CULTURA

Um rubro-negro em S. Cruz

Um rubro-negro em S. Cruz

Publicado em: 22 de novembro de 2019 às 06:00
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 15:17

Fábio Cruz é um dos poucos

flamenguistas apaixonados na cidade


André H. Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Se vencer o Grêmio neste domingo, o Flamengo estará a apenas uma vitória do título do Brasileirão. A expectativa, enfim, é alta para os milhões de torcedores que não veem o time carioca ser campeão do campeonato desde 2009. A maioria dos torcedores, obviamente, encontra-se no Rio. “É o meu caso. A diferença sutil é que nasci no rio Pardo”, brinca o comerciante santa-cruzense Fábio Cruz, dono do supermercado “Mek-Leve” e rubro-negro fanático.

Flamenguista desde a infância, Fábio apaixonou-se pelo time por volta dos seis anos, época em que os astros do futebol Zico e Carlos Alberto integravam o elenco rubro-negro. “Comecei a entender de futebol quando entrei na escolinha”, explica o empresário.

Ele não perdia sequer um jogo do time do coração. Os canais abertos, em geral, transmitiam os jogos do campeonato carioca. E Fábio não escapava das provocações. Constantemente, era questionado sobre o motivo pelo qual, nascido no Estado de São Paulo, escolhera torcer para o time carioca. “Porque nasci no rio. No rio Pardo”, brincava com os amigos.

VIBRAÇÃO — Para Fábio, Brasileiro já está garantido, mas falta a Libertadores



Ele nunca teve simpatia por nenhum time paulista. Apreciava alguns, como o Santos, na época dos “Meninos da Vila”, mas o coração de Fábio era, mesmo, do Flamengo.

Quando ele torce para algum time paulista, pode-se ter a certeza de que o resultado interessa diretamente ao rubro-negro. “No sábado passado, por exemplo, fui corintiano desde criancinha”, contou. É que, naquele dia, o Corinthians enfrentava o Palmeiras — segundo colocado do campeonato, atrás do Flamengo. O resultado foi um empate.

Fábio, por sinal, já foi mais fanático. Hoje, porém, é mais reservado. Apesar disso, admite que ainda fica com os nervos à flor da pele quando vê a possibilidade de título. “O Brasileiro já está garantido. Estou receoso com a Libertadores, mas acredito que há chances, mesmo com o jogo sendo no Peru”, afirmou.

Ele é pai de dois filhos, mas a esposa de Fábio, por incrível que pareça, é palmeirense — rival direto do Flamengo neste ano. Os filhos, porém, saíram ao pai: têm o coração rubro-negro. E Fábio garante que teve “pouca influência” na escolha deles — que também passam pelos mesmos questionamentos sobre o motivo de escolher um time carioca.

A casa do empresário mostra o orgulho pelo time. Toalhas de banho, cobertores e chaveiros levam o escudo rubro-negro. O maior sonho de Fábio, também compartilhado pelo filho mais velho, de 22 anos, é assistir a algum jogo no estádio.

Mas Fábio não é apenas um torcedor. Ele também joga futebol. Começou na várzea, com jogos amadores e informais, e continuou até pouco tempo. Agora, em decorrência de uma cirurgia no joelho, está parado. “Pretendo voltar logo. É outra de minhas paixões”, afirma.

Pacífico, ele diz que nunca gostou das brigas que acontecem fora de campo. “Evito. Afinal, diz o ditado, não se discute futebol ou religião”, comenta.

PAIXÃO — Fábio Cruz coleciona de roupas até objetos que têm o escudo do time do coração



‘Mui amigo’

Fábio é um dos poucos santa-cruzenses realmente apaixonados pelo time rubro-negro. Ele assina canais fechados e também tem uma parabólica para não perder nenhum jogo de seu time.

Quando não tinha os privilégios de assistir partidas do futebol carioca, Fábio contava com a ajuda do vizinho, que realmente nasceu no Rio de Janeiro. “Ele me via inquieto e sabia o motivo. Ia até em casa e perguntava se eu não queria ver o jogo na casa dele. Claro que eu ia”, afirmou.

O grande problema é que o vizinho torce para o Fluminense — rival direto do Flamengo no Rio. Fábio, porém, garante: “Sempre nos demos bem”. Apesar da rivalidade dentro de campo, os dois brincavam até na hora do jogo. “Uma vez ele deu uma camiseta do Fluminense para meu filho. Na verdade, deixei passar”, disse.

De vez em quando, amigos de Fábio vão à sua casa para assistir a alguns jogos. Mas há uma condição obrigatória, imposta pelo próprio Fábio: todos devem vestir uma camisa rubro-negra. A peça é oferecida pelo próprio anfitrião, mas vesti-la é praticamente uma “cláusula pétrea” nos dias de jogos do Flamento. “Se quer vir, precisa usar”, exige Fábio. Se as camisas acabarem, basta usar uma vermelha, avisa o torcedor, que é integrante da maior torcida do Brasil. 

Santa Cruz já teve um Flamengo

O despachante e colaborador do DEBATE Sebastião ‘Toko’ Degaspari lembra que, em Santa Cruz do Rio Pardo, já houve um time chamado “Flamenguinho”. A equipe costumava jogar na região do bairro Santa Aureliana e disputava campeonatos amadores.

O Flamenguinho atuou entre os anos 1970 e 1980. “Não era um time de primeira linha, mas dava trabalho aos adversários”, conta.

A camisa, aliás, era igual ao original — vermelha e preta — e também carregava o escudo do time. Os campeonatos costumavam ser realizados na área rural de Santa Cruz do Rio Pardo.

O próprio Degaspari lembra que já jogou contra o Flamenguinho. “Joguei e marquei gol”, garante. Degaspari, aliás, já jogou em muitos times amadores de Santa Cruz do Rio Pardo. Faltou a Santacruzense. E, em tom brincalhão, ele diz: “Acho que não existe time na cidade em que eu não tenha marcado gol”.

“Toko’ diz que o fundador do time era, possivelmente, algum fanático pelo rubro-negro carioca. “Até porque também havia o Fluminense do Parque das Nações”, disse.

Degaspari também se recorda lembra que Santa Cruz do Rio Pardo já teve, da mesma forma, times inspirados no Palmeiras e Botafogo. Também havia o Santos e o ‘São Paulinho da Estação’. O despachante conta que, de vez em quando, havia briga por causa das rivalidades entre os times. “Mas eu não me envolvia”, diz, rindo.

* Colaborou Toko Degaspari



  • Publicado na edição impressa de 17/11/2019


SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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