Fachada do histórico prédio do antigo ‘Colégio Companhia de Maria’, que deve sediar a Etec de S. Cruz
Publicado em: 04 de junho de 2022 às 07:04
Atualizado em: 04 de junho de 2022 às 07:12
Sérgio Fleury Moraes
A lei de 1970 que autorizou a compra do prédio do antigo “Colégio Companhia de Maria” de Santa Cruz do Rio Pardo previa a cessão do imóvel a uma faculdade estadual de tecnologia, o que nunca foi viabilizado. O próprio Onofre Rosa de Oliveira, em seu terceiro mandato como prefeito (1983-1988), chegou a autorizar a cessão do prédio ao grupo Osec — Organização Santamarense de Educação e Cultura —, comandada pelo santa-cruzense Chafic Jábali.
No entanto, a instituição sediada em Santo Amaro, distrito paulistano, sofreu uma intervenção federal e os planos de Onofre naufragaram.
Mas o prédio de Santa Cruz já foi cedido para a antiga Escola Agrícola, depois abrigou repartições municipais, academias, escolas de dança e, a partir de 2005, a Faculdade de Direito Oapec, que transferiu sua sede no início deste ano. Algumas salas do segundo pavimento abrigam o Juizado Especial Cível.
O imóvel foi oferecido pelo prefeito Diego Singolani (PSD) à fundação Paula Souza, para abrigar a unidade urbana da Etec “Orlando Quagliato”. Seria uma volta às raízes, uma vez que a Etec é a antiga Escola Agrícola de Santa Cruz do Rio Pardo.
A Etec está funcionando em salas improvisadas na escola “Sinharinha Camarinha”, desde que deixou às pressas o prédio estadual do antigo Grupo Escolas, no centro da cidade. O velho imóvel construído em 1915 apresentou graves problemas estruturais e o telhado começou a ceder, forçando a saída da escola técnica.
Na semana passada, o diretor da Etec, Francis Pegorer, visitou o prédio do antigo “Colégio Companhia de Maria” junto com dirigentes municipais da secretaria de Educação e do vice-prefeito Edvaldo Godoy. O acordo está praticamente fechado, mas falta definir algumas reformas no imóvel.
O prefeito Diego Singolani disse que a prioridade do governo é a cessão do prédio à Etec, inclusive com a entrada principal. Porém, alguns setores da administração deverão funcionar no corredor lateral, que dá acesso ao antigo auditório do colégio. Há planos de transferir a Univesp, hoje funcionando no Jardim São João, para o mesmo espaço. Porém, o pedido da Etec, de cessão de pelo menos 16 salas, será cumprido.
Diego pensa num grande remanejamento no setor da educação. A Fundação Educacional “Celso Fleury Moraes”, por exemplo, que está em fase de criação, não será mais instalada no espaço que deverá ser devolvido ao município pela revendedora Volkswagen.
Segundo o prefeito, a sede da futura instituição de ensino superior deve ser a antiga Escola Técnica de Comércio, onde hoje funciona a secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Esta, por sua vez, será instalada no prédio ainda ocupado pela Coletto Volkswagen. “O plano é transferir para aquele espaço três secretarias, como Desenvolvimento Econômico, Turismo e Cultura. “São pastas correlatas e é bom que estejam perto”, explica Diego.
O problema é a reforma. O vice-prefeito Edvaldo Godoy disse que o prédio do antigo colégio está em boas condições e pode ser ocupado de imediato, mas o diretor da Etec faz ressalvas. “Já está praticamente acertado que vamos nos instalar naquele local. Porém, depende de uma reforma no prédio, uma vez que acredito que a Fundação Paula Souza vai aceitar a cessão de forma tranquila”, disse Francis Pegorer.
Segundo o diretor, o ponto crítico é o telhado, que precisa ser reformado. “Em algumas salas o forro, feito como estuque, caiu e precisa ser trocado. Se a administração fizer esta reforma, acredito que em 2023 a nossa escola estará funcionando naquele prédio”, afirmou Francis Pegorer.
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