O ‘batidão' de Juninho Souza

André Fleury Moraes

Há cerca de dez anos, em outubro de 2012, o promotor Vladimir Brega Filho, de Santa Cruz do Rio Pardo, recebeu uma representação contra um motorista que, à noite, dirigia seu Ford Versailles, modelo 1992, e perturbava o sossego público.

O argumento era de que o motorista trafegava com som acima do limite permitido. A denúncia partiu de ofícios das polícias Civil e Militar, que eram frequentemente acionadas por moradores.

Vermelho e com motor 2.0, o condutor era o então mototaxista César de Souza, ainda desconhecido na cidade. Ele admitiu ao Ministério Público ser o proprietário do veículo denunciado pela PM.

No auge dos seus 30 anos, completados ainda naquele 2012, César de Souza não teve outra alternativa a não ser firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a promotoria.

Ele se comprometeu a não conduzir mais o veículo Ford com o volume do som acima do permitido pela legislação. Desde então, nunca mais foi denunciado pela prática.

Anos depois filiou-se ao Republicanos, adotou o codinome Juninho Souza, pelo qual ficou conhecido, e se elegeu vereador.

Na semana passada, disse que seus problemas com a Justiça só começaram depois de ter assumido o mandato. Nunca mencionou, porém, a ocorrência de 2012.

Se Juninho descumprisse o TAC formalizado com o MP, teria de pagar multa de R$ 1 mil por cada vez que voltasse a ser alvo de boletim de ocorrência.