em que o prefeito Diego se encontrava na plateia, uma vez que foi à Câmara para acompanhar a votação das contas da administração de 2021. “A autarquia é um saco sem fundo. O diretor disse que a Codesan não iria mais pedir dinheiro, mas a verdade é que os recursos vão para os apaniguados que recebem altos salários”, criticou.

Dirigindo-se a Diego, Juninho pediu o fim da autarquia e sua transformação em secretaria. “Senhor prefeito, acabe com esta Codesan para encerrar esta patifaria. Eu votarei a favor”, afirmou. O vereador, entretanto, aprovou em plenário a subvenção financeira prevista no projeto.

 

Enquanto Juninho discursava na tribuna, o ex-vereador fez o gesto característico de “roubar”

 

No final da sessão, quando o prefeito já havia deixado do recinto, Juninho voltou à tribuna para denunciar que havia acabado de receber uma mensagem ofensiva do diretor da Codesan João Marcelo Santos. Ele leu o texto na tribuna, em que o advogado se refere a Juninho como “analfabeto” que “precisa estudar” e pede a ele para “lavar sua boca suja antes de citar meu nome”.

Antes, João Marcelo ainda publicou comentários da página da Câmara no Facebook, chamando Juninho de “mentiroso” e afirmando que ele recebe “mais de 400 mil da Codesan pelo resto da vida”. O advogado escreveu que “isso a população não sabe” e ainda pediu para Juninho “ir trabalhar”.

Na verdade, Juninho Souza recebe um salário mínimo por mês da Codesan como resultado de uma ação trabalhista transitada em julgado. Ele foi funcionário da atual autarquia como coletor e sofreu um acidente de trabalho, quando teve a mão prensada no caminhão. Numa ação trabalhista, recebeu o direito de ser indenizado em mais de R$ 400 mil. Entretanto, Juninho concordou em celebrar um acordo e a dívida foi parcelada em muitos anos.

“O que este advogado tem contra os analfabetos? O que ele tem contra as pessoas da periferia? Só porque ele tem mais dinheiro do que os outros?”, disse Juninho. “Veja que estas são as pessoas que o prefeito festeiro coloca para cuidar do povo”, criticou. “Sou ex-coletor de lixo e colhedor de laranja com muito orgulho, mas nunca menosprezei ninguém”.

No momento que Juninho usava a tribuna, João Marcelo entrou no recinto e tentou interromper o orador. O presidente Lourival Heitor (SD) interferiu e pediu respeito. O ex-vereador ainda disse frases da plateia, mas novamente foi advertido pelo presidente.

Juninho, então, passou a discursar diretamente para o ex-vereador, dizendo que João Marcelo ganha R$ quase 15 mil como diretor da Codesan. “O senhor não tem moral para falar de mim. Eu vim, sim, de uma classe baixa e família humilde, mas eu tenho caráter”, disse.

Neste instante, João Marcelo fez um gesto com as mãos insinuando que o vereador estaria “roubando”. “Eu falo porque o senhor tem um cargo público e precisa me respeitar. Qualquer vereador da Câmara deveria se sentir ofendido com estas declarações”, criticou. “O senhor vem aqui para menosprezar um vereador que foi cortador de cana. Eu sou gente como meus irmãos da Divineia ou Estação. Nunca humilhe quem não teve oportunidade de estudar”, afirmou Juninho. “O senhor não está acima da lei. Este João Marcelo nos envergonha e ainda vai pedir votos em eleições, mas não merece o reconhecimento da população”, concluiu.

João Marcelo Santos disse ao jornal que estava “dopado” por medicamentos naquela noite e, por isso, teria tomado aquela atitude. Ele afirmou que faz tratamento psiquiátrico desde a morte do irmão e que, gripado, acabou misturando os remédios com medicamentos para depressão “Eu sei que sou explosivo. Aliás, é tema do meu tratamento”, explicou.

Segundo ele, os comentários de Juninho na tribuna “acionaram um gatilho”, mas disse que tudo seria resolvido entre ele e o vereador.

Juninho Souza disse que o diretor o bloqueou no celular após enviar a mensagem ofensiva. Entretanto, afirmou que não vai aceitar um pedido de desculpas, alegando que esta sempre foi a personalidade do ex-vereador João Marcelo Santos.

 

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