Manezinho na solenidade de inauguração da segunda edição da Expopardo em 1993
Publicado em: 26 de abril de 2023 às 15:17
Atualizado em: 26 de abril de 2023 às 15:37
O ex-prefeito Manezinho construiu e implantou o atual Distrito Industrial de Santa Cruz do Rio Pardo às margens da rodovia SP-327. Foi muito criticado na época, pois não seguiu o plano da administração anterior, que previa a implantação do DI no bairro da Graminha, onde mais tarde a Sabesp iria construir a ETA — Estação de Tratamento de Esgoto.
Manezinho enfrentou críticas dos industriais de Santa Cruz do Rio Pardo que eram contrários ao novo projeto do distrito. Alguns ameaçaram até transferir as empresas de Santa Cruz. O então prefeito precisou ter jogo de cintura para acalmar os ânimos. Hoje, há grandes empresas instaladas no Distrito Industrial.
Quando se aproximou a eleição de 1996, Manezinho era um prefeito desgastado. Seu grupo lançou como candidato à sucessão o industrial Rosário Pegorer, mas o adversário era muito forte: o ex-prefeito Clóvis Guimarães Teixeira Coelho.
A campanha de Rosário foi coordenada por Otacílio Parras e teve momentos de indecisão em relação a Manezinho. Ninguém sabia se a presença do então prefeito no palanque do candidato seria benéfica para a campanha. Mesmo assim, Manezinho participou de pelo menos dois comícios.
Clóvis era o grande favorito e acabou vencendo as eleições por uma grande margem de votos. Manezinho retomou suas atividades agropecuárias, mas alimentava a esperança de retornar à prefeitura.
Vereador mais votado em 2004
Em 2000, Manezinho disputou novamente o cargo de prefeito, mas, com quase 28% dos votos, perdeu para Adilson Mira. Foi, então, que desistiu da prefeitura e resolveu se candidatar a vereador.
Nas eleições de 2004, Manezinho foi o mais votado para a Câmara Municipal, com 990 votos. No mandato, entretanto, em alguns momentos não sabia se permanecia na oposição ou apoiava o então prefeito Adilson Mira. Foi assim na “CPI do ITBI”, que responsabilizou o então prefeito por atos de improbidade administrativa e que resultaram posteriormente numa condenação judicial.
Esta indecisão custou sua reeleição. Em 2008, com 381 votos, Manezinho não foi reconduzido à Câmara. Ele ainda fez outras duas tentativas, mas sem sucesso. Em 2012 recebeu 361 votos e em 2016, 228 votos.
Manezinho apoiou o governo de Otacílio Parras, mas nunca foi convidado para qualquer cargo administrativo. Entre 2011 e 2012 ele foi diretor de Apoio Institucional da Câmara de Santa Cruz do Rio Pardo, contratado pelo ex-presidente Roberto Mariano Marsola.
O ex-prefeito se afastou da política e não quis mais disputar cargos eletivos. No entanto, continuou influente em eleições estaduais, sempre apoiando candidatos próximos.
Sua morte na sexta-feira surpreendeu Santa Cruz do Rio Pardo. A cidade não verá mais aquele pacato cidadão, muito educado, que cumprimentava a todos pelas ruas. Manezinho deixou a viúva Elizabete Margarida Nascimento Pereira e as filhas Karina e Karla. Seu corpo foi sepultado no Cemitério da Saudade no final da tarde do feriado de sexta-feira, 21, em clima de comoção.
O prefeito Diego Singolani decretou luto oficial por três dias pela morte de Manezinho. A Câmara Municipal também emitiu nota de pesar pelo falecimento do ex-prefeito.
Leia mais:
Voltar ao topo