CULTURA

Coleção de apontadores atravessou três gerações de família de S. Cruz

Coleção de apontadores atravessou três gerações de família de S. Cruz

Publicado em: 18 de maio de 2018 às 15:14
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 13:44

Miniaturas começaram a ser juntadas quando o

comerciante, ainda criança, ganhou peças do pai

Otávio (esquerda) e Lucas mostram peças da coleção de miniaturas



Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Antonio José dos Santos Neto, 60, ainda se lembra quando o pai, um tradicional comerciante do ramo de carnes de Santa Cruz do Rio Pardo, começou a comprar os primeiros apontadores em forma de miniaturas feitas em ferro fundido. Eram presentes para um dos nove filhos, que ainda era muito novo. Porém, “Tô”, como é conhecido, sempre percebeu que o pai, na verdade, era apaixonado pelas miniaturas e acabou sendo uma espécie de “sócio oculto” da coleção.

O patriarca da família morreu há 26 anos e a coleção atravessou os anos. Alguns apontadores sumiram, outros estão guardados em locais que nem “Tô” se lembra. Há alguns anos, ele passou a responsabilidade pela coleção ao filho Paulo Antonio Patrocínio Santos, 30, que abandonou a tarefa pouco tempo depois por causa das atividades profissionais. Agora, Santos decidiu transferir a “guarda” das miniaturas para o neto Otávio Augusto Patrocínio, de apenas 9 anos. É do pequeno menino, agora, a responsabilidade de manter a coleção em ordem, que o avô promete aumentar comprando peças durante as viagens.

Otávio, por sinal, está empolgado. Ele já levou parte da coleção para uma exposição em sua própria escola, o Sesi de Santa Cruz do Rio Pardo. “Todo mundo gostou”, diz o garoto. “Alguns queriam até brincar, mas eu não deixei”, emendou, com ar de responsabilidade.

Os apontadores provavelmente são importados, confeccionados em ferro fundido e pintados em tinta envelhecida. Na internet, nem existem informações sobre o fabricante, mas há coleções de diversas quantidades à venda em antiquários e sites especializados em leilões.

“Tô” mostra peças delicadas e perfeitas, como a miniatura de uma antiga máquina de escrever Remington, um piano cuja tampa é móvel, violoncelo, lâmpada de Aladim, telefone, carruagem, avião da Segunda Guerra e muitas outras réplicas. Tem até um vaso sanitário com as duas tampas móveis. “São peças perfeitas e elas sempre me fascinaram”, conta Santos, apontando também para uma sela de cavalo, uma das primeiras miniaturas que ganhou do pai.

Ele conta, aliás, que nunca usou uma das miniaturas como apontador. “Nem sei se elas ainda possuem cortes”, diz. Como enfeite, por sinal, são inigualáveis.

O comerciante lembra que é difícil encontrar as miniaturas de apontadores no mercado. “Isto não se vende em camelôs. Procuro geralmente nas pequenas lojas de antiguidades nos grandes centros”, explicou.

RELÍQUIAS — Apontadores são réplicas perfeitas de vários objetos antigos, a maioria do século passado



‘Sem preço’

Antonio José dos Santos Neto diz que as miniaturas não podem ser consideradas caras, se comparadas a apontadores de plástico que são normalmente vendidos nas lojas de materiais escolares. “Eu já paguei pouco mais de R$ 20 numa peça de ferro. E mais ainda por um apontador de plástico, desses novos, para meu neto. Então, a miniatura não custa muito, pois também é uma obra de arte”, afirmou.

“Tô” disse que não troca e nem vende a coleção por preço algum. Já o neto Otávio garante que, quando crescer, vai “garimpar” novas miniaturas durante as viagens que sonha em realizar.

* Colaborou Toko Degaspari
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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