CULTURA

Detox or not detox?

Detox or not detox?

Publicado em: 08 de novembro de 2019 às 09:19
Atualizado em: 21 de março de 2021 às 15:29

Dieta que promete resultados rápidos em pouco tempo é

‘febre’ no fim de ano. Mas será que funciona? É saudável?


Diego Singolani

Da Reportagem Local

O fim de ano se aproxima, festas e viagens de férias são programadas, e um desejo toma conta dos corações por toda a nação, feito um clamor: perder aqueles quilinhos a mais. Dietas mirabolantes, que prometem trazer o amor pelo espelho de volta em sete dias, são incontáveis. Uma delas, a de desintoxição - ou simplesmente detox, para os chegados -, conquistou um séquito de fãs, muito por conta da influência de celebridades que também se tornaram adeptas. Há quem questione, entretanto, se ela funciona de fato e se pode causar prejuízos a saúde. De acordo com especialistas, depende.

A psicóloga Estefânia Mariano Lorenzetti, que atua na área de emagrecimento e transtornos alimentares, explica que a indicação de uma dieta como a detox varia segundo o perfil da pessoa. “Se ela já teve experiências malsucedidas com dietas restritivas, perdeu e voltou a ganhar peso, se está desesperada com o corpo, não é ideal”, afirmou. A desintoxicação é um processo natural e necessário que o próprio corpo realiza diariamente, eliminando toxinas (produzidas por organismos vivos, como bactérias e fungos) e agentes tóxicos (corantes e metais pesados, por exemplo). Ela acontece em várias etapas e envolve órgãos como fígado, pulmão, pele, rins, bile e intestino. A dieta detox, quando feita sob a orientação de um nutricionista competente, busca otimizar este processo de biotransformação e eliminação de elementos toxicantes através de alimentos específicos e suplementação, podendo ter como uma das consequências a redução de peso. Do ponto de vista psicológico, Estefânia ressalta a importância de o indivíduo buscar uma relação funcional com a comida. “A dieta detox não se mantém a longo prazo. Às vezes, se a pessoa já está adoecida na forma como se relaciona com o alimento, este processo pode gerar uma disfunção. Ela passa a substituir o prato de comida por um ‘shake’ ou suco”, diz. “Ela volta da dieta desestruturada, só enxergando os nutrientes e composições da comida”, disse Estefânia.

A psicóloga também pontua que é importante o indivíduo compreender realmente qual o seu objetivo com uma dieta dessas. “A pessoa que quer perder em três meses, para o réveillon, por exemplo, o peso que ela levou oito para ganhar, tem que entender o impacto que isso gera no organismo. E mais, se perguntar se seu objetivo é de fato emagrecer, o que significa perder gordura, ou desinchar, eliminando o excesso de líquido, que é o que geralmente ocorre em um curto espaço de tempo”, afirmou

As dimensões do “comer”

Se bem elaborada e acompanhada por profissionais sérios, a detox pode atender as necessidades daquelas pessoas que já ressignificaram sua relação com a comida e querem experimentar um novo processo. Um dos riscos de se manter dietas restritivas, é limitar o a compreensão do papel da alimentação na construção física e psicológica do indivíduo. “Comida é prazer, é história, envolve quem a gente é. Ela denuncia o respeito que você tem consigo mesmo. Se você tem limites ou não, se escuta o seu corpo ou não”, diz Estefânia.

A psicóloga dá alguns exemplos de atitudes que estimulam a conexão da pessoa com o alimento. “Coma sentado, longe de estímulos, como a televisão ou o celular. O momento é seu e do seu prato. Busque um ambiente tranquilo, deguste a comida e não simplesmente a enfie na boca”, afirmou. O prazer é um elemento indispensável para que esta relação seja duradoura. “Se alguma comida não te dá prazer, por que comer? Não gosta de alface, mas come, pois, é bom para a dieta; não gosta tanto de brigadeiro, mas, como tinha um monte a disposição na festa, comeu exageradamente. Não! Não precisa comer”, disse.

O sentimento de culpa é outro fator comum em uma relação disfuncional com o alimento e está atrelado a comportamentos compensatórios. “O paciente chega no consultório lamentando que seguia à risca seu plano alimentar da semana até que, no último dia, acabou comento pizza. A pessoa sofre com isso. Tem gente tem necessidade de pular ou correr depois de comer um brigadeiro. É uma questão que pode e deve ser trabalhada”, afirma Estefânia. 



  • Publicado na edição impressa de 03/11/2019


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