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Otacílio ‘rifou’ Agenor após caso Hasa

Otacílio ‘rifou’ Agenor após caso Hasa

Publicado em: 27 de agosto de 2020 às 20:20
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 06:10

Prefeito, no entanto, mantém a versão de que ex-presidente consertou as contas da autarquia Codesan

André Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Otacílio Parras (PSB) manteve Cláudio Agenor Gimenez na administração até quando pôde. Antigo braço direito do prefeito, Agenor renunciou à candidatura em 2012 para ceder a vaga ao então candidato petista Otacílio. Eleito, Parras nomeou o ex-companheiro de partido.

A articulação de 2012 foi premeditada, conforme já admitiram os dois, e foi a primeira de uma série de outras que viriam nos anos de Otacílio à frente da prefeitura. Mas também apareceriam escândalos.

O primeiro deles foi a condenação eleitoral do diretório do PT — partido pelo qual Otacílio se elegeu e que foi presidido por Agenor Gimenez — em 2015. Descobriu-se na época que o partido implantou um esquema para cobrar “pedágio” de servidores comissionados da administração.

Depois viria a delação da ex-tesoureira Sueli Feitosa, ré acusada de ter desviado mais de R$ 11 milhões dos cofres municipais.

Feitosa disse, na época, que Agenor teria descoberto o esquema e a extorquido para também se beneficiar o esquema. Segundo ela, o ex-presidente da Codesan enviava um motoboy para receber dinheiro em envelopes.

Agenor nega as acusações e chama, quando entrevistado, a ex-tesoureira de “ladra”. Processou Feitosa por danos morais, mas a ação está suspensa até o término do inquérito policial.

Em 2018, uma Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada na Câmara investigou o pagamento irregular de horas extras a funcionários da Codesan. Otacílio e Agenor articularam para nomear Luciano Severo (Republicanos), então líder do governo no Legislativo, presidente da CPI.

A nomeação seria um “teste” para ver como Severo se sairia no decorrer do processo. Os dois admitiram publicamente a indicação.

Porém, o relatório final da CPI responsabilizou, entre outros presidentes, Cláudio Agenor Gimenez — que, a pedido da comissão, deveria ser exonerado da presidência da Codesan. O Tribunal de Contas, aliás, também constatou o pagamento irregular do benefício na gestão Agenor.

Ante o resultado desagradável à administração, Otacílio rompeu com Severo e declarou “guerra política”. Acusou a CPI, disse que o relatório era “mentiroso” e tendencioso. Manteve, então, Agenor na administração.

No final daquele ano, o prefeito declarou publicamente apoio à candidatura do ex-presidente da Codesan para prefeito em 2020. “Entre os que estão aí, ele é o que tem mais preparo para administrar a cidade, aquele que foi mais testado e tem mais conhecimento”, alegou na época.

Foi em novembro de 2018 que Agenor, enfim, foi demitido da administração municipal. A exoneração se deu uma semana depois de o ex-presidente ter sido denunciado pelo Ministério Público por improbidade administrativa — ação que já transitou em julgado e pela qual Agenor está sendo executado.

A versão oficial da época era de que Cláudio Agenor Gimenez teria pedido demissão. Na verdade, a decisão partiu do próprio prefeito. A alegação foi de que Agenor, se mantido, poderia causar “constrangimentos ao governo”.

Mas o estopim, na verdade, foi o caso “Hasa”. Em resposta ao Ministério Público no inquérito que apurava improbidade administrativa do ex-dirigente, o próprio Otacílio Parras diz que baixou portaria exonerando Agenor quando “os fatos vieram à tona”.

Otacílio mantém até hoje a versão de que Agenor “consertou” as contas da autarquia. Ele reforçou este argumento durante conversa com o DEBATE na sexta-feira, 14, em seu gabinete.

Os dois, contudo, viram as contas da Codesan de 2015, quando a autarquia foi presidida por Agenor durante nove meses, serem rejeitadas pelo Tribunal de Contas.

Segundo o prefeito, a relação entre os dois “está normal”. Parras elogia Agenor, a quem qualifica como “bom profissional”.

Nos bastidores, porém, o ex-assessor e aliado de longa data não é bem visto, nem mesmo entre os vereadores da base governista. O motivo seriam os vários escândalos em que Agenor se envolveu — entre eles a condenação por improbidade administrativa.

O DEBATE já havia anunciado que Agenor solicitara documentos referentes aos empréstimos de Edvaldo Godoy em novembro do ano passado. A notícia foi publicada na coluna “Dicas”. Hoje, Edvaldo é pré-candidato a vice-prefeito pela chapa de Otacílio. 



  • Publicado na edição impressa de 23 de agosto de 2020


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