CULTURA

João Zanata Neto: '‘Santinhos’

João Zanata Neto: '‘Santinhos’

Publicado em: 03 de setembro de 2019 às 17:41
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 10:18

‘Santinhos’

João Zanata Neto *

Enquanto colecionamos “santinhos” e promessas, escrevemos a história com o sofrimento de um povo. Todas as ambições devoram as esperanças de uma nação. As promessas de um futuro são as ilusões que aplacam as revoltas.

A governança é um ciclo de crença e descrença ou, para ser mais preciso, uma alternância entre encanto e desencanto. A politicagem é pura malandragem. É feito flor de plástico. Feita para enganar.

O Brasil tem cura. Não, não, isto não é uma pergunta. É pura ironia. Quantos de nós já não arriscamos palpites, desde os rudimentares até os mais elaborados para sanar o insanável? Enquanto o povo procura sanar tais males com todos os remédios da gaveta, o governo é doente indolente e não gosta de remédio amargo.

Mais é assim mesmo, como dizem os conformados, a democracia tem os seus percalços. Contudo, quando os escândalos correm aos cântaros, não se trata de meros atropelos. Algo doente na sociedade se revela como uma patologia da cronicidade.

Enquanto a sociedade padece, o vírus da corrupção é um ente mutante, sempre encontrado novas vulnerabilidades nas adversidades.

Enquanto as ex-excelências confabulam novas tramoias, a crise assola de Oiapoque a Chuí. A população dá seus últimos espasmos antes da sucumbência geral. A fila da sopa da voltas em torno do caldeirão de água rala. O buraco negro da dívida pública se tornou o boqueirão da confisco.

Entanto, é tanto queixume da lá e de cá que ninguém se entende. Mas, o azedume é geral. Há queixosos rancorosos e madalenas arrependidas. Está nascendo entre os situacionistas os separatistas. A verdade é que a ilusão dura pouco e há destroços e lama para todo o lado. O país está nitidamente dividido e desolado, cada um ao seu lado ou até mesmo isolado.

Mas o político se reinventa. Teima em poder um poder que não lhe aventa e mal aparenta algo que não experimenta.

O politico é mais que um encanto, em que pese o desencanto, sempre almeja um tanto, pois não cabe nele nem mesmo um menoscabe, um dito que se fale, uma palavra sem lavratura feita por boca dura. Santinhos no papel, safadinhos no purgatório do céu.

* João Zanata Neto é escritor santa-cruzense, autor do romance “O Amante das Mulheres Suicidas”.
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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