CULTURA

Artistas da casa

Artistas da casa

Publicado em: 04 de agosto de 2018 às 08:41
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 08:55

Artistas plásticos “anônimos” aperfeiçoam suas técnicas

todas as semanas em aulas com profissional de Piraju

‘PROFESSORA’ — Dona de um ateliê em Piraju, Jô Romero ensina técnicas da arte a alunos de Santa Cruz



Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Não é novidade para ninguém o fato de que Santa Cruz do Rio Pardo sempre foi um celeiro de artistas. Mas há dezenas de talentos anônimos, que produzem obras exclusivas para presentear amigos, ou alguns que vivem da arte sem grandes alardes. Na cidade, existe um grupo que se dedica às artes há pelo menos 22 anos, sob supervisão da artista Jô Romero, de Piraju. Ele se reúne atualmente na sede do MAC, no centro da cidade.

Dona de um atiliê em Piraju, Jô domina as técnicas da pintura óleo sobre tela, acrílica, papel, madeira, artesanato e faz até restauro de pinturas de imagens. Atualmente, por exemplo, ela está pintando várias imagens da Igreja Matriz de São Sebastião de Santa Cruz do Rio Pardo. Duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, Jô vem a Santa Cruz para compartilhar técnicas com o grupo de pintores. Cada aula dura, em média, quatro horas.

Segundo ela, a maioria dos alunos do grupo de arte em Santa Cruz pinta por hobby, mas alguns se destacam tanto que começam a comercializar suas obras. “O grupo é, na verdade, uma grande terapia. As pessoas gostam de pintar e, ao mesmo tempo, colocamos a conversa em dia”, diz.

Na última quinta-feira, 26, não havia muitos alunos na sede do MAC, mas a professora Jô Romero diz que é assim mesmo. “Tem dias que vem muita gente, outros não, dependendo do tempo das pintoras”, explicou. A maioria é mulher.

Carlos Alberto Ramos, 58, é um dos poucos homens. Ele gosta de pintura desde criança, mas era apenas um hobby enquanto ganhava a vida como caminhoneiro. Um acidente, porém, praticamente tirou a audição de Carlos, que usa um aparelho para conseguir ouvir alguns sons. Foi o estouro de um pneu que mudou a vida de Carlos, que se aposentou e passou a se dedicar exclusivamente às artes, primeiro como uma terapia para combater a depressão.

Aliás, ele é um dos poucos do grupo que comercializa suas obras, muitas feitas sob encomenda. Carlos começou a desenhar ainda criança, mas as telas só surgiram em sua vida há 11 anos. Foi sua libertação.

O artista, que só cursou o primário — “a gente precisava trabalhar para ajudar a família” — frequenta as aulas com Jô Romero há muitos anos. “Sempre há o que aprender”, diz. Carlos é especialista em transferir desenhos, mesmo pequenos, para as telas, em escala maior. Prefere animais e paisagens, mas também se aventura em rostos humanos, o que é mais difícil.

Na última quinta-feira, Carlos dava formas ao desenho estilizado de um cavalo sobre uma tela totalmente preta. “Antigamente minha técnica era diferente. Ela melhorou com as aulas com a Jô Romero”, contou.

No começo da aventura nas telas, segundo Carlos, suas mãos tremiam. “Eu podia ter a técnica, mas não dominava a prática. Não é feio dizer que melhorei graças à orientação de uma professora”, disse, cerca de 300 telas depois de se tornar um artista. “Na verdade, a arte afasta qualquer tristeza”, conta Carlos, citando como exemplo a artista Fátima Camargo, que também se livrou da depressão através da pintura em arte naïf.

As aulas do grupo são realizadas duas vezes por semana na sede do MAC



‘Terapia’

Dirce Zimak pinta hás muitos anos e usa cores fortes em seus quadros



Dirce Benatti Zimak se dedica à pintura de óleo sobre tela — e ao artesanato — há muitos anos. As primeiras instruções ela recebeu da saudosa artista Lídia Tokomoto, mas há mais de duas décadas é aluna de Jô Romero. Aliás, é uma das grandes entusiastas do grupo. As primeiras aulas do grupo, por exemplo, eram na casa de Dirce e duraram pelo menos dez anos.

Há vários quadros de Zimak espalhados em residências de Santa Cruz, o que a artista considera “uma satisfação enorme”. No entanto, ela só costuma comercializar obras em alguns casos. “Faço por hobby mesmo. Mas de vez em quando aparecem algumas encomendas, além de pedidos dos filhos”, conta.

Na quinta-feira, Dirce pintava uma pequena tela, com a imagem de uma mulher em cores fortes. “Eu adoro laranja ou azul”, admite. “A arte é uma terapia para mim. Faz muito bem para a cabeça”, avalia. Ela se especializou em paisagens, natureza morta e pinturas de cavalos.

A artista já foi proprietária de uma loja em Santa Cruz do Rio Pardo — a “Arte & Capricho” —, onde convidava Jô Romero para dar aulas. A loja, por sinal, vendia material artístico. “A aula em si não é apenas para aprimorar nossa técnica. Na verdade, as conversas são ótimas”, garante.

* Colaborou Toko Degaspari
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

Previsão do tempo para: Quinta

Céu nublado
21ºC máx
11ºC min

Durante a primeira metade do dia Períodos nublados com tendência na segunda metade do dia para Céu limpo

COMPRA

R$ 5,43

VENDA

R$ 5,43

MÁXIMO

R$ 5,43

MÍNIMO

R$ 5,42

COMPRA

R$ 5,46

VENDA

R$ 5,63

MÁXIMO

R$ 5,47

MÍNIMO

R$ 5,46

COMPRA

R$ 6,39

VENDA

R$ 6,41

MÁXIMO

R$ 6,40

MÍNIMO

R$ 6,39
voltar ao topo

Voltar ao topo